domingo, 30 de junho de 2019

A chegada em Roma e depois a Trieste











A viagem transcorreu com muita tranquilidade, com o grande Boeing flutuando como uma pena. Pouquíssimos balanços,  uma ou outra zona de turbulência. Minha poltrona era a do corredor na fileira de três cadeiras , quase na cozinha do avião  ( questão de preferência) com MI no meio e um simpática senhora que estava indo para Milao, à  janela.                                                                                        
O café da manhã foi servido, no nosso horário  que para nós correspondia  mais ou menos 23 horas.Um frio sanduíche de pão com presunto foi amenizado pela quentura do café. Ainda bem.

Como passei a noite toda brigando com a posição daquela estreita poltrona,não consegui dormir. Apenas ao final devo ter cochilado por no máximo duas horas. Súbito despertei  ao ser acordado com barulhos ao lado. Eram os jovens meio agitados pelo pouso iminente. 

Maria Inês  que tambem não dormira me disse que estávamos chegando. Olhei pela   janela e as luzes de Roma  pareciam trêmulas velas,  algo encobertas pela bruma e o chuvisco.Amanhecia.

O pesado avião  tocou o solo com suavidade. Incrível como que uma aeronave daquele tamanho e peso consegue pousar sem aquela tradicional "pancada" a que estamos acostumadas no Brasil.

Rolou uns quinze  minutos pela pista e parou.Agitação de todos para retirar a bagagem  dos compartimentos.Não demorou muito, pois saímos pela porta trazeira. Um vento frio e uma chuva miúda nos saudaram  á chegada ao solo italiano. Pegamos um ônibus até a área específica.Como nossas malas estavam etiquetadas para Trieste,fomos despreocupadamente  andando para a área destinada aos estrangeiros. 

No meio do caminho parei num quiosque telefônico  perguntei o preço de um SIM (cartão ) da Vodafone. Assustei com o preço de 79 euros por um de 3 GB e porisso,agradecedo a gentileza da  bonita italliana, sai um tanto decepcionado. 



                            

Logo que chegamos à alfândega, entramos numa fila onde fomos prontamente atendidos. Na minha vez , o rapaz olhou para meu passaporte, me olhou e a seguir pediu que eu  tirase  os óculos. Achei estranho mas assim fiz, ele sorriu e disse: "Você se parece com o Papa Francesco, um pouco mais magro". Ri também e agradeci a gentileza. Ele carimbou nossos passaportes, deu o "arrivederci"e seguimos. Pensei comigo: Papa Francesco?"será "?

                               

Andamos pelo saguão do terminal chegando a zona de saída.  Ali teríamos que fazer o  check-in para Trieste, cujo vôo da Alitália  sairia duas horas depois. Encontrados os guichês da Alitália  fomos gentilmente  atendidos e dali saimos para procurar uma lanchonete.  Encontramos o Roma Café,  nas proximidades .Asseadíssimo, rápido nomatendimento. Pedimos capuccinos e sanduíches. Muito bons, segundo Maria Inês. Eu não comi nada porque estava ainda com o gosto do café do avião na boca. 


Estar num lugar desses é, para mim , ocasião única  para se observar os usos e  costumes do povo em geral. Indo ao toilette constatei o avanço tecnológico o deles:não ha torneiras, ou melhor, apenas tês tubos que,  ao se aproximar as mãos, saem respectivamente sabão, agua e ar quente, nessa sequencia.

Voltei a mesa do café e enquanto MI foi ao toilete, passei a observar as pessoas: um casal de alemães ao lado, três rapazes conversando numa lingua que me pareceu  croata  e uma funcionaria italiana  da limpeza falando ao celular com outra pessoa. Parecia briga de casal, mas creio que era o tradicional jeito italiano de travar amigáveis conversas uns com  os outros. 

Como aínda tínhamos mais de 90 minutos para o vôo seguinte, fomos ao pátio externo de chegada dos passageiros observar o movimento, tipo, quem chega ou sai.

Belos Mercedes, BMWs, Volvos e Toyotas,  todos de luxo,   chegavam ou saiam levando gente rica. Um luxo só. 

Logo depois, passando por uma movimentada fila de zig-zag, repleta de pessoas  nos dirigimos através de uma grande escada rolante, ao setor de embarque, com uma expectativa original. Havia muita gente nesse embarque, pois aquele setor se destinava a uma  centena de cidades do continente europeu , além de duzias de cidades italianas. Cidades de todos os nomes. Na fila ao lado da nossa, os passageiros para Catânia. Gosto dos nomes das cidades em geral e vou, mais tarde, procurar no Google a história de Catânia.  Adoro fazer essas pesquisas, pois no mínimo enriquecem seu conhecimento.

Ficamos ali sentados aguardando nosso chamado para o portão doze. Nesse meio tempo, dei uma circulada pelos arredores, visitando lojas e outras amenidades locais.

Nosso vôo para Trieste estava marcado para as 9.25h no A319 da Alitália. Ao chamado, caminhamos em zig zag por uma fila e achando que iriamos pelo finger, acabou que fomos direcionados para  um ônibus que rodou uns 10 minutos pelo imenso aeroporto  até a aeronave estacionada no pátio distante. No trajeto, observei a grandeza da Alitália e imagino  que, estacionados, estavam uns 50 aviões. 

A essa hora,estava uma bela manhã de sol,  contrastando com a chuva e  vento da hora da chegada e imaginei que lá em Trieste poderia estar um prolongamento desse belo tempo. Ledo engano . Mal alçou vôo, o A319 deu uma guinada para nordeste onde se percebia uma grande  nebulosidade no horizonte, para onde exatamente o avião se dirigiu.

Abaixo o Mar Adriático, do jeito de meus estudos no ginásio e cujo curriculum de geografia me levava a mundos longinquos.
Com 50 minutos de vôo atravessamos aquela espessa camada de nuvens .Coisa feia! Isso durou uns dez minutos, percebendo-se claramente  que o avião estava descendo, mas nada de terra. Cadê o chão?  Sou meio cabrero  com pousos e agora, caramba.....

De repente, vejo terra, ou melhor, nesgas de campos e alagadiços, sob imensa neblina Muitas fatias de terra devidamente cultivados e longos canais de irrigação. Uma planície típica da região. 
Num dia limpo, ve-se cá de cima, Veneza, Udine e os Dolomite,  com seus picos nevada.  Não tivemos hoje essa sorte. O avião fez a aproximação e pousou suavemente, sem tranco algum na pista encharcada. Não chuva forte, mas de forma consistente. 

Apenas um avião estava estacionado naquele frio e vazio terminal. Nossa bagagem chegou íntegra.  Na esteira de desembarque pegamos nossas pesadas  malas e nos dirigimos a saída,  mas havia uma outra esteira, antes da porta de saida, que leva a bagagem  para uma câmara de visualização,  tipo aquela tradicionais de raios X.  

Nós estavamos  com malas bem pesadas e não vimos nenhum mísero carrinho  pelas redondezas e o veadinho do funcionário,  vendo a dificuldade da MI em levantar as pesadas malas, não  moveu um dedo para ajudá-la. Filho da putinha! Tive eu que pegar as quatro malas e sair arrastando-as até o portaão de saida.

Já no saguão, o tempo foi passando e nada do Danilo aparecer, apesar de estar bem ciente do horário de nossa chegada. Daí já fiquei algo preocupado porque ele sairia de Basoviza, onde está localizado o Elettra e a distancia até o aeroporto é longa.
Com esse demora, me dirigi a uma loja de informações ao lado e despejei meu italiano aprendido nos últimos meses, falando para a senhorita -cordial por oportuno-  explicando a ela a situação, pois sem linha no  meu celular,impossível falar com Danilo. Ela gentilmente me pediu o número do Danilo e ela mesmo discou e me passou seu telefone. Gentilissima!!!
Consegui falar com ele que de resto já estava chegando. Sob  chuva fina caminhamos empurrando as malas para o carro no estacionamento ao lado.

A viagem até Trieste foi tranquila e os 34 km foram rápidamente vencidos. Pela jánela fui observando as comunidades que eu já conhecia pela visualização no Google Maps.

O trecho seguiu margeando a costa do Golfo de Trieste,  passando pela industrializada Monfalcone e umas  vilas menores .Pena que a chuva não permitia ver a  beleza do local.

Chegamos a casa do Danilo, localizada numa curva de movimenta rua bem defronte um dos terminais do porto.


                                       

                                              

                                      

Subimos as malas e a primeira coisa que fizemos foi nos apresentarmos ao Lorenzo. O pequerrucho estava todo enrolado no colo da mamãe Clarice, devidamente alimentado.Ficamos deveras  emocionados, esse italianindo  era nosso primeiro neto.Maria  Clara a primeira neta.
                                                      

Quis o bom Pai que ele nascesse nessas terras,  berço do cristianismo e da cultura ocidental e de forte tradição religiosa, sede do Vaticano e uma nação plena de belas igrejas. Internamente dirigi uma prece a Deus agradecendo pela saúde e bem estar do pequenino.
Abraçamos Tadeu e Bete, pais de Clarice, que aqui chegaram há mais de um mês,  para o necessário apoio à filha.  
                                                           

Eles vieram com bastante antecedencia para apoio à  gestação de Clarice e sua chegada  fora providencial, pois Clarice teve picos de pressão alta e o médico houve por bem deixa-lá internada. Assim ela esteve sempre acompanha da pelos pais naqueles dias  que antecederram o parto. 

Almoçamos uma refeição caprichosamente preparada por Bete, regada a um bom vinho providenciado pelo Danilo. Mais tarde, já um pouco refeitos das emoções da chegada, eu e Maria Inês fomos, acompanhados de Tadeu e Bete, até o apartamento que alugáramos pelo airbnb.para encontrá-lo foi um tanto demorado devido ser a rua uma pedonale, isso é, só para pedestes e alguns lojistas na região não souberam informar direito. 





Encontramos o edificio mas o hospedeiro  estava viajando e deixara a chave num bar nas imediações. Difícil foi encontrar esse bar que, na verdade não estava localzado  embaixo do prédio e sim uns 30 metros depois. Graças a um chines do restaurante em frente, consguimos localizar o bar da Serena.

Assumimos nosso aposento, um  sótão de muito bom gosto à  rua Gabrielle Foschiatti e começamos a nos organizar.As malas ainda estavam na casa do Danilo, e o importaante foi encontrar o local e pegar as chaves. 

Com a fina chuva que caia, voltamos para casa do Danilo para mais conversas e buscar as malas.Já era noite  quando voltamos para o merecido descanso.Com o fuso horário as coisas estavam desencontradas e a fome tambem apertou. Sorte nossa que o restaurante da Liu estava bem em frente. A comida chinesa tem a vantagem de ser rápida e de fácil digestão. Eles conseguem fazer comidinhas gostosas utilizando alimentos simples e baratos e para isso utilizam molhos e condimentos especiais. Gosto muito da culinária chinesa.

O sono não veio apesar da canseira. Passei uma péssima primeira noite na Itália, me virando para um lado e outro. Eu já vim do Brasil com o sono atribulado, vítima da tensão nervosa  e da expectativa da viagem. O pensamento voava com aquele longo período que passaraia fora do Brasil,com os compromissos e as coisas que ficariam na dependencia de outros, etc e tudo isso alterou meu sono.


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