segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Caminhada até a nascente do Rio Joeba- Anchieta/ES

No último fim de semana, fui com minha esposa e o casal sogro de meu filho, participar de uma caminhada ecológica até a nascente do Rio Joeba, afluente do Benevente, importante rio por onde se deu a subida dos primeiros imigrantes italianos até aquela região do Espírito Santo.
 
 O tempo não estava propício a caminhada alguma, mas a curtição do local e o entusiasmo dos"italianos" sobrepujou a dificuldade.
 
A festa, por assim dizer, é um acontecimento anual promovido todo mês de setembro, pelos descendentes dos primeiros italianos chegados ao Espírito Santo nos século XIX .
 
Segundo o sociólogo Renzo Grosselli, a expedição de Pietro Trebaldi foi o primeiro caso de partida de imigrantes da região norte da Itália para o Brasil. O nome da colônia criada no Espírito Santo, pelo governo Brasileiro, chamava-se Nova Trento que foi a primeira, de pelo menos  três Nova Trento, fundadas pelos trentinos em terras brasileiras.
 
Pode-se então dizer que Santa Cruz foi o berço da imigração italiana no Brasil.
 
A 1ª viagem de imigrantes aconteceu em 3 de janeiro de 1874 , saindo do porto de Genova no navio "La Sofia" e a segunda pelo "Rivadavia", ambos de bandeira francesa. O Sofia chegou ao Brasil em fevereiro de 1874 com386 famílias para as terras de Pietro Trabacchi em Santa Cruz.
 
Contudo, oficialmente, a imigração teve início com a chegada do Rivadavia, que aportou em 31 de maio de 1874, com 150 famílias, encaminhadas para Santa Leopoldina, de onde seguiram para Timbuí e fundaram Santa Teresa, localizadas no Espírito Santo.
 
De 1874 a 1894 seguiram-se outros navios; Mobely, Itália,Izabella, Berlino, Clementina, adria,, Savona,Citá de Genova, Maria Pia, etc. e finalmente o Mateo Bruzzo, com 528 famílias. No total perto de 33 mil imigrantes italianos se encaminharam para o Espírito Santo. (fonte: estaçãocapixaba.com.br).
 
Para melhor conhecimento da história da imigração italiana no Brasil, particularmente no E. Santo consulte imigração italiana.
 
Os poucos aventureiros que se animaram a caminhar na fria manhã do sábado, estiveram reunidos em frente da fábrica de biscoitos na pequena Joeba, distrito de Anchieta, onde um farto café da manhã foi servido. Bolos variados, doces, sucos, pães caseiros,  manteiga, leite, café etc. estavam estrategicamente distribuídos na grande mesa da moradia.
 

Logo após o café, a chuva até aquele momento fina, engrossou de vez inibindo o início do caminho. Ficamos ali esperando uma improvável diminuição do volume de água. Cerca de trinta minutos depois, como a chuva não dava sinais de ir embora, resolvemos partir assim mesmo. 
Alguns sem a menor proteção de uma simples capa ou guarda chuva.


 Fomos primeiro a uma pequena gruta na saída do vilarejo onde uma breve oração foi feita e começamos a subida por uma estrada rural que no momento estava bastante barrenta. Muita água descia pelas paredões de pedra.
 
Algumas residências localizadas á beira da estrada eram facilmente reconhecidas pelos caminhantes por se tratarem de evidentes parentes, amigos ou conhecidos.
 
Subimos bastante pouco podendo apreciar a paisagem devido a forte neblina. Sabe-se que de um determinado ponto da subida da serra, avista-se o oceano Atlântico bem ao longe, com as cidades costeiras de Marataízes, Anchieta, etc. O trecho estava bastante escorregadio e todo cuidado foi necessário para evitar uma queda.

Depois de  3 horas de caminho, chegamos a um ponto onde não foi possível prosseguir, uma vez que teríamos que atravessar o rio, subir mais no meio de umas pedras e descer pelo outro lado do morro e pela lógica dedução dos locais, muito escorregadio. Após algumas fotos,voltamos pelo mesmo caminho, sendo o regresso em declive mais rápido.
 
 
 

A fome apertou e ao chegarmos fui á casa dai irmã de Luis para um confortante banho quente e enfim o esperado almoço, pois todos estavam azuis de fome.
   
À mesa, coincidentemente, conversei com alguns andarilhos catarinenses que vieram fazer os Passos de Anchieta e aproveitaram o fim de semana para caminhar pelas montanhas capixabas. São da Associação dos Amigos do Caminho de Santiago e todos são
são calejados  em vários caminhos no Brasil e no próprio Compostela e por isso mesmo pude me informar adequadamente sobre esse famoso caminho que pretendo fazer no próximo ano.
              
Ao final do almoço, ficamos em animada conversa com familiares de uma casa ao lado onde um cheiroso churrasco, embalado pela saborosa Joeba Serrana, despertava a fome de novo.


 
Voltamos para Iriri para ainda saborearmos um capeletti acompanhado de uns cabernets e dormir um tranquilo sono.
 
 
















 

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