quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Benson

Amigos pingófilos,
Sugiro degustarem uma autentica branquinha lá das Gerais, com tira gostos da melhor qualidade,    ouvindo o não menos fabuloso George Benson.
http://www.youtube.com/watch?v=voNjeUUcdSo

O cachacier

Em julho do ano passado postei um artigo sobre a cachaça, bebida mais consumida no Brasil. O comentario pode ser lido no endereço http://parnacaparao.blogspot.com/2011/07/o-clube-da-cachaca.
Como o tema é vasto a gente vai lendo, se informando e acaba descobrindo outras novidades á respeito da "quebra-goela,marvada,meu consolo, meu juizo", etc e uma variada denominação para a nossa popular canabrava.
Não confundir com aguardente, que é qualquer bebida destilada  com alto teor alcoólico.A cana usada e os processos de fermentação e destilação determinam a qualidade da cachaça. A cachaça boa  tem de ser límpida, sem gosto de alcool, com sabor agradável(cana ou rapadura), não queimar a garganta,não deixar hálito nem dar ressaca.
De acordo com nosso prezado sociólogo Fernando Henrique Cardoso, existem mais de 500 denominações catalogadas para a mais brasileira as bebidas.
Foi ele, por sinal, quem assinou o decreto que tornou essa bebida oficialmente nossa. A Lei nº 8.918, de 1994 diz que para ser cachaça o destilado tem que ser produzido em solo brasileiro e possuir teor alcoólico entre 38% e 48%. Hoje no Brasil existem mais de 4000 marcas de cachaça.
Algumas marcas investiram pesadamente em marketing e aprimoraram seus métodos de produção, com implantação de boas práticas de fabricação e processos especiais de destilação e envelhecimento.
A mineira GRM, vendida sob encomenda, ganhou medalha de ouro em um dos certames mais importantes dos Estados Unidos, o San Francisco World Spirits Competition.
A Weber House, uma cachaça envelhecida em barris de carvalho e bálsamo, ganhou quatro vezes medalhas de ouro e prata no Mundial Hyatt Cachaça Awards, de Bruxelas na Bélgica.
Muitas cachaças adquiriram status internacional como por exemplo a Havana(  tb denominada Anísio Santiago em razão da empresa cubana de rum Havana ter impugnado o nome) que por iso mesmo adquire preços astronomicos.
Já degustei dela e confesso que já bebí melhores.Na cidadezinha de Padre Paraiso no  Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais, estado produtor por excelencia, tive oportunidade de saborear a melhor cachaça até hoje.
Paracatu tambem já teve boas cachaças,hoje não sei se conseguiram manter a qualidade. Januária nem se fala, é a terra da cachaça com a Caribé, Aquino, Nova Aquino, etc
Essas regiões, assim como Salinas a maior produtora hoje, possuem solo e clima adequados ao cultivo de cana, alem da pouca chuva anual e isso faz com que produtores artesanais se esmerem na alambicagem de excelentes produtos.
Enumerar boas cachaças é uma questão de gosto individual.
Não ouso pagar 350,00 reais por uma garrafa de 750 ml da Havana ou 150,00 reais da Motinha, ou  da Indaiazinha e ainda da Canarinha.
Prefiro a cachaça do Seu José Pinto, a JP do distrito de Pompeu em Sabará ou a Botiqueira de São Tiago.
Antes daquelas, prefiro comprar 1litro de JB 15 anos que no free shop custa 45 dolares.
Mas esse papo todo é para dizer que, com a mudança do enfoque, a sofisticação da bebida, o consumo em lugares ditos sociais, as mulheres apreciando e claro, a conquista dos mais jovens e o refinamento das técnicas produtivas, a popular caninha hoje não possui mais aquele estigma depreciativo que surgiu nos anos 60-70 quando o bebum era chamado, pejorativamente de "cachaceiro".
A cachaça é vista hoje mais como uma bebida descolada. Quem diz isso são os profissionais conhecedores de cachaça chamados de cachaciers, someliiesr da cachaça ou simplesmente cachaceiros.
Hoje, festivais de cachaça e feiras até internacionais como a de Belo Horizonte, sempre em julho, atraem milhares de pessoas inclusive do estrangeiro.
O festival de Paraty no Rio de Janeiro, tem mais de 30 anos e já supera em público, a badalada Feira Literária Internacional de Paraty-FLIP.
Portanto amigos, quem quiser pode virar especialista no assunto, basta estudar e fazer cursos de especialização como o do SENAC  em Belo Horizonte.
Enfim o cachaceiro nunca foi tão valorizado.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O olhar de Verissimo sobre o BBB


Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A nova edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB  é a pura e suprema banalização do sexo.
Luis Fernando Veríssimo
É cronista e escritor brasileiro
Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros...todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB  é a realidade em busca do IBOPE.

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB . Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.


Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis? Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.

Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo dia.

Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis são inúmeras pessoas
, entidades sociais e beneficentes, Ongs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).

Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas
pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema...., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , ·visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. 
Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.

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