Naquela ocasião fui me atualizar no setor de Produção e Controle de Vacinas contra Febre Aftosa, ministrado pelo CEPANZO- Centro Panamericano de Fiebre Aftosa, com sede em Buenos Aires.
Renomados pesquisadores e professores dos mais variados países lá estiveram.passei 30 dias em Porto alegre, na parte teórica do curso e outros 15dias no interior do estado, mais precisamente em Uruguaiana, fronteira com a Argentina.
A Febre Aftosa é uma doença infecciosa aguda,também uma zoonose(doença dos animais que podem ser transmitidas ao homem) que grassava em certas regiões brasileiras e causava imensos prejuizos economicos ao país, pois havia uma sensível queda da produção dos rebanjos leiteiros e também grande perda de peso nos rebanhos de corte, justamente pelas "aftas" que aparecem na cavidade bucal dos animais fato que impede os animais de se alimentarem e ainda feridas nos cascos dos animais, o que faz com sintam dor ao andar
Associado ao fato de ser altamente contagiosa, contava o Ministério da Agricultura, na época, com uma adversidade peculiar: muitos criadores se recusavam a vacinar seus rebanhos por não acreditarem na vacina. Isso era péssimo para as autoridades sanitárias.
O primeiro registro oficial de febre aftosa no Brasil ocorreu em 1895, no Triângulo Mineiro. O vírus que causa a doença chegou até aqui depois de ocorrências na Argentina, Chile e Uruguai. Com mais de sete tipos e capacidade para se espalhar facilmente, ele causa febre, seguida do aparecimento de aftas, principalmente na boca e nos pés de animais de casco fendido.
Vacina
O aparecimento da doença contribuiu para a reestruturação do Ministério da Agricultura, em 1909. Desde então, a doença passou a estar entre as principais preocupações da pasta. Mais tarde, em 1950, é criado o Centro Pan-Americano de FebreAftosa (Panaftosa). Neste mesmo período, o Instituto de Biologia Animal (IBA) começa a produção da vacina contra a doença.
Campanhas
Uma década depois, em 1963, o governo iniciou a Campanha de Combate à Febre Aftosa, e, em 1964, institui-se o GrupoExecutivo de Combate à Febre Aftosa, iniciando as atividades no Rio Grande do Sul. Nessa mesma década, foi criada a Comissão Sul-Americana para Erradicação da Febre Aftosa – Cosalfa.
Programa
Em 1992, o Ministério da Agricultura deu um passo importante no combate à doença com a criação do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa. A iniciativa tem como foco o desenvolvimento de uma política baseada na regionalização das ações (criação dos circuitos pecuários), no envolvimento do setor privado e no uso massivo e sistemático da vacinação.
Erradicação
A estratégia começou a dar frutos em 1998, quando o Rio Grande do Sul se tornou o primeiro estado a ser reconhecido pela OIE como livre da febre aftosa, por meio da vacinação. O último foco de aftosa foi registrado no município de Japorã, Mato Grosso do Sul, em 14 abril de 2006. Em 2007, o estado de Santa Catarina foi reconhecido pela OIE como a primeira zona livre da aftosa sem vacinação. Com a vacinação, as áreas sem registro da doença alcançaram todo o Brasil no fim de 2017.
Meta
A erradicação da febre aftosa traz benefícios sociais e econômicos para o País. Isso porque a infecção pode desestabilizar os sistemas alimentares e o fornecimento de comida para a população, além de prejudicar os mercados de produtos pecuários nos países exportadores. Por isso, a meta do governo é fortalecer os serviços veterinários para que os produtores parem de vacinar o rebanho após maio de 2021 e o País inteiro seja reconhecido pela OIE como livre de aftosa sem vacinação até maio de 2023.
Obs: Em abril desse ano, o Brasil foi considerado livre com vacinação. O reconhecimento foi possível depois de 50 anos de parceria entre o Serviço Oficial Sanitário do MAPPA e o setor privado, composto de mais de 2,7 milhões de criadores.
Fonte: MAPA/ONU
