segunda-feira, 23 de abril de 2012

Distrito de Cabeça Quebrada

O distrito de Cabeça Quebrada é uma comunidade localizada a oeste de quem, partindo de Vitória desce a BR 101 rumo ao sul do estado.  Pertence ao município de Anchieta e é pouco conhecido dos turistas justamente por ser uma comunidade exclusivamente rural, pois para lá se dirigem apenas os residentes, proprietários rurais.
Foi para lá que rumamos no último domingo com a finalidade de explorar seus altos montes, numa caminhada de 18 km de fortes subidas e descidas.
Logo que chegamos ao posto Jaqueira cerca de 15 km do trevo de Guarapari, por volta de  7.15 da manhã, paramos para o tradicional café e agrupamento das duas vans de andarilhos que foram contratadas para o deslocamento, pois uma chegou mais tarde devido um pneu furado.
Dali partimos numa estradinha asfaltada até a localidade de São Miguel, porta de entrada para os altos montes até Cabeça Quebrada e com destino final para a Cachoeira do Bravim.São Miguel é uma diminuta mas simpática comunidade onde desponta uma bela igrejinha com seu pórtico característico.
Após a tradicional preleção e o alongamento costumeiro, pusemo-nos a caminho descendo uma rua asfaltada por cerca de 500 metros para então dobrar á esquerda, numa estradinha de terra batida em frente a escola Família Agrícola, tradicional fonte de ensino das práticas agrícolas aos filhos dos ruralistas, coisa muito característica das famílias italianas e alemãs do E. Santo.

Passada essa entrada começamos uma verdadeira subida com  5 km de extenção. Do pé da escola pudemos observar a silhueta da serra que mais tarde seria transposta.
Os andarilhos ao que parece, não estavam preocupados com a dificuldade da escalada a notar a descontração reinante entre eles.
 Um solitário casarão na subida da montanha refletia a presença solitária do homem
A subida prossegue a essa altura com o sol queimando a pele dos menos avisados e constata-se que a monocultura predomina na região. Ora é café, ora cultura de bananas a perder de vista, mas o cenário é belo e provoca a cobiça dos fotógrafos em busca dos melhores angulos.
São Miguel estava lá embaixo, bem diminuto.
 
A beleza da mata Atlantica é notada constantemente, não só pela conservação mas tambem por sua exuberancia.Passamos no meio de muitas árvores de madeira de lei com mais de 30 metros de altura.


Do alto uma impressionante vista da planície lá embaixo onde, com algum esforço e caso o tempo esteja bem claro, avista-se até o oceano Atlantico.

Nesse meio tempo já havíamos parado duas vezes para hidratação e lanche, fornecidos pelo nosso carro de apoio. Caminhar assim com esforço dobrado pela própria subida e sol forte dá fome e sede. Nesse caso não houve problemas pois estavamos bem abastecidos.
Uma flor comum aqui, uma casinha de joão-de-barro  especializado em arquitetura habitacional alí adiante, davam uma nota pitoresca do caminho, embelezado ainda por floradas e a mata verdejante.



Uma das características  marcantes do Espírito Santo é a forte presença dos usos e costumes dos imigrantes italianos e alemães, que aqui aportaram nos meados dos anos 1800. Isto pode ser constatado pelas típicas construções rurais nas comunidades pequenas e aconchegantes, com suas igrejinhas diminutas e absolutamente bem cuidadas.
Suas plantações de café, banana e hortaliças são de excelente qualidade, resultado da dura lide diária. Seus cafés tem sido campeões de qualidade em certames internacionais.
Suas cachaças artesanais são famosas.
Suas casas antigas são conservadas na medida do possível, pois hodiernamente seria impossível habitá-las se não forem restauradas. As comunidades sendo religiosas no hábito transmitido de geração após geração preservam suas crenças e rezas de maneira fervorosa.

Pouco depois por volta de 10 h passamos pela comunidade de Cabeça Quebrada e havia uma missa sendo rezada na igrejinha local, com boa presença dos habitantes locais.
Caminho que segue após duas horas e meia de forte subida agora enfrentamos o inverso. A descida é penosa e alguns andarilhos começam a reclamar da dor nos joelhos. Descer sempre é um problema para quem tem lesões nos joelhos ou tornozelos.
Como para baixo todo santo ajuda cheguei a um buteco no meio de umas casinhas onde, invariavelmente como costume dos interioranos italianos ou alemães, havia um campinho de futebol. O campo de futebol e a quadra de "bocha", são típicos desses lugares, assim como os jardins em volta das casas.

Alguns andarilhos já haviam chegado e degustavam uma cerveja. Tomei uns dois copos para repor o gasto ficamos ali uns minutos para descansar e refazer as energias.
Um garoto no gramado procurava exercitar suas habilidades e fiz umas graças com o moleque fazendo umas embaixadinhas com a pelota. Fizemos uma aposta e fiz 58 embaixadinhas antes da bola cair. Ainda perturbo dentro de campo, sô!O Ronaldinho local ficou todo prosa com sua foto.
Após este breve pausa, prosseguimos por mais 4 km para chegarmos na Cachoeira Bravim, local final da caminhada e onde seria o almoço. Nessa época de chuvas escassas a cachoeira não estava no seu pleno esplendor.
Eu e alguns outros arriscamos um banho nas suas  águas geladas e depois disso fomos tomar umas cervejas e almoçar, pois a fome estava de matar. Ficamos lá prosendo até 16 horas quando pegamos o caminho de volta para chegarmos em Vitória ás 17.30h.


                                                                  


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