quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Costa Dourada/BA a Vila de Itaúnas/ES- uma caminhada à beira mar.

Fazer uma caminhada pelas areias da praia requer disposição e sobretudo bom preparo, pois a dificuldade no andar é sobretudo pelo esforço dispensado em trocar os passos na areia quando fofa.

Fui com amigos para a Vila de Itaúnas, distrito de Conceição da Barra, situada na região nordeste do ES, na fronteira com a Bahia, para conhecer e desfrutar das belezas locais.                                        
Saímos de Vitória pela BR 101 em direção a Linhares e Conceição da Barra, enfrentando as dificuldades inerentes a uma rodovia perigosa pelo grande movimento de veículos em pista simples. Pelo caminho constatamos um intenso movimento de carretas dos mais variados tipos e sobretudo as que transportam toras de eucalipto para a fábrica de celulose em Aracruz.
                     


Ao longo da rodovia, depois da cidade de João Neiva onde a topografia é m ais plana, vêem-se imensas pastagens coloridas pelo verde das gramíneas , inúmeros eucaliptais e uma grande quantidade de mangueiras totalmente carregadas, plantadas ou nascidas ao acaso, na beirada da estrada.
                     
Após atravessarmos a progressista cidade de Linhares, cruzamos mais à frente com a Reserva Natural da Vale, que é uma das maiores áreas protegidas de Mata Atlântica.

                                       A rodovia corta a reserva Natural
Está localizada em Linhares e desde que foi adquirida pela Vale, nos anos 50, alí já foram catalogadas mais de 2.800 espécies vegetais, cerca de 1.500 espécies de insetos mais de 110 mamíferos e cerca 380 aves, o que representa perto de 20% das espécies de aves registradas no Brasil. Possui ao todo 23 mil hectares e é aberta ao público, onde há espaço para caminhadas e trilhas, além de um Centro de Visitantes com informações diversas sobre educação ambiental.para melhores informações veja aqui os detalhes dessa importante RN.

             

Em que pese essa situação, a viagem transcorreu sem problemas e chegamos à Vila por volta de 19 horas, indo direto para a Pousada Zimbauê. Após as acomodações e apresentações costumeiras junto aos proprietários, fomos jantar na Casa de Berê, simpático local de comida boa e farta,onde  a proprietária muito gentilmente nos atendeu  mesmo sem aviso prévio.

                           

O lugarejo é pacato e de simples moradias, suas ruas são sem calçamento e carregam um história centenária. A peculiaridade do local são as dunas de areia que"migram" constantemente devido a ação dos fortes ventos.

A igreja local foi construída exatamente igual à antiga, que foi soterrada pela areia, assim como inúmeras outras casas.
     
O nosso jantar foi acompanhado de excelentes cabernets e carmeneres comprados em Vitória.                              

No dia seguinte seguimos na van para Costa Dourada-BA, local de início de nossa caminhada de 20 km. O caminho até lá é realizado no meio de grandes eucaliptais, perfeitamente simétricos e iguais, o que possibilita uma certa confusão, não fossem as placas indicativas.
                                 



Mesmo assim e com toda atenção, cometemos um erro de direção, fato que nos fez andar em círculo por uns 30 minutos. Acertado o local rumamos para Costa Dourada, lá chegando por volta de 9.30. Anote-se que Costa Dourada é um distrito de Mucuri e a Bahia não segue o horário de verão.
                                       
                  Esporadicamente avistam-se  exemplares exóticos perto da Coata Dourada


Nesta praia, que dá nome à região, as falésias de cor vermelha junto com a areia dourada, emprestam um colorido especial a esse trecho do litoral, principalmente ao nascer e por do sol.Os recifes são de belo colorido e dão uma ideia da dificuldade que seria enfrentá-los com a maré alta.
A vegetação de restinga predomina no alto das falésias, enquanto que ao nível do mar os recifes de águas transparentes refletem o dourado da areia.
Após algumas fotografias no local começamos nossa caminhada rumo a Riacho Doce, aproveitando a baixa-mar, uma vez que se a maré estiver na máxima, em dois locais à frente,seria impossível atravessar os recifes.
                                         
A imensidão da praia em sí é um atrativo importante. As águas são mornas, convidativas, mas não arriscamos adentrá-las, pois sem conhecer seria um risco desnecessário.

Ao longo do caminho até Riacho Doce o visual é  de rara beleza e tranquilidade, devido justamente a ausência de pessoas e residencias. O que se vê, localizadamente, são ranchos e abrigos construídos ao acaso, ou ainda algumas esporádicas casas de fazenda meio que abandonadas.
                           
Nesse ponto, atravessamos os perigosos recifes descobertos pela baixa-mar. O local requer equilíbrio e atenção, pois um simples escorregão pode ferir com severidade.
Chegamos ao Riacho Doce por volta de 12.30 h. O local é muito simples e isolado, mas nesse dia, umas trinta pessoas ali estavam aproveitando o calor do sol.                                                          

Última praia do ES antes da Bahia, o local tem um riacho- que é a divisa dos dois Estados- de cor escura e que segundo os entendidos, tem  águas  ricas em lanolina.
Dois ou três quiosques servem cerveja e coco gelado, além de peixe frito.
                               
 


  Tomamos banho nas escuras águas e ficamos ali uma meia hora para descanso e algumas cervejas.                      
Retomamos o caminho na areia atravessando o pequeno riacho e seguindo rumo a Itaúnas, agora debaixo de um sol forte e no plano inclinado da praia, uma vez que a maré começava a subir.              
O plano inclinado é prejudicial à coluna e assim eu e alguns preferimos caminhar pelo topo das dunas ao lado.
                               
Chegamos à Vila de Itaúnas ás 15.30 h ,logo nos dirigindo para um quiosque acima da praia visando um merecido descanso e comer algo. Escolhemos uma pescadinha frita de excelente qualidade, acompanhada de cerveja bem gelada.                    



Ali ficamos por meia hora apreciando a beleza natural da praia e nem o forte calor nos animou a dar uns mergulhos pois o mar estava muito"bravo", com fortes ondas tipo caixote, que arrebentam na linha costeira e costuma fazer grandes e perigosos buracos
                                         
Pouco depois atravessamos as dunas famosas e voltamos para a pousada, fotografando aquela bela paisagem. Voltei mais tarde para clicar o por do sol, que languidamente morria por sobre as dunas.
                             


Um relaxante banho foi o complemento ideal desse longo e quente dia, seguido mais tarde de outro jantar especial na casa de Berê. Parmiggiana com spaghuetti ao alho e óleo foi uma ótima pedida, acompanhado obviamente de bom vinho.
                                       
A sonolência depois do lauto jantar, foi a consequência imediata das taças de vinho ingeridas.
No dia seguinte voltamos para Vitória, parando para almoço no excelente Conceição Hotel em Linhares, tendo eu chegado a tempo de assistir à vitória do Cruzeiro, conquistando o tetracampeonato Brasileiro. Avante Cruzeiro!!!





quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Circuito Alto Paraju

Neste final de semana participei, junto aos amigos do 'andarilhos.org" de uma caminhada pelas belas paisagens da serra capixaba.
        

Desta vez, o percurso foi no município de Marechal Floriano, começando pelo caminho á altura do km 65 da BR 262, adentrando as estradinhas da serra.
  

O trajeto alternou subidas e descidas de variados graus de inclinação, onde trechos sombreados se intercalavam com outros onde estivemos mais expostos ao sol.
                                       
Por qualquer lado que se olhasse, o cenário revertia das tradicionais lavouras de café, passando pelo plantio de eucalipto, até o de maior peso na região que é a olericultura.
         
Muitos campos de hortaliças estão esparramados pelos mais variados locais assim como pequenos e médios lagos onde a criação de peixes dá sustento às famílias. Possantes bombas de irrigação estão instaladas para compensar a falta da preciosa chuva.
                                                       
Uma constatação inegável foi o baixo nível de água dos córregos. As preces para S. Pedro certamente estão entre as favoritas dos agricultores locais, a maioria absoluta descendente de alemães e italianos.
                                        
 


Uma característica marcante da região são as moradias. Descendentes de europeus, as casas são quase todas simples, porém os habitantes procuram exercitar a arte da jardinagem com esmero.

Dois dias antes havia caido uma verdadeira tromba d'água nas redondezas de Vitória e por isso temíamos novo temporal, o que acabou não acontecendo.
Em numero de 26, o movimento causou alguma espécie entre os variados moradores das diferentes comunidades por onde passamos. Muitos dos botecos ainda estavam fechados, impossibilitando assim o degustar de algum petisco. Como cada qual recebera um saquinho com um lanche, esse não foi o problema. A alegada falta da cerveja foi o motivo maior das reclamações.
                                               
Na comunidade de S. Sebastião do Alto Paraju, cuja igreja evidencia a religiosidade local,pudemos enfim apreciar uma rodada de cerveja, junto aos locais, que manifestaram surpresa com o número de malucos a caminhar naquele sol quente.
                                     
Com 19,5 km caminhados chegamos a Paraju, para oalmoço programado no restaurante da Cori, simpática dona do estabelecimento.
                            
Todos foram unânimes em considerar a limpeza do local, com os pratos e talheres impecavelmente limpos e a comida uma das melhores que já degustamos.
             

Ao fim da jornada ainda pude  fotografar esse belo ipê com uma verdadeira flor ( a moça chama-se Flor) nas sua sombra.
                                              

Voltamos para Vitória satisfeitos pela caminhada numa região de belas paisagens, onde os que gostam, exercitaram a fotografia. 

















































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