Fui com amigos para a Vila de Itaúnas, distrito de Conceição da Barra, situada na região nordeste do ES, na fronteira com a Bahia, para conhecer e desfrutar das belezas locais.
Saímos de Vitória pela BR 101 em direção a Linhares e Conceição da Barra, enfrentando as dificuldades inerentes a uma rodovia perigosa pelo grande movimento de veículos em pista simples. Pelo caminho constatamos um intenso movimento de carretas dos mais variados tipos e sobretudo as que transportam toras de eucalipto para a fábrica de celulose em Aracruz.
Ao longo da rodovia, depois da cidade de João Neiva onde a topografia é m ais plana, vêem-se imensas pastagens coloridas pelo verde das gramíneas , inúmeros eucaliptais e uma grande quantidade de mangueiras totalmente carregadas, plantadas ou nascidas ao acaso, na beirada da estrada.
Após atravessarmos a progressista cidade de Linhares, cruzamos mais à frente com a Reserva Natural da Vale, que é uma das maiores áreas protegidas de Mata Atlântica.
A rodovia corta a reserva Natural
Em que pese essa situação, a viagem transcorreu sem problemas e chegamos à Vila por volta de 19 horas, indo direto para a Pousada Zimbauê. Após as acomodações e apresentações costumeiras junto aos proprietários, fomos jantar na Casa de Berê, simpático local de comida boa e farta,onde a proprietária muito gentilmente nos atendeu mesmo sem aviso prévio.
O lugarejo é pacato e de simples moradias, suas ruas são sem calçamento e carregam um história centenária. A peculiaridade do local são as dunas de areia que"migram" constantemente devido a ação dos fortes ventos.
A igreja local foi construída exatamente igual à antiga, que foi soterrada pela areia, assim como inúmeras outras casas.
O nosso jantar foi acompanhado de excelentes cabernets e carmeneres comprados em Vitória.
No dia seguinte seguimos na van para Costa Dourada-BA, local de início de nossa caminhada de 20 km. O caminho até lá é realizado no meio de grandes eucaliptais, perfeitamente simétricos e iguais, o que possibilita uma certa confusão, não fossem as placas indicativas.
Mesmo assim e com toda atenção, cometemos um erro de direção, fato que nos fez andar em círculo por uns 30 minutos. Acertado o local rumamos para Costa Dourada, lá chegando por volta de 9.30. Anote-se que Costa Dourada é um distrito de Mucuri e a Bahia não segue o horário de verão.
Esporadicamente avistam-se exemplares exóticos perto da Coata Dourada
Nesta praia, que dá nome à região, as falésias de cor vermelha junto com a areia dourada, emprestam um colorido especial a esse trecho do litoral, principalmente ao nascer e por do sol.Os recifes são de belo colorido e dão uma ideia da dificuldade que seria enfrentá-los com a maré alta.
A vegetação de restinga predomina no alto das falésias, enquanto que ao nível do mar os recifes de águas transparentes refletem o dourado da areia.
Após algumas fotografias no local começamos nossa caminhada rumo a Riacho Doce, aproveitando a baixa-mar, uma vez que se a maré estiver na máxima, em dois locais à frente,seria impossível atravessar os recifes.
A imensidão da praia em sí é um atrativo importante. As águas são mornas, convidativas, mas não arriscamos adentrá-las, pois sem conhecer seria um risco desnecessário.
Ao longo do caminho até Riacho Doce o visual é de rara beleza e tranquilidade, devido justamente a ausência de pessoas e residencias. O que se vê, localizadamente, são ranchos e abrigos construídos ao acaso, ou ainda algumas esporádicas casas de fazenda meio que abandonadas.
Nesse ponto, atravessamos os perigosos recifes descobertos pela baixa-mar. O local requer equilíbrio e atenção, pois um simples escorregão pode ferir com severidade.
Chegamos ao Riacho Doce por volta de 12.30 h. O local é muito simples e isolado, mas nesse dia, umas trinta pessoas ali estavam aproveitando o calor do sol.
Última praia do ES antes da Bahia, o local tem um riacho- que é a divisa dos dois Estados- de cor escura e que segundo os entendidos, tem águas ricas em lanolina.
Dois ou três quiosques servem cerveja e coco gelado, além de peixe frito.
Tomamos banho nas escuras águas e ficamos ali uma meia hora para descanso e algumas cervejas.
Retomamos o caminho na areia atravessando o pequeno riacho e seguindo rumo a Itaúnas, agora debaixo de um sol forte e no plano inclinado da praia, uma vez que a maré começava a subir.
O plano inclinado é prejudicial à coluna e assim eu e alguns preferimos caminhar pelo topo das dunas ao lado.
Chegamos à Vila de Itaúnas ás 15.30 h ,logo nos dirigindo para um quiosque acima da praia visando um merecido descanso e comer algo. Escolhemos uma pescadinha frita de excelente qualidade, acompanhada de cerveja bem gelada.
Ali ficamos por meia hora apreciando a beleza natural da praia e nem o forte calor nos animou a dar uns mergulhos pois o mar estava muito"bravo", com fortes ondas tipo caixote, que arrebentam na linha costeira e costuma fazer grandes e perigosos buracos
Um relaxante banho foi o complemento ideal desse longo e quente dia, seguido mais tarde de outro jantar especial na casa de Berê. Parmiggiana com spaghuetti ao alho e óleo foi uma ótima pedida, acompanhado obviamente de bom vinho.
A sonolência depois do lauto jantar, foi a consequência imediata das taças de vinho ingeridas.
No dia seguinte voltamos para Vitória, parando para almoço no excelente Conceição Hotel em Linhares, tendo eu chegado a tempo de assistir à vitória do Cruzeiro, conquistando o tetracampeonato Brasileiro. Avante Cruzeiro!!!
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