segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O Caminho de Aparecida- 12º dia- do B. Gomeral a Aparecida- 26 km

A noite teve o inconveniente de um chato de um cachorrinho ter latido durante muito tempo e bem debaixo de nossas janelas. Atrapalhou tanto que fui obrigado a me levantar e atirar um limão no pobre coitado. Deu certo durante um tempo.Depois o barulhento voltou, mas eu e os amigos bastante cansados, dormimos.                         
Acredito que o cãozinho latia para qualquer sombra que passasse ali ou na estrada ao lado.Função de vigilantye acho que é assim mesmo.
                                                      
Com esse imprevisto dormi pouco, mas mesmo assim o pouco foi pesado e acordei bem disposto às 5.15 h. Num quarto estávamos eu , Sidão e Maurício Bigode. Logo nos dirigimos à casa principal para o café, que foi servido com a tradicional boa vontade da hospedeira D Ana.


Saímos dali às 7.00 com a seguinte configuração: para ganhar tempo desses 26 km até Aparecida, o carro nos levaria por 10 km de descida, adiantando o prazo de modo que pudéssemos chegar ao Santuário  com tempo suficiente para assistir à missa, conhecer a Igreja Velha e ainda os paulistas pudessem pegar a estada para São Paulo o mais cedo possível.
Assim fomos descendo a ladeira cheia de pedras rumo a Aparecida, observando os últimos detalhes paisagísticos da bela Mantiqueira que aos poucos ia ficando para trás. Muitas pequenas propriedades estão instaladas na região,no que parece ser um refúgio admirado e curtido nos meses frios do ano, quando fogem do calor do Vale.

Como disse anteriormente a água é abundante na região, jaha vista a presença de muitos regatos e ribeirões pelas margens da estrada.

Assim foi feito e os primeiros cinco foram no carro da Regina. Eu o outros fomos descendo a estrada  asfaltada até que, pouco mais de uma hora, encontramos o carro de volta. Colocamos as mochilas dentro e pegamos a descida.                                        
Pensando já no fim do caminho, nossa conversa fluiu para os momentos de alegria que compartilhamos nessa jornada, dura às vezes, tranquila na maioria, mas de cunho associativo e participativo.                                                           
A essa altura já tínhamos deixado o asfalto e passamos a caminhar por uma estrada plana de terra, com vista para a Serra Geral bem ao fundo.             


O relógio apontava para as 12.30 h quando adentramos em Guaratinguetá.A parecida só depois da ponte.
A chegada se deu por ruas tortas e no meio de um velho casario. Comercio variado, carros em movimento e o forte calor compunham o momento. Paramos em uma lanchonete para descanso e aproveitamos para comer uns sanduíches e refrigerantes, pois estávamos famintos. Nossa ideia era chegarmos juntos ao santuário, almoçarmos e dali haveria a dispersão.            


A travessia até o santuário prosseguiu ao cruzarmos a pequena Igreja de Bom Jesus, datada de 1772 e localizada numa simpática pracinha. Logo a seguir adentramos Aparecida ao cruzarmos o Rio Paraíba.

Finalmente, depois de doze dias de árdua caminhada (em certos trechos) alcançamos nosso objetivo: entrar no Santuário. Lá dentro fizemos nossas orações, cada qual a seu modo agradeceu à Virgem Aparecida as graças alcançadas, o bem estar e segurança com que caminhamos, o divertimento e alegria  compartilhadas e nosso feliz reencontro.

Aqui tudas as informações sobre o espetacular templo católico, visitado anualmente por mais de 11 milhões de fiéis.





      Abaixo o Maurício em fervorosa prece a N S Aparecida







Após as fotos nos dirigimos ao salão da Praça de Alimentação para uma refeição extremamente reparadora, antes regada a uma gelada cerveja.
Terminado o almoço, alguns( Hélia, Mario) pegaram suas mochilas e foram embora. Claudia, Vanda e Ronilda foram de taxi para Campos do Jordão tomar umas Baden Baden, segundo elas. 
Eu, Navarro,Mauricio e Sidão fomos conhecer a bela e antiga Matriz.
"            Construída pelo Padre José Alves Vilela em 1745, passou por  duas reformas, a primeira em 1760 e 1780, quando recebeu a nova fachada com duas torres e a segunda entre 1824 e 1834.
passados dez anos da última reforma, uma das torres não oferecia segurança. A mesa administrativa, que cuidava dosbens da Capela, pediu, em julho de 1844ao mestre pedreiro José Mello Costa que veificasse seu estado. Constatado o, perigo, a mesa decidiu, na seção de  26 de setembro deste ano, demolir a torre e construir outra, par o que foi autorizado pelo Juiz Provedor".
Mais sobre a história da Velha basílica leia aqui.

                                 




Ali muito me lembrei de minha avó Maria mãe de meu pai que, nos idos anos 50 com meu avô João e um ou outro neto, pegava a "Maria Fumaça" em São João del Rei, cruzava o Sul de Minas, via Lavras, Três Corações, São Lourenço, Itanhandu, Passa Quatro, Cruzeiro, chegava  em romaria  até Aparecida rezar e pagar suas promessas. 


Com certeza era uma jornada épica dadas as condições de conforto proporcionadas pelo comboio da EFOM-RMV- Estrada de Ferro Oeste de Minas - Rede Mineira de Viação).

Comentário Final

Esse foi um dos mais belos caminhos que já percorri. Paisagens belíssimas da Mantiqueira, povo hospitaleiro, pousadas/ hotéis bons uns, desconfortáveis outros, porém nada tirou o brilho e a alegria dessa jornada. Os organizadores estão de parabéns por essa grande iniciativa que favorece o turismo e incrementa o conhecimento.

O Caminho é bem sinalizado q e qualquer pessoa, pode percorrê-lo facilmente, apenas precisa de bom preparo físico.

Terminada nossa brava jornada estava eu  ali sozinho raciocinando como as coisas passam depressa.

Num comentário que fiz anos atrás, quando descrevi minha viagem às Missões Gaúchas, comecei dizendo que" a vida é uma peregrinação, mas muitos precissam fazer uma peregrinação para descobrir a vida"( J. Campbell, inglès do século XIX).

Fizemos uma peregrinação, alguns com o motivo esportivo, outros apenas participativo, mas no meu caso estive convicto que uma graça de N Sra Aparecida resolveu um problema que adquiri em outra caminhada e graças a sua interseção ao Pai, estou curado.

Rezei em agradecimento e com fervor para meus filhos, minha esposa, mãe, irmão e sobrinhos. enfim todos amigos e aqueles que me são próximos.

Navarro e Sidney foram de carro para São Paulo e o Bigode ficou esperando o irmão na praça da Velha Matriz. Despedimo-nos efusivamente desejando felicidade uns aos outros e esperando já o próximo encontro. 

Os amigos se foram e eu fiquei ali procurando um hotel. Peguei a mochila e fui caminhando devagar pelas proximidades do Santuário, olhando aqui e ali  á procura de um confortável hotel. Queria um que fosse perto o suficiente da rodoviária,que pudesse chegar a ela a pé.

Encontrei  o Faenician,( recomendo)de excelente estrutura e preço camarada. Fiz o "checkin" e fui para o quarto onde tomei um belo e demorado banho. Descansei e saí mais tarde saí para jantar. 

Já estava escuro e no caminho `à procura de um restaurante fui abordado, alguns passos depois, por uma pedinte negra que disse para ter cuidado com as pessoas pois muitas são malvadas e não têm piedade. Assaltam e ferem. 

Com esse conselho ela se afastou e não pediu nada. Fiz menção de dar-lhe uns trocados mas ela não quis.Nas redondezas do hotel não havia um restaurante próximo de modo que fui com cuidado e segurança até um deles e ali fiz minha refeição em paz. Voltei apreensivo.

Dormi em paz  e no dia seguinte após o café tomei um ônibus às 7.30h para o Aeroporto de Guarulhos, num trajeto que fez um périplo por Pindamonhangaba e São José dos Campos.Demorou mas chegou ao aeroporto.No momento um grande movimento de pessoas agitava o local.
                                     
Caminhei até o balcão da TAM, despachei a mochila e fui tomar uma cerveja, observando então com calma, o grande movimento que já era um prenuncio dos dias antecedentes à Copa.Ali mesmo comi um sanduíche, fui conhecer o novíssimo Terminal e voltei ao embarque.                         



O avião decolou tranquilo enquanto eu observava grandes aviões de diferentes companhias aéreas.O 747 acima não é mais fabricado. Belíssimo, tive a ventura de voar num deles na volta para o Brasil tempos atrás. 

Para quem não conhece, um trecho de  Vitória é mostrado aqui abaixo.



Ulisses, 
Vitória, 13 de junho de 2014.







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