sábado, 28 de abril de 2012

A morte de cinco jovens

Cinco jovens morreram quando o carro que os conduzia para a Bahia caiu nas proximidades do rio Mucuri, logo após a fronteira do E.Santo com a Bahia.
Foi um acidente que chocou o público local e tornou-se manchete em todos os periódicos nacionais. Foi notícia em todos os jornais da tv e ainda alguns programas de repercussão nacional, como o Mais Você de Ana Maria Braga.
A história começou quando os cinco jovens- André 28,Izadora 21,Marlon 21,Amanda 22, Rosaflor 24, estudantes do Centro Universitário Norte do E.Santo-CEUNES, combinaram de passar o fim de semana em Prado(Ba) onde iriam participar de uma festa de aniversário da mãe de uma das jovens.
O motorista, proprietário do automóvel, saiu de Colatina em direção a São Mateus onde os outros quatro embarcaram por volta de seis e meia da tarde.
Às 19 horas saem de São Mateus rumo a cidade de Prado, trafegando pela BR 101sabidamente uma estrada de alto risco, ainda mais no trecho baiano.
Às dezenove e trinta foi feito o último contato com os familiares.Como não chegaram ao destino e angustiados com a demora do grupo, as famílias se desesperam e começam a procura no sábado pela manhã.
Os dias seguintes foram de suma angustia pois não havia notícia nenhuma e os celulares estavam sem comunicação. Isso despertou a astúcia dos policiais encarregados das buscas, pois não havia sentido em que cinco pessoas desaparecessem assim do nada.
As polícias capixaba e baiana uniram-se na procura, helicópteros foram usados, bombeiros, população das redondezas ajudou e assim continuou  no domingo e na segunda, com os policiais fazendo  a varredura na região.
Refizeram o trajeto dos jovens e  na noite de terça feira(24), por volta das 18 horas, a pollicia encontra o automóvel parcialmente submerso nas margens do rio Mucuri, 10 km após a divisa do ES com a Bahia.
O lamentável acidente acende a polemica em torno da segurança e confiabilidade das rodovias e ainda da habilidade dos motoristas.
Os fatos demonstram que o carro estava a 120 km/h quando foi encontrado e segundo a PRF, o motorista Andre não conseguiu fazer a curva e precipitou-se numa ribanceira de mais de trinta metros.
O outro moço foi atirado fora do veículo e ,segundo os peritos policiais, teria tentado ainda com vida escalar um barranco.
As outras quatro vítimas  foram encontradas atadas aos cintos de segurança do Fiat Punto, submerso numa área alagada de cerca de 1,5 m de profundidade , ao lado do rio Mucuri.
A hipotese de acidente foi considerada pela polícia porque houve interrupção simultanea dos sinais dos celulares.
Fica difícil acreditar que jovens sadios e estudiosos,zelosos e de bom carater ,tenham sido levados á morte por simples acidente.
Na verdade hoje em dia aumenta cada vez mais o número de  jovens, acostumados apenas a dirigir no transito das cidades, a se aventurarem no louco e pesado transito das rodovias.
Estas por sua vez, não mais suportam o volume de veículos, sendo agravado pelo traçado sinuoso e mal calculado trajeto. A sinalização e o mato muitas vezes são fatores agravantes de mortais acidentes.
Caminhões pesados e motoristas drogados e irresponsáveis tem sido uma das principais causas de acidentes fatais.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Freguesia da Vila Nova de Almeida- II

Em 14 de julho de 1880, chegava o Bispo Lacerda à cidade de Serra (São José do Queimado) e diz que "todo aquele numeroso povo se ajoelhava para cantar o Bendito em bela solfa, semelhante à de Vitória" numa clara referencia que estivera antes em Vitória, o que não está no livo.
Sua atuação nas localidades por onde andou, consistia em aplicar catequese, pregar, ouvir confissões,celebrações de missas, crismas, batizados, casamentos,comunhões, ofícios, reuniões,cuidados com os doentes,etc bem como os trabalhos burocráticos para com a Igreja tais como conceder indulgência, benzer pessoas,objetos,cemitérios, rezar em público e privado,encomendar os mortos, dar extrema-unção, alem de registrar tudo em relatório .
Fez uma verdadeira assistencia espiritual em massa, buscando suprir a costumeira falta de padres.
São constantes as reclamações do bispo acerca dos trabalhos que a burocracia da Igreja e seu próprio zelo apostólico lhe impõem.
E tem que cortar na própria carne, arrostando o concubinato dos padres...
Mas estes não eram grandes problemas.Sua verdadeira cruzada contra os protestantes e maçons, a mancebia, lhe valem permanentes dissabores. Em relação à maçonaria nunca abre a guarda...um exemplo  consta no dito relatório da visita pastoral de 1886-1887: "Soube que alguns Maçons (poucos) desta Vila (Itapemirim), alguns aliás sisudos,tinham resolvido abster-se de ser Padrinhos, devido isso em parte a Monsenhor Amorim e em parte talvez à notícia do que houve  na visita da Vitória em 1880". Realmente Christiano W.Fraga reproduz ou cita longos pronunciamentos e representações de membros da loja Maçônica União e Progresso de Vitória - ( fundada em 1872,fotos abaixo)

 


contra declarações e medidas hostís do prelado, durante sua visita pastoral.Os maçons não gostavam dele mesmo!
Na década de 1880, o mundo transita da era do capital para a era dos impérios,como explicam os dois livros de E.Hobsbawm, que possuem este título. 
A Inglaterra era a rainha dos mares e senhora das terras.
Quando dessas visitas às terras capixabas, o regime monárquico no Brasil encontra-se decadente, pressionado por problemas políticos, por uma crise monetário-financeira -que aumenta com a libertação dos escravos - e pelos ideais republicanos e abolicionistas.
Nos anos 1880, malgrada a grande depressão por que passa a economia mundial, o comercio do café trás certa prosperidade para o Brasil e para a província capixaba.
Na sua visita a Cachoeiro do Itapemirim D.Lacerda ouve os primeiros apitos de trem em terras capixabas e tem uma reação típica de ultramontano desconfiado e até descrente com o progresso:
   - " Nesta Freguesia, trata-se de começar uma estrada de ferro e já se inauguraram os trabalhos a 6 de janeiro(de 1886) e veio até o Presidente da Provincia .. Eu não fui ver. Dizem alguns que será a morte desta Vila, não porém de seus fazendeiros. Não é comigo".
Antigo professor de geografia em Mariana-MG, D.Lacerda se esforça para estabelecer um mapa da presença católica nas partes da diocese que visita.
Descreve as vilas e povoados percorridos e a natureza circundante. E para cumprir com uma obrigação sua, não se esquece de observar os acidentes naturais e contemplar as belezas da terra, reiteradas vezes registradas com admiração. 
Preocupa-se com a destruição do meio ambiente natural e nisso sua postura é atualíssima e tem o cuidado de registrar manifestações e costumes  religiosos, civís e oficiais.
D. Lacerda fornece indícios sobre a composição  de grupos sociais, as funções das autoridades e até tendencias políticas dos capixabas daquela época. Os usos e costumes que hoje são objeto de pesquisa e estudo do folclore, os nomes antigos dos locais(uns ainda se conservam, outros se perderam no tempo) constituem, do mesmo modo, fortes referencias para os pesquisadores. 
Sem contar os acidentes naturais( rios ainda sem nome e cursos em discussão) que tenta localizar e comentar, sempre comparando com as cartas geográficas que tem à vista e nas quais aponta muitos erros. Fornece notícias sobre  a proveniência de pessoas de Minas Gerais e do Rio; portanto esses relatórios servem tanto à história capixaba quanto  à de outros lugares.
Fala sobre os pioneiros de Piuma e Alfredo Chaves, descreve as casas dos colonos e sua situação financeira. Nos diversos territórios que pertenceram à grande Colônia do Rio Novo, já então extinta, indica as sessões coloniais com nomes femininos-Virgínia, Matilde, Carolina,Alexandrina.
Na questão dos limites com Minas Gerais,suas observações, favoráveis aos capixabas, documentam a expansão mineira rumo ao leste na região do antigo Quartel e Vila do Principe. E transcreve registros diversos( a maioria casamentos) do século XVIII constantes em livros eclesiásticos de Guarapari, que provavelmente não mais existem, com informações que podem servir de pistas para pesquisadores de vários temas.
Demonstra grande admiração por José de Anchieta, de quem já menciona a existencia até observações de imagem. Em certos trechos ressalta a figura do jesuita e registra  os esforços para reformar  a cela junto a Matriz de Assunção, na então Vila do Benevente, local em que se acredita ele tenhoa morrido.
Do seu ponto de vista, depara-se com uma população cheia de crendices, superstições, de relaxamento nas práticas religiosas pela falta de padres ou, pelo que mais teme, pela presença de sacerdotes não sujeitos á sua autoridade ou aos ideais que comunga. Com veemencia semelhante com que investe contra os maçons, ataca certos padres italianos por considerá-los inadequados à missão da igreja.
Em certo sentido o bispo Lacerda é um viajante que passa  pela provincia com um olhar "estrangeiro", considerada sua formação lazarista  e romanizada. Mas sua alma é brasileira e sente-se à vontade  na divisa Minas-Santo, por estar perto da realidade que conhece tão bem.
Estamos em  18 de agosto de 1880 e o Bispo Lacerda  chegou á Freguesia dos Santos Reis Magos da Vila Nova de Almeida, pomposo nome para o que hoje chamamos de "Nova Almeida".Veja aqui
No momento de sua chegada, estava formada na praia uma procissão, com duas fileiras quase que só de mulheres e meninos da escola e todos de mãos postas, diga-se de passagem.
Quando  apeou do cavalo as meninas lançaram flores sobre ele e a banda de música de Almeida tocou sua marcha, sem importar-se com a da Serra que começara a tocar desde que se teve vista da procissão( o que gerou ciúmes dos Almeidenses) sendo saudado pelo Presidente da Cãmara Municipal José da Rocha Coutinho Soeiro, que leu um discurso cheio de respeito e sentimentos católicos.
O Bispo respondeu agradecendo a uns e outros, serranos e almeidenses, dizendo que tantas demonstrações de veneração e amor serviam de lenitivo às saudades que trazia da Serra, sem porém apagá-las.
Dalí eles subiram uma extensa estrada sem casas, em ladeira desde o Porto até o alto em que está a Matriz e a maior parte da Vila.
D. Lacerda anota que a praça é vastíssima, quadrilátera, abrigando praticamente toda a povoação. Do alto avista-se a foz do(hoje)  Rio Reis Magos e a imensidão do oceano.
Está ele agora dentro da Matriz dos grandes padres jesuitas, ao som dos sinos e foguetes. Houve orações de costume, depois o Confíteor e Indulgencias e diz sentir uma vibração lembrando-se que alí estivera Pe. José de Anchieta  séculos atrás, pregando para uma plateia de indios. Houve ainda água benta e incenso e entoou-se o Te Deum.
veja aqui sobre a Igreja
Dos  índios presentes, uns seis estão lá com suas guararás(tambores), cassacos(paus dentados) e massacás(chocalhos)  soltando suas lúgubres e  monótonas vozes sem modulação alguma.
D. Lacerda  dirigiu-se, após a cerimonia, para a Casa da Camara, antiga casa dos Jesuitas,quase toda em ruinas mas que fora caiada na sua frente assim como a sala das Sessões e o quartinho onde ficaria para dormir.Serviria para seu abrigo no tempo que lá ficou.
Jantaram na casa do Vigário na companhia do Comendador Mercier ao som da banda de música da Serra para ciume dos almeidenses,que os seguiram pela praça, tocando e soltando foguetes.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O Bispo Pedro Maria de Lacerda - I

Falei dias atrás, que estou lendo os "Diarios das visitas pastorais de 1860 a 1866 à Provincia do Espírito Santo", de autoria de D. Pedro Maria de Lacerda.
Ele empreendeu duas visitas ao estado: a primeira dura dez meses e abrange a região contígua a Vitória e o vasto território que lhe fica ao norte.
Começa em junho de 1880 compreendendo Vitória,Vila Velha, Serra,Nova Almeida, Fundão, Santa Cruz, Riacho,Linhares,com navegação rio Doce acima até o povoado de Guandu e a divisa com Minas Gerais.Termina em 1881 após retorno pelas vilas litoraneas em que já estivera.
Já a segunda visita dura 13 meses e percorre o sul da província capixaba. Começa em 14 de fevereiro quando parte da Corte e chega no dia seguinte a Itapemirim. Depois inclui Piúma,Benevente(atual Anchieta),Guarapari, Alfredo Chaves, Cachoeiro do Itapemirim,Castelo, Conceição do Castelo,(que ele chama de Alfonsino do nome do extinto aldeamento imperial), Rio Pardo(atual Iúna), arraial do Espírito Santo(depois Espírito Santo do Rio Pardo, atual Muniz Freire),Alto Guandu(hoje Afonso Claudio), Alegre, Vala do Souza(Jerônimo Monteiro) e se encerra em Itapemirim em 27 de março de 1887, chegando à corte no dia seguinte. Ufa!!! tudo a cavalo e/ou canoa!
São preciosas suas informações sobre as condições das fazendas, seus nomes, os fazendeiros visitados, os escravos libertos, imigrantes, sitiantes e suas familias, os caminhos e percursos então existentes; a dinâmica de ocupação do solo capixaba, os costumes dos moradores com quem teve contato;as diferenças entre pessoas pela condição social e as igualdades perante questões de saúde e de morte.
Tambem fornece indícios sobre a composição de grupos sociais,, as funções das autoridades e até as tendencias políticas dos capixabas daquela época.
Os usos e costumes, os nomes antigos dos locais(uns ainda se conservam,outros se perderam no tempo) constituem, do mesmo modo, fortes referencias para pesquisa.
Fornece notícias sobre a proveniência de pessoas de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, fala sobre os pioneiros de Piúma e Alfredo Chaves e descreve as casas dos colonos italianos e sua situaão financeira.
Enfim percorre um Espírito Santo antigo, litorâneo e interiorano e a implantação da primeira ferrovia capixaba (Cachoeiro do Itapemirim) mas passa tambem ao longo de um E.Santo  que está quase todo no futuro( Linhares e a região do Rio Doce).
Nos próximos "posts" colocarei algumas passagens interessantes vivenciados pelo Bispo Pedro Maria de Lacerda em seu périplo pelo interior do estado.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Distrito de Cabeça Quebrada

O distrito de Cabeça Quebrada é uma comunidade localizada a oeste de quem, partindo de Vitória desce a BR 101 rumo ao sul do estado.  Pertence ao município de Anchieta e é pouco conhecido dos turistas justamente por ser uma comunidade exclusivamente rural, pois para lá se dirigem apenas os residentes, proprietários rurais.
Foi para lá que rumamos no último domingo com a finalidade de explorar seus altos montes, numa caminhada de 18 km de fortes subidas e descidas.
Logo que chegamos ao posto Jaqueira cerca de 15 km do trevo de Guarapari, por volta de  7.15 da manhã, paramos para o tradicional café e agrupamento das duas vans de andarilhos que foram contratadas para o deslocamento, pois uma chegou mais tarde devido um pneu furado.
Dali partimos numa estradinha asfaltada até a localidade de São Miguel, porta de entrada para os altos montes até Cabeça Quebrada e com destino final para a Cachoeira do Bravim.São Miguel é uma diminuta mas simpática comunidade onde desponta uma bela igrejinha com seu pórtico característico.
Após a tradicional preleção e o alongamento costumeiro, pusemo-nos a caminho descendo uma rua asfaltada por cerca de 500 metros para então dobrar á esquerda, numa estradinha de terra batida em frente a escola Família Agrícola, tradicional fonte de ensino das práticas agrícolas aos filhos dos ruralistas, coisa muito característica das famílias italianas e alemãs do E. Santo.

Passada essa entrada começamos uma verdadeira subida com  5 km de extenção. Do pé da escola pudemos observar a silhueta da serra que mais tarde seria transposta.
Os andarilhos ao que parece, não estavam preocupados com a dificuldade da escalada a notar a descontração reinante entre eles.
 Um solitário casarão na subida da montanha refletia a presença solitária do homem
A subida prossegue a essa altura com o sol queimando a pele dos menos avisados e constata-se que a monocultura predomina na região. Ora é café, ora cultura de bananas a perder de vista, mas o cenário é belo e provoca a cobiça dos fotógrafos em busca dos melhores angulos.
São Miguel estava lá embaixo, bem diminuto.
 
A beleza da mata Atlantica é notada constantemente, não só pela conservação mas tambem por sua exuberancia.Passamos no meio de muitas árvores de madeira de lei com mais de 30 metros de altura.


Do alto uma impressionante vista da planície lá embaixo onde, com algum esforço e caso o tempo esteja bem claro, avista-se até o oceano Atlantico.

Nesse meio tempo já havíamos parado duas vezes para hidratação e lanche, fornecidos pelo nosso carro de apoio. Caminhar assim com esforço dobrado pela própria subida e sol forte dá fome e sede. Nesse caso não houve problemas pois estavamos bem abastecidos.
Uma flor comum aqui, uma casinha de joão-de-barro  especializado em arquitetura habitacional alí adiante, davam uma nota pitoresca do caminho, embelezado ainda por floradas e a mata verdejante.



Uma das características  marcantes do Espírito Santo é a forte presença dos usos e costumes dos imigrantes italianos e alemães, que aqui aportaram nos meados dos anos 1800. Isto pode ser constatado pelas típicas construções rurais nas comunidades pequenas e aconchegantes, com suas igrejinhas diminutas e absolutamente bem cuidadas.
Suas plantações de café, banana e hortaliças são de excelente qualidade, resultado da dura lide diária. Seus cafés tem sido campeões de qualidade em certames internacionais.
Suas cachaças artesanais são famosas.
Suas casas antigas são conservadas na medida do possível, pois hodiernamente seria impossível habitá-las se não forem restauradas. As comunidades sendo religiosas no hábito transmitido de geração após geração preservam suas crenças e rezas de maneira fervorosa.

Pouco depois por volta de 10 h passamos pela comunidade de Cabeça Quebrada e havia uma missa sendo rezada na igrejinha local, com boa presença dos habitantes locais.
Caminho que segue após duas horas e meia de forte subida agora enfrentamos o inverso. A descida é penosa e alguns andarilhos começam a reclamar da dor nos joelhos. Descer sempre é um problema para quem tem lesões nos joelhos ou tornozelos.
Como para baixo todo santo ajuda cheguei a um buteco no meio de umas casinhas onde, invariavelmente como costume dos interioranos italianos ou alemães, havia um campinho de futebol. O campo de futebol e a quadra de "bocha", são típicos desses lugares, assim como os jardins em volta das casas.

Alguns andarilhos já haviam chegado e degustavam uma cerveja. Tomei uns dois copos para repor o gasto ficamos ali uns minutos para descansar e refazer as energias.
Um garoto no gramado procurava exercitar suas habilidades e fiz umas graças com o moleque fazendo umas embaixadinhas com a pelota. Fizemos uma aposta e fiz 58 embaixadinhas antes da bola cair. Ainda perturbo dentro de campo, sô!O Ronaldinho local ficou todo prosa com sua foto.
Após este breve pausa, prosseguimos por mais 4 km para chegarmos na Cachoeira Bravim, local final da caminhada e onde seria o almoço. Nessa época de chuvas escassas a cachoeira não estava no seu pleno esplendor.
Eu e alguns outros arriscamos um banho nas suas  águas geladas e depois disso fomos tomar umas cervejas e almoçar, pois a fome estava de matar. Ficamos lá prosendo até 16 horas quando pegamos o caminho de volta para chegarmos em Vitória ás 17.30h.


                                                                  


sábado, 21 de abril de 2012

A feijoada do tio de Pedro Nava

Conforme crônica aqui postada tempos atrás, comentei sobre a diversidade da obra de Pedro Nava, que de tão rica mais parece uma enciclopédia.O homem sabia de tudo nos mínimos detalhes.
Dentre as milhares de narrativas que me encantaram, passo a descrever a feijoada completa semanal que Pedro participava na casa de seu Tio Heitor Modesto de Almeida, pessoa que muito o influenciou em toda sua vida.
Antes um parênteses:
Segundo Pedro Nava a feijoada é prato legitimamente carioca, tendo sido inventado  na Rua General Câmara, no famoso restaurante G.Lobo, cujo nome se dizia contraído em Globo.”Não se pode dizer que tenha sido uma criação espontânea,pois antes é a evolução venerável de pratos latinos como o cassoulet”francês que é  um ragout de feijão branco com carne de ganso, de pato ou carneiro- que pede panela de grés- cassole- para ser preparado. 
Passando os Pirineus, é ainda com o feijão branco, com toucinho imaculado e com ebúrnea pele de porco que os castelhanos urdem suas judias-à-la bretagne.O nome mesmo mostra que o acepipe veio de fora e das Gálias. Seguindo o caminho das invasões, ele atravessa Tui, Ciudad Rodrigo,Badajos, Huelva- ganha Tavira, Elvas, Guarda e Valença de MInho para espalhar-se por Portugal na forma do guando cozido com carne de porco e paio.Mestre Lobo da Rua General Cãmara, tomou dessa muda européia, plantou e ela pegou aqui no tronco da feijoada-completa-do-hino-nacional.
Suas variantes brasileiras radicam principalmente em usar o feijão mais comum na região e em juntar ao porco outras carnes, miúdos e legumes encontradiços nos locais.. A falação é a mesma, só muda o sotaque. Pernambucana, cearense, piauiense, baiana são sobejamente conhecidas por Pedro Nava por conta dos laços parentescos, a baiana, por exemplo, pela tia de sua mulher, ele diz que tem a suntuosidade de sua rabada,dos anteparos de sua costela de vaca, do seu arco-íris de louro, açafrão,gengibre, cravo e coentro, cebola, salsalho e com seu fogo de artifício- pimenta malagueta curtida no gengibre”.
Sabe Pedro das delícias da feijoada mineira de sua mãe, da paulista de Dona Luisa, e das ecléticas Pernambuco - Minas, ou a do eixo Minas – Rio de Maria do Carmo e José Nabuco. De todas, ele diz que a mais incrível é a ortodoxa-católica-apostólica-romana, a carioca  de G.Lobo-Globo- sacramento este que comungou no cozinha insigne do Tio Heitor.
Vamos á descrição:
“Ele próprio gostava de escolher o feijão mais igual, mais preto,mais no ponto, grãos do mesmo tamanho e do mesmo ônix. Ele mesmo é que comprava o lombo, a carne de peito, a lingüiça e os ingredientes de fumeiro com o que ia compor e orquestrar.A couve mais verde, a farinha mais seca e o torresmo mais escorregadio.Seu grande truque era  cozinhar sem esmagar um só grão e depois de pronto,dividir em dois lotes. Tomava de dois terços e tirava seu caldo, peneirando. Um terço, esse sim! Era amassado, passado,livrado das cascas, apurado e esse caldo grosso é que ia ser novamente misturado aos grãos inteiros. Era assim que sua casa não se via a desonra da feijoada aguada.
Toda a carne fresca, a seca e a do fumeiro, era cozida no caldo mais ralo tirado da primeira porção. Só o lombo era feito sem contato, desobrigado de outro gosto senão o de sua natureza, o da vinha-d’alhos em que dormira e o das rodelas de limão que o guarneciam.
Quando havia uma enfiada de feriados o Sr Modesto preferia preparar de véspera porque, sustentava, a feijoada dormida e entranhada era mais saborosa. Foi ao estro de sua mesa que pus em dia a melhor maneira de degustar a imensa iguaria.
Prato fundo, já se vê, de sopa! Nele se esmagam quatro a cinco pimentas-malaguetas entre verdes e maduras, frescas ou danadas no vinagre. Tiram-se-lhes carocinhos e cascas deixa-se só a linfa viva que é diluída num caldo de um limão.
Esse corrosivo é espalhado em toda a extensão do prato e então farinha á vontade para deixar embeber. Retira-se o excesso que volta para a farinheira. Sobre a crosta que ficou, vai a primeira camada de feijão e mais uma de pouca farinha..
Edifica-se com superposições de couve,de farinha, de feijão, de farinha, das carnes, e gorduras e do respaldo mais espesso cobertura final de farinha.. Espera-se um pouco para os líquidos serem chupados, aspirados, mata-borrados e come-se sem misturar. Sobre o fundo musical e uniforme do feijão, sentem-se os graves do fumeiro, o maestoso do lombo, as harmonias do toucinho e os agudos, os álacres,os relâmpagos e os inesperados do subsolo da pimenta malagueta. E só. Um prato só. É de boa regra não repetir a feijoada completa,porque o bis-como o deboche- é reprovável.
A versatilidade do feijão é que permite a combinação das feijoadas regionais brasileiras a qualquer farinha. A grossa, farinha de pau do Maranhão. A fresca ou torrada. Simples ou com farofa de ovo ou de torresmo, ou dos dois. A farinha de milho seca, na sua pasta de angu, ou na pulverulencia úmida do cuzcuz de sal. Meu tio Modesto aconselhava a de mandioca simples, sem torrar ou então a de sal grosso, folha de cebola miúda, embalada na hora com água fervendo.
E fora disso, só couve. Isso de feijoada completa com arroz, laranja é heresia:o primeiro abranda e a segunda corta o gosto. E este deve ser preservado dentro da exuberância e do exagero da sua natureza barroca. Barroco-eis o termo!. Porque como obra de arte ( e levando em conta que”....Baudelaire avait bien dit que lês odeurs,lês coleurs e les sons se répondent) a Feijoada Completa Nacional está para o gosto, como os redondos de São Francisco de Assis em São João Del Rei, a imobilidade tumultuária dos profetas em Congonhas do Campo e a Ceia de Ataíde, no Colégio do Caraça, estão para os olhos.
Ainda barroco e mais, orquestral e sinfônico, o rei dos pratos brasileiros está para a boca e a língua como, para o ouvido,- as ondulações, os flamboiantes, os deslumbramentos, os adejamentos, a ourivesaria de chuva e o plataresco dos mestres mineiros da música sacra e do Trio em Dó Maior para dois oboés e corninglês- Opus 87 de Ludwig van Beethoven.
Depois da feijoada, assim como depois da orgia, a carne é triste. Não a do prato. A nossa, pecadora. Patriótica ela serve tanto á Unidade Nacional como essa língua assim “dulcíssona e canora” que Portugal nos ofertou.


Obs: Pedro Nava exímio conhecedor da língua portuguesa, versado em francês e latim, nos brinda com expressões que só com auxílio do Aurélio conseguimos entender.
Ele cita André Guide( Journal-1942-1949) para subscrever sua declaração de amor á França, verdadeira pátria da cultura ocidental.
  J’e me sens issu de la culture française:m’y rattache de toutes lês forces de mon coeur et  de mon spirit. J’e ne  puis m’ecarter de cette culture qu’em me perdant de vue e et qu’em cessant de me sentir moi-même”

quinta-feira, 19 de abril de 2012

A corrupção continua...



Não deixem de assistir ao vídeo todo, em que o jornalista Políbio Braga comenta uma escandalosa matéria de capa da revista VEJA. Uma matéria que causa espanto e muita preocupação com o futuro deste país.


http://static.livestream.com/grid/LSPlayer.swf?hash=8mkv8%22

Os estádios da Copa

Esse blog originalmente tem a intenção de publicar minhas impressões sobre os lugares, personagens,eventos, etc, que visito quando pratico minhas caminhadas.
Em tempos de preparo para outra longa jornada, avanço sobre outros temas que, de certo modo, são parte do nosso cotidiano.
Por meio da imprensa escrita ou televisiva, somos diariamente massacrados pelas manchetes referentes á violencia contra a pessoa, principalmente contra as mulheres que está aumentando, acidentes do transito, a absurda deficiencia dos hospitais públicos, com as frequentes cenas de pessoas aboletadas nas macas dos corredores( pergunte se algum político quer se tratr no SUS), falta de médicos ou suas inevitáveis greves contra os baixos salários, os assaltos e roubos muitas vezes seguidos de morte, corrupção no meio policial,  e mais frequentemente sobre a infindável roubalheira do dinheiro público.
Bicheiros, políticos, advogados pilantras,jornalistas venais, policiais, juizes, autoridades, governadores, todos estão metidos em cabeludas falctruas que jamais são resolvidas pelo incrível cipoal que são nossas leis, pelo poder do dinheiro dispendido nas causas advocatícias em ações protelatórias, pelo corportivismo reinante entre os profissionais e a população assiste com passividade bovina o desenrolar dos acontecimentos, sempre um neutralizando o anterior.
O caso do senador Demóstenes Torres é emblemático.
Caso esse pilantara não seja punido e defenestrado da vida pública, a exemplo dos outros 38 mensaleiros, é sinal de degradação moral de uma república.
Com respeito aos mensaleiros o revisor da matéria, ministro Leviandovski, ponderou que seu relatório pode atrazar( propositadamente claro) e o julgamento cair em prescrição.
Nada de surpresa quanto a isso, pois o dito Leviandovisk, é cumpanhero de Lula desde os tempos de sindicalistas em S. Bernardo do Campo. Tomavam umas 51 lá nos butecos da cidade.
Já dizia um meu antigo chefe: "Um gambá cheira o outro".
Dentre as manchetes mais frequentes nas páginas dos jornais está a que trata do superfaturamentodas obras dos estádios para a Copa do Mundo.
Décadas atráz disse De Gaulle que "Le Bresil ne cést  pas un pays serieux"coisa que muita gente hoje acha verdade.Alíás nem precisava De Gaulle dizer isso, todos nós sabemos que aqui é uma casa de mãe Joana.
Agora os políticos e empreiteiros estão associados na divisão das milionárias obras de construção/reforma dos estádios.
Tomemos o exemplo do estadio Mané Garincha em Braília.
Em primeiro lugar alí NUNCA  poderia ser construido estádio algum, pois a capital do país não possui clube de futebol e sua população torce declaradamente pelos times do Rio, São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul e clubes do Nordeste.Não há tradição futebolística na capital do país.
Pela segunda vez consecutiva o Tribunal de Contas do Distrito Federal identificou “graves irregularidades” no pagamento das obras do Estádio Mané Garrincha, que terá capacidade para 72 mil torcedores.
Na prática, o TCDF tem indícios de que o governo petista de Agnelo Queiroz está pagando por obras não realizadas, além de desembolsar outras despesas em dobro.Obras são pagas em duplicidade.
Os responsáveis pela obra pediram para prorrogar por 30 dias o prazo de apresentação das justificativas às irregularidades encontradas.
O gerente do governo para as obras da Copa, Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete de Agnelo Queiroz, afastou-se do cargo na semana passado, acusado de envolvimento no escândalo liderado por Carlinhos Cachoeira.
O orçamento original do estádio era de R$ 650 milhões. Porém, nesse valor não estão incluídos os seguintes investimentos, segundo o Ministério Público do Distrito Federal:
Sistema de cobertura fixa e retrátil,
Projetores para iluminação do campo e arquibancadas,
Cadeiras para público e autoridades,
Gramado,
Túnel que liga o estádio e o Centro de Convenções,
Áreas externas ao estádio, como estacionamentos e helipontos,
Fornecimento e instalação do sistema de Broadcasting.
Quando tudo isso estiver concluído, o custo da obra passará de R$ 1 bilhão, na estimativa dos técnicos do Ministério Público. Isso sem contar com o pagamento de serviços em dobro, como já foi constatado pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal.
Enquanto isso as ruas do DF estão esburacadas, as escolas caindo aos pedaços, há falta de médicos e medicamentos, tem um serviço de transporte público vergonhoso, etc... traduzindo, caos e paralisia.
Mas quando o assunto é "copa de 2014", sobra dinheiro (literalmente) para investimento. Mas como todo bom brasileiro, devemos sempre lembrar também que, o dinheiro ou vai para o ralo ou vai para o bolso, bolsa, cueca ou meia de algum político. Esse é o país das cachoeiras de dinheiro público.
Essse é apenas o estadio Mané Garrincha... já pensou quando fizermos as contas dos outros onze estádios?
Enquanto isso.... senadores e deputados chegam para trabalhar na terça feira e retornam na quinta para suas cidades. Vereadores e deputados estaduais se dizem uns coitados e se concedem aumentos salariais indecentes.Possuem de 15 a 18 salários ao ano.
De Gaulle estava cheio de razão. Onde está o general?

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Diários de D.Pedro Maria Lacerda

Lendo "A Gazeta" de domingo dia 15 de abril deparei-me com artigo intitulado O olhar pastoral de um visitante, que são os escritos do bispo D.Pedro Maria de Lacerda, da pastoral do Rio de Janeiro em sua visita ao Espirito Santo em 15 de abril de 1886 e que se denominam "Diarios das visitas pastorais de 1860 a 1866 à Provincia do Espírito Santol".
A importancia desses apontamentos cresce quando se considera a escassez de documentos reveladores do cotidiano da época no Espírito Santo.
O manuscrito contem mais de mil páginas distribuidas em três volumes ou cadernos.
O Bispo Lacerda oferece um amplo panorama da época e através de seu relato pode-se vislumbrar o Espírito Santo do final do século XIX, com suas paisagens urbanas e naturais, costumes e personalidades.
A publicação desse documento elaborado pela museóloga Maria Clara Medeiros Santos Neves,representa a continuação de um trabalho semelhante feito anteriormente e que deu origem ao livro intitulado "O Espírito Santo em princípios de século XIX" baseado nos Apontamentos de outro bispo - D.José Caetano da Silva Coutinho- que visitou o E.Santo entre 1812 e 1819.
Vou comprar o livro e aproveitar o conteúdo pois é de um gênero do qual sou admirador.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Semana Santa em São João del Rei

Quem nunca foi deve, em prol da cultura e religiosidade,ir à São João del Rei para assistir ás solenidades da Semana Santa. É um espetáculo único e sem dúvida, dos mais concorridos de todas as cidades históricas de Minas Gerais.

Pode-se inclusive arriscar a dizer que a Semana Santa evidencia os traços mais fortes da identidade no município que – perdoe Jorge Ben Jor – é abençoado por Deus, bonito por natureza e incrementado pelas mãos dos homens cheios de fé. Aqueles que levantaram tantas igrejas na cidade, colocaram sinos – que “falam” – no alto das torres e ajudaram ao longo dos séculos nas celebrações da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.
Mais do que cartões postais, símbolos e práticas recorrentes, o sacro na cidade se manifesta em notas, melodias e sons típicos.

A tradição marca as celebrações da Semana Santa em São João del-Rei há exatos 301 anos. Muitos dos ritos são preservados pelos fiéis que os sustentam com fé e dedicação.
Nem mesmo as reformas litúrgicas realizadas pela Igreja eliminaram a realização de alguns atos. Assim acontece com o Ofício de Trevas, liturgia que tem origem no século IV e que é realizada de forma completa somente na cidade de São João del-Rei, em todo o mundo.

Há 50 anos a Igreja Católica realizava o Concílio Vaticano II que trouxe reformas na liturgia e celebrações. Com tais mudanças, o Ofício de Trevas teve alguns cantos abreviados e foi deixando de ser celebrado na maioria dos lugares. 
 
Porém, em São João del-Rei, na Paróquia Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar,  ele é mantido na sua integridade. O povo se reúne em grande número, na Quarta-feira Santa à noite, Sexta-feira da Paixão e no Sábado Santo pela manhã para a celebração. O momento é marcado pelas composições do Pe. José Maria Xavier, cantadas pela Orquestra “Ribeiro Bastos”.


Através dos cantos de salmos, das lamentações, de cantos de Santo Agostinho e de leituras do novo testamento nós procuramos contemplar os sentimentos que estavam no coração de Jesus na sua paixão. Nós revivemos, através da liturgia da igreja, a sua paixão e morte”, define o sentido do Ofício de Trevas, padre Geraldo Magela, pároco local .

Ele explica ainda a importância dos símbolos nessa celebração. “Temos um grande candelabro de 15 velas em forma de triângulo que representa a glória de Cristo. A cada salmo cantado uma vela é apagada simbolizando a glória de Cristo que se apaga em seu caminho”. Padre Geraldo completa dizendo que apenas a última vela se mantém acesa, pois ela representa a luz de Cristo que não se apaga, numa alusão a sua ressurreição.


 Fotos:saojoaodelreisite.com.br

Viajar,caminhar....pra que?

Viajar? Para viajar basta existir.
Vou de dia para dia, como de estação para estação,
No comboio do meu corpo, ou do meu destino,
Debruçado sobre as ruas e as praças,
Sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes como, afinal, as paisagens são.
A vida é o que fazemos dela.
As viagens são os viajantes.
O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos.
           
 Foi numa viagem ao Caparaó, ano passado....

                                                     No caminho uma pousada a ser instalada:
                                                              Casa do Café Teeiro, km 180 


                     Fotos  do maciço do Caparaó visto da BR 262 na entrada de Irupi
    O maciço do Caparaó visto da entrada de Alto Caparaó
                     Com a silhueta do Caparaó ao fundo, as cores da natureza se revelam 

                                                                Nem tudo são flores....
                                                       Subindo a serra a visão é deslumbrante
                     O  objetivo era o Pico do Cristal, menor 100 metros que o da Bandeira
      

                                                 Mais difícil que o Pico da Bandeira
                                        


                                             Acesso difícil e espinhoso e com belas nascentes
                                             Foi complicado devido o mau tempo.....voltamos e                                       capturei nosso belo satélite. Noite propícia aos namorados!!!


                                                         Um dia absolutamente fantástico!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

o Domingo de Ramos

Ontem foi Domingo de Ramos. Parece um domingo comum, mas para nós católicos reveste-se de grande importancia dentro da nossa formação religiosa.

É a festa litúrgica que celebra a entrada de Jesus Cristo na cidade de Jerusalém. É também a abertura da Semana Santa. Nesse dia, são comuns procissões em que os fiéis levam consigo ramos de oliveira ou palmeira, o que originou o nome da celebração.

Segundo os Evangelhos, Jesus foi para Jerusalém para celebrar a Páscoa Judaica com os(discípulos). Entrou na cidade como um Rei, mas sentado num jumentinho - o simbolo da humildade - e foi aclamado pela população como o Messias, o Rei de Israel. A multidão o aclamava: "Hosana ao Filho de Davi!" Isto aconteceu alguns dias antes da sua Paixão, Morte e Ressurreição. A Páscoa Cristã celebra então a Ressurreição de Jesus Cristo.

A procissão do Domingo de Ramos surgiu depois que um grupo de cristãos da Etéria fez uma peregrinação a Jerusalém e, ao retornar, procedeu na sua região da mesma forma que havia feito nos lugares santos, lembrando os momentos da Semana Santa. O costume passou a ser utilizado gradualmente por outras igrejas e, ao final da Idade Média, foi incorporado aos ritos da Semana Santa.

Os ramos que os fiéis levam consigo são abençoados pelo sacerdote. Então, este proclama o Evangelho da entrada de Jesus em Jerusalém, e inicia-se a procissão com algumas orações próprias da festa, rumo à igreja principal ou matriz.

O sentido da festa do Domingo de Ramos tratar tanto da entrada triunfal de Cristo em Jerusalém, e depois recordar sua Paixão, é que essas duas datas estão intrinsicamente unidas. A Igreja recorda que o mesmo Cristo que foi aclamado como Rei pela multidão no Domingo, é cruficidado sob o pedido da mesma multidão na Sexta. Assim, o Domingo de Ramos é um resumo dos acontecimentos da Semana Santa, e também sua solene abertura.

A paróquia que frequento, a Catedral de Vitoria ,estava lotada de fiéis para a missa das oito.Não havia mais lugares para todos permanecerem sentados. Fiz uma rápida avaliação do público presente  e calculei que havia umas quatrocentas pessoas.

Posso garantir que 95% eram pessoas de mais de 40 anos.Havia poucos jovens e umas poucas crianças.
Isso vai se refletir no futuro pois os jovens e crianças de hoje não estarão frequentando a igreja. Como ela sobreviverá?Como poderá uma nação se manter nos rumos da ordem, da moralidade,dos bons costumes, do respeito ás leis,da hierarquia, se nossos dirigentes,professores, cientistas,legisladores,sábios, enfim a classe governante ignorar o papel da Igreja.

O papel da igreja é orientar as pessoas  no desenvolvimento, de forma a influir  no comportamento dessas pessoas e motiva-las  a adotar  ações e atitudes que  possam não  ferir o direito, a ética e a fé, qualquer que seja o seu credo, a sua cor ou o seu status social. E constitui-se num grande desafio coletivo.

A Igreja Católica trouxe inúmeras contribuições para a sociedade e a humanidade. Foi destacado o papel social da Igreja como garantia da conservação e implementação de valores éticos e morais. Historicamente na sociedade feudal, a criança era vista como pequeno adulto e assistia a execuções de pessoas condenadas a morte. O clero observou que estes indivíduos desenvolviam posteriormente patologias mentais e traumas irreversíveis pelo registro de tais cenas.

E uma das contribuições para a saúde mental da criança foi conscientizar a sociedade da época o perigo de tal prática e retirá-la desse cenário macabro que a prejudicava em seu desenvolvimento infantil, garantindo-lhe o direito a saúde.

Dentre outras contribuições da Civilização Ocidental a Igreja Católica foi responsável pela criação de hospitais e universidades. Foi ela que muito impulsionou o desenvolvimento das Ciências.
Um em cada vinte dos maiores matemáticos da história foram da organização católica “Companhia de Jesus”. Cerca de  trinta e cinco crateras lunares tem nomes de cientistas jesuítas.
Teoria atômica, estudo do Egito Antigo e Física, foram algumas das áreas das Ciências que devem muito do seu desenvolvimento à IGREJA CATÓLICA.

O seu futuro depende da continuidade dos atos e ações emanados do Vaticano. Mas precisa ter seguidores fiéis, que vêm diminuindo gradativamente em função do materialismo.
Deus tem cada vez menos lugar. Mesmo que haja - e há - procura de espiritualidade, já não é necessariamente através da mediação da Igreja. Aliás, há uma imensa crise de fé, que atinge o próprio clero, e sinais de que o cristianismo  pode se tornar minoritário em todo o mundo.
Deus nos livre!

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