sexta-feira, 29 de julho de 2011

Um protesto que aborreceu

Recentemente Vitória foi palco de quase uma semana de protestos dos estudantes secundaristas, se é que ainda são classificados assim.Motivo: queriam a diminuição dos valores das passagens de ônibus. Nada contra e acho até saudável que ainda existam pessoas  aqui no Brasil, capazes de se organizarem e promover um "badernaço" contra isso que aí está.
Digo "isso" porque assistimos todo dia, impassíveis e mansos como bovinos, a  roubalheira desenfreada que tomou conta da nação.Os diversos "ministros" assumem cargos de confiança e colocam seus apaniguados para que promovam a maior roubalheira como nunca  se viu neste país(parafraseando certo iletrado).
O fato lamentável foi a forma como os estudantes resolveram protestar. Vitória todos sabemos é uma cidade com péssima geografia para o escoamento do transito. Este, a cada dia mais intenso e volumoso, não tem para onde correr.Não há saída em caso de interrupção das vias Jerônimo Monteiro e Princesa Isabel.
O que se viu foram centenas, milhares de pessoas impedidas de ir e vir porque o transito foi paralisado pelos estudantes. Cenas lamentáveis foram vistas de pessoas insultadas e insultando outras, ameaças de brigas e tiros,milhares perderam seus horários e seus compromissos, empresas foram prejudicadas porque os funcionários não chegaram, outras se aventuraram á pé por muitos quilometros. Enfim foi um caos que era perfeitamente possível de se evitar se houvesse bom senso por parte dos estudantes. A polícia assistiu impassiva aos acontecimentos  por dias a fio, não intervindo por ordens superiores. Aí depois a paciencia estourou e veio a ordem para "desobstruir o transito".
No caos instalado, na correria, alguns sem mãe promovoveram uma quebradeira no patrimônio público, que absolutamente nada tinha a ver com isso.Acho mesmo que infiltrados no meio, estavam sindicalistas, desocupados,funkeiros e outros profissionais da baderna.
Foi uma pequena guerra com bombas,cassetetes,cães e muita truculencia.Vejam as fotos:














quarta-feira, 27 de julho de 2011

O Clube da Cachaça

Volta e meia pego meus arquivos(documentos antigos, fotos, lembranças,etc) guardados numa "mala velha" devidamente separados por tipo,tamanho,grau de interesse e começo a folhear. Não raro pego só para lembrar mesmo.Outras porque preciso encontrar tal documento. Acho coisas incríveis dos tempos de estudante por exemplo. acahei dias desses minha carteirinha da União Brasileira de Estudantes Secundários, datada de 1964 e assinada por Mario Mourão, saudoso colega .Quer dizer, acho bom ter estas coisas para quando nada, ficar lembrando daqueles bons tempos.Minha primeira carteira de motorista tambem está lá guardadinha da silva,plastificada,parecendo uma caderneta tal o tamanho. Enfim são coisas preciosas que me dão um prazer danado cultivá-las.
Desta feita precisei do documento referente a um título do Pargos Clube do Brasil comprado em 1986 e que nunca usei. Custaram na época Cz$328,009 (trezentos e vinte e oito cruzados).Alguem me descobriu, ligou e quer comprá-lo. Fui checar as informações na sede do Rio de janeiro e o título é remido, deu bonificações ao longo do tempo e hoje possuo 24 cotas... cada uma vale R$8.000,00!!Quase caí duro!
Bom, pesquisando ainda a mala velha, achei um recorte do Jornal do Brasil de 15 de agosto de 1987 com o título acima e foi escrito por Marcelo Tognozzi e  que a seguir transcrevo para os amigos, principalmente aqueles "cachacistas militantes". Começa assim:
"Está criada uma nova dissidencia dentro do PMDB. Em resposta à turma do poire, liderada pelo tridissidente Ulisses Guimarães, o senador Severo Gomes acaba de fundar o Clube da Cachaça, entidade etílico-cultural que quer influir na duração do mandato presidencial.
    -Cachaça quer dizer quatro anos-avisa o senador paulista, considerado o maior expert em caninhas do Congresso nacional.
E foi nessa condição de especialista que Severo Gomes presidiu na noite de quinta feira o VIII Congresso Nacional da Cachaça (“o primeiro na legalidade”, como diz o anuncio), no Bar Mistura Fina, onde confraternizaram os maiores bebedores de Brasília. Um júri formado pelos donos dos sete bares mais badalados da capital alem do próprio Severo, elegeu a melhor cachaça do Brasil. O nome dela é Sanharão e é produzida em Monte Belo,Minas Gerais.
As mineiras, alías, foram as estrelas do concurso, embalado por um karaokê etílico. Indaiazinha, mineira de Salinas e sua conterrânea sem rótulo de Governador Valadares, ganharam o segundo e terceiro lugares, respectivamente. Em quarto se classificou Matusalém, produzida na fazenda da Mata em Claudio Minas Gerais, pela família do Presidente Tancredo Neves. Em último lugar, provocando mil caretas nos jurados ficou a Tiquira, de Santa Quitéria, cachaça de mandioca, destilada na terra de José Sarney.
  -Dei zero em aroma e sabor para aquela porcaria-disse o Senador Severo Gomes, que já bebeu aguardente de mandioca melhore.
Sentado no centro da mesa principal, o senador ia bicando seu copo no melhor estilo de um somellier sofisticado. Girava o copo contra a luz para verificar a existência do polme(impurezas), sentia o cheiro da branquinha e depois a sorvia em golinhos.
    -Só bebo cachaça pura, de preferência branca e ás vezes hipergelada. As melhores cachaças do Brasil são as mineiras, sem dúvida. O segredo da cachaça é o envelhecimento e nisso os mineiros são craques. Outra coisa é que ela deve ser produzida em alambique de cobre, depois de lavado com laranja cravo. Agora o fundamental é o clima. Cachaça tem de ser produzida na época da seca, porque  cana adquire um maior teor de sacarose e assim dá um destilado de melhor qualidade.-ensina Severo Gomes, um apaixonado pelas caninhas de Januária, cidade mineira do vale do São Francisco.
Diabético, profissional da caninha desde a época de estudante que nunca bebe em serviço, Severo Gomes fundou o Clube  da cachaça durante o congresso para”provar que nem só de poire vive o PMDB.Ex ministro da Agricultura e da Industria e Comercio, ele presidiu o júri a convite dos jornalistas Paulo José da Cunha, Rangel Cavalcanti e Roberto Piza, donos da Boutique da Cachaça, única casa de Brasília especializada no ramo e promotora do evento. Na boutique podem ser encontradas especialidades como a Havana, considerada de longe a melhor cachaça do Brasil e por isso não foi julgada, e Lua Cheia,que custa tão caro quanto um uísque importado  de segunda linha e tem produção limitada. Paulo José aproveitou para mandar um recado para os interessados. A ultima remessa da Lua Cheia desembarca nesta semana em Brasília ao preço de CR$1.200,00 a garrafa. Pode?
As melhores marcas
Como dizia o escritor Mario de Andrade, só ovo e sino não bebem cachaça: o primeiro porque já nasce cheio e o segundo porque tem a boca para baixo. Talvez seja inspirado nesta máxima modernista que o funcionário da embaixada portuguesa, Rui Diniz, acostumado á caipirinha feita com cachaça da Ilha da Madeira, não troca nada pela caninha brasileira, experimentada pela primeira vez em Santo Antonio da Patrulha no Rio Grande do Sul.
    - Vocês não imaginam o sucesso que uma boa cachaça brasileira faz na Europa. Vale tanto quanto um bom uísque escocês. Levo sempre umas garrafas para Lisboa- diz ele.
Pois então o cachacista lusitano já pode levar para o público alfacinha as branquinhas eleitas pelo congresso nacional da cachaça. Depois do veredicto do júri, que considera Havana hors concours, o ranking ficou assim:
 1º lugar- SANHARÃO-  fabricada em Monte belo-MG
2º lugar- INDAIAZINHA- fabricada em Salinas-MG
3º lugar- Sem rótulo- de Governador Valadares-MG
4º lugar-  MATUSALEM - fabricada em Claudio-MG
5º lugar- RAINHA -  fabricada em Bananeiras, Paraíba
6º lugar- ASA BRANCA- fabricada em  Salinas-MG
7º lugar-  CAJUZINHO- fabricada em Castelo - PI
8º lugar-  TIQUIRA- fabricada em Santa Quitéria- MA
      - Estas aí não são como as cachaças das grandes fábricas, que chegam a rceber aditivos como álcool caseiro, soda e até acido sulfúrico, lembra o expert Severo Gomes. 

Obs.: Nos idos 1987 as cachaças mencionadas ( das que conheço de Minas) eram mesmo muito boas,mas hoje com o consumo multiplicado por milhões de litros, perderam totalmente o puro sabor. São misturadas aos milhoes de outros litros de aguardentes ordinárias para consumo no Brasil todo.Restou mesmo a Havana que é de fato uma das melhores, só que com um preço salgadíssimo.
Poire= cachaça de pêra que era a predileta de Ulisses Guimarães


Círculo vicioso

A propósito dos sucessivos escandalos protagonizados pelo governo petista os fatos se sucedem
O círculo vicioso do PT funciona assim:

1) A imprensa faz a denúncia;2) O PT diz que são acusações infundadas;3) A oposição acorda e pressiona;4) Os PTistas acusam a imprensa e a oposição de perseguição;5) O povão acha tudo normal;6) O PT blinda, protege, e se tudo dá errado, afasta;7) A PF diz que vai investigar, não prende ninguém e arquiva tudo;8) O PT se gaba de ter "encerrado" mais um caso de corrupção;9) O povão acredita no PT;10) O PT acha outro jeito de roubar. E nois ó..!!!
A população não se dá conta da gravidade do problema e tende a esquecer.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Ciclismo


Nesta semana, infelizmente, descobrimos que a vida  de um ciclista tem um valor estabelecido de R$ 3.000,00, enquanto a de um motorista R$ 300.000,00, isso para a classe A. Será que dá para avaliar o valor da vida independente do meio de transporte ou classe social?
Essa foi à rápida e grossa conclusão que cheguei após comparar a morte de nosso amigo ciclista mineiro Rubens Vieira Matos, de 53 anos, que pedalava na faixa da direita da via, no sentido de Contagem, quando foi atropelado na Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, no bairro Camargos.
Com o impacto, o ciclista foi arrastado por alguns metros e a bicicleta ficou destruída. Rubens morreu antes da chegada do resgate.
De acordo com o delegado do DETRAN, o motorista pagou fiança no valor de R$ 3 mil e vai responder ao processo em liberdade.
Minha comparação é em relação ao acidente do Porshe no Bairro do Itaim alguns dias atrás, onde um engenheiro dirigindo seu Porsche em alta velocidade (150 KM/h) bate em um veículo que era conduzido por uma mulher de 28 anos. A mesma, após a colisão, acaba falecendo e, segundo o boletim de ocorrência, mais duas pessoas saem feridas além do motorista do Porsche que ficou inconformado com o prejuízo em seu carro importado, sem ao menos se importar com as pessoas acidentadas. Motorista em questão foi liberado nessa quarta feira (13-07)  e pagou uma fiança de R$ 300.000,00 (metade do valor do carro que dirigia) e irá responder ao crime em liberdade.
Recentemente nosso maravilhoso Congresso  em tese, acaba de autorizar o bandidismo, e a Presidenta(sic) homologar a liberdade ao crime.
Com a Lei 12.403, pessoas que cometeram crimes considerados leves e com penas de até 4 anos de prisão e que nunca foram condenados por outro delito (réu primário), apenas serão presas em último caso.
Eu só gostaria de saber para onde vai essa "fiança" paga pelo motorista, será que irá para a família da vitima morta no acidente? E será que será usada para pagar as despesas dos outros feridos? E será que o trauma que irá acompanhar as pessoas envolvidas, também será custeado por essa "fiança paga”? Infelizmente não sei as respostas e tenho quase certeza que os culpados serão esquecidos e as vitimas também serão abandonadas ao destino.  
Barbaridades cometidas por motoristas, que não respeitam as sinalizações e dirigem em alta velocidade, isso em qualquer hora do dia ou noite, temos que agir rápido e com rigor, fica aqui o alerta.
Veja a relação dos principais CRIMES LEVES:
• Furto simples;
• Porte ilegal de armas;
• Homicídio culposo no trânsito;
• Formação de quadrilha;
• Apropriação indevida;
• Dano a bem público;
• Contrabando;
• Cárcere privado;
• Coação de testemunha durante o andamento do processo;
• Falso testemunho, entre outros.
Nestes crimes basta apenas pagar uma fiança ao Delegado que varia de um salário mínimo a 100 salários mínimos ou se o infrator comprovar que é pobre e não pode pagar fiança, o valor é dispensado e o criminoso é solto.
A prisão em flagrante também não servirá mais para manter um suspeito atrás das grades, como hoje acontece. Além disso, os valores para fianças serão revertidos, obrigatoriamente, em favor das vítimas de criminosos condenados.
Portanto, não se assuste se você encontrar na rua o assaltante que entrou armado em sua casa roubou um aposentado à mão armada na fila do banco, o ladrão que roubou seu carro, o criminoso que desviou milhões de reais dos cofres públicos, o bandido que estava circulando com uma pistola 9 mm em vias públicas, etc.
Nós ciclistas somos uma imensa comunidade. Muitos de nós temos carros e podemos começar a mudar essa história respeitando mais o trânsito quando não estivermos em cima da bicicleta. E se espalharmos a cultura do respeito podemos melhorar um pouco o Brasil, porque isso aqui está muito esculhambado!
Fonte: Sampa Bikers.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Caminho da Fé-Junho de 2011

                  Pior que não terminar uma viagem é nunca partir.
                                                                                      Amir Klink 

Em julho de 2010 eu e os amigos de S. Paulo terminamos o Caminho das Missões já com a idéia  de que no início de julho de 2011, faríamos nossa caminhada anual percorrendo o Caminho da Fé  na Serra da Mantiqueira.
Não estava ainda estabelecida a data, mas tudo levava a crer que seria lá pelos medos do mês, para que todos pudessem se programar com esse negócio de férias e as dos filhos .
Despedimos-nos no aeroporto de Porto Alegre com esse pensamento. O tempo passou, nos reunimos umas duas ou três vezes em S.Paulo mas, de fato a idéia não prosperou e assim ficamos sem a nossa caminhada anual pelas montanhas.
Paralelamente  eu e os amigos componentes do time andarilhos.org  aqui do E.Santo,  programamos fazer o  Caminho dos Anjos, que tem um  belíssimo trajeto começando e terminando em Passa Quatro Minas Gerais, igualmente pela Serra da Mantiqueira.
Planejamos iniciar o C. dos Anjos  nos feriados de Corpus Christi em junho. Compramos as passagens aéreas, fizemos os contatos com as pousadas, tudo acertado, mas alguns imprevistos aconteceram e implodiram esse plano. Para não perdermos as passagens aéreas adquiridas com bastante antecedência, resolvemos percorrer um trecho do  Caminho da Fé que vai de Estiva a Aparecida do Norte , num total de 190 km.
Tivemos uma ou duas reuniões preliminares para acertar os detalhes bem como compartilhar experiências com os que não haviam feito ainda um caminho de longa duração, neste caso de oito dias.
Houve  trocas de informações sobre o material a ser levado nas mochilas,  roupas adequadas ao frio, botas, meias e demais apetrechos  inerentes a uma caminhada dessa natureza.
De noite na véspera do embarque, nos reunimos num bar de Vitória, para checar os últimos detalhes e eu fiquei com a incumbência de agrupar os cajados, facas,canivetes e outros apetrechos cortantes ou ponteagudos num só pacote para que fossem despachados.


No dia 18 de junho ás 8.30 h, embarcamos no vôo 1656 da Gol com destino ao aeroporto de Cumbica em Guarulhos, onde chegamos por volta das 10.00 h com um belo céu de brigadeiro neste aeroporto que, numa grande parte  ano, é coberto por forte neblina . 




Cumbica na língua indígena significa “Névoa na Serra”.
Construir um aeroporto internacional de grande porte,o mais movimentado do Brasil, onde tem névoa na serra quase o ano todo, foi uma incoerencia dos militares da época.
Depois de pegar o pacote com os cajados na esteira rolante,fomos para a saída ver a possibilidade de alugarmos uma van que nos levasse até a cidade de Estiva (MG).aqui Impossibilitados de conseguir um veículo para seis pessoas mais bagagens e também devido ao preço cobrado, optamos mesmo por ir  de taxi até o terminal Tietê e dali tomar o ônibus para a referida cidade.

Chegamos ao terminal por volta de 11.30  com pouquíssimo espaço de tempo para conjugar o trajeto com a compra das passagens, lanches,etc., pois  ficarmos meio perdidos no grande terminal devido a informações contraditórias. Depois de um vai pra lá-vem pra cá, conseguimos descobrir o guichê da empresa Bragança e finalmente embarcar pouco depois do meio dia.

No meio da viagem recebi dois telefonemas do Zenon que, juntamente com Navarro, Regina, Kátia, Sidney,Gilson e Gareth nos esperavam. É que meses antes  Kojak  e a turma do GMQ de S.Paulo, tinham combinado  que também iriam para Estiva com a intenção de nos encontrar e que junto aos amigos daqui do E. Santo, caminhariam conosco por dois dias- sábado e domingo. Dito e feito, com muita alegria eles nos esperavam no trevo da entrada da cidade com dois carros. Fiz as apresentações de um time para o outro e fomos para o hotel.


Lá chegando fomos direto para os quartos deixar as mochilas e dalí para um restaurante saciar a fome. Lá ficamos umas boas horas trocando idéias e assuntos variados. 

Mais tarde chegou o nosso caro amigo Maurício Moura, o Bigode, andarilho da melhor qualidade que veio no seu carro diretamente de Belo Horizonte, unicamente para encontrar os amigos e caminhar conosco também por dois dias.
Foi uma boa festa. Terminado o almoço , com aquela típica cozinha e hospitalidade mineiras,voltamos ao hotel para o banho . Ás 19.0h eu e Bigode fomos assistir a missa na Igreja de S.Sebastião, localizada na praça em frente ao hotel. Já escuro e frio, voltamos ao restaurante anterior para saborearmos uns vinhos e queijos e continuar a prosa.
Voltamos ao hotel subindo a lentamente a rua, observando ainda uns bares com pouca gente, casais de namorados aconchegados,um esquentando o outro sob um frio de uns 10ºC.
Fomos dormir embalados pelo vinho e de vez em quando, acordados por uns bebuns que insistiam em cantar desafinadamente  uns boleros totalmente inadequados ao momento. Mas de fato em cidezinhas do interior, tomar umas canas e cantar nos fins de semana, são coisas inevitáveis
para quem não tem outras opções de diversão. 

 1º dia- Estiva a Consolação.

Começamos nossa caminhada rumo a Aparecida do Norte ás 6.30 da manhã apos um café quentinho com pães e sanduiches tomados na padaria ao lado.


Descemos a rua recem asfaltada, sentindo aquele frio característico das cidades do sul de Minas, rumo a Consolação, pequeno vilarejo á oeste- atravessando uma passarela sobre a rodovia Fernão Dias.




Logo á direita,pegamos uma estrada de terra para um caminhar alegre e tranquilo, sem subidas ou qualquer obstáculo de realce.







Naquela fria manhã os andarilhos foram conversando e se entrosando.



Avistamos um sem número de campos cultivados com morangos, abrigados por enormes tendas plásticas destinadas a evitar as constantes geadas. Nesse trecho fui conversando com o Bigode que me contou se seu plano de ir á Europa no início de julho. Disse que ia inclusive á Escócia.. tomar uns whiskies...!!!

Prosseguimos no caminho com o sol esquentando rapidamente até que chegamos duas horas e meia depois ao distrito de Boa Vista,onde paramos para um ligeiro descanso e evidentemente, tirar as blusas de frio. 
Dali o caminho começou com uma subida de grau médio, mas sempre em meio a um belíssimo visual. 

Continuamos o caminho agora com sol forte a castigar nossas cabeças. Fortes subidas foram sendo superadas.
Alternando sobes e desces, cruzamos com mais um vilarejo, com seu único boteco sem uma cerveja sequer para alimentar as pobres almas.
Alguns rebanhos bovinos foram avistados e ainda mais cultivos de morangos.

As paradas para hidratação foram rápidas pois queríamos chegar logo ao município de Consolação. Regina que pilotava o carro do Kojak estava á nossa espera logo na entrada da cidade.As 11.30 avistamos Consolação, encravada no meio de um verde vale. Geralmente a primeira coisa que se avista são as torres da Igreja e alí não era diferente.


Eu estava andando na frente com o Bigode, de modo que chegamos uma meia hora mais cedo á pensão de D.Elza. Paramos em frente a Igreja, ao lado da Pousada e pedimos cerveja, que veio geladíssima. Um pouco depois chegaram os amigos tambem cansados mais pelo forte calor do que mesmo pelo caminho. Aproveitamos para fazer várias fotos.




Na Pousada de D.Elza encontramos José Rodrigues, andarilho solitário que vindo de Mococa também chegaria até Aparecida. Mais tarde chegou o ciclista Alex, pedalando sua Vicinni em direção a Aparecida.

Depois de uma série de fotos ao lado da igreja de N.Sª da Consolação, adentramos a pousada para nos alojarmos e tomar um merecido  banho.

Regina e algumas andarilhas foram de carro até uma localidade próxima comprar morangos e retornaram com caixas dos frutos mais doces que comemos.

Pelo meio da tarde os amigos de S.Paulo concluíram que era hora de pegar a estrada e retornarem ás suas casas.
Foram embora deixando-nos saudosos depois de  dois dias de alegre e salutar companhia.

Após o banho saímos para a pracinha em frente da pousada em direção ao único mercadinho existente ,com a intenção de comprar os itens comestíveis para o dia seguinte. Infelizmente não havia nada adequado para alimentação de caminhantes e assim mesmo encomendamos pão com mortadela para a manhã do dia seguinte.

De noite esfriou bastante e D. Elza, devidamente instruída por Josi  e There, preparou o jantar trivial mesmo, mas que foi precedido de excelente caldo verde.Tomamos o vinho tinto que havia: Almaden... e cá pra nós, ninguém merece, mas era a única opção.


Depois de umas poucas horas de conversa fomos dormir bem abrigados do frio esperando descansar bastante para a próxima jornada. Fiz as minhas orações agradecendo ao Pai as bênçãos recebidas e por estarmos sadios e sem problemas.



2º dia Consolação-Paraisópolis



Mal deu cinco horas, o dia nem clareava e o celular do Antônio começou uma musiquinha característica parecendo quartel do exercito: despertar! Meio sonolento saí de debaixo das cobertas para começar a arrumação: colocar tudo dentro dos saquinhos plásticos e de novo tudo dentro da mochila. D.Elza já estava passando um café cheiroso ao som duma dupla caipira que se esguelava no radinho ao lado e parece que isto é um costume local: levantou tem que ligar o rádio para ouvir as duplas sertanejas, acompanhadas das notícias do dia e recados que alguém sempre manda para alguém.

Tomamos o café e antes de partir, tiramos a foto em frente á Igreja

e saímos muito bem agasalhados devido ao frio danado,descendo uma ladeira por onde subiam umas crianças quase sem agasalhos adequados, rumo á escola em algum lugar por ali.

Um pouco mais a frente pegamos o asfalto que vai até Paraisópolis, apreciando a paisagem e curtindo as delícias que um pouco de calor do sol nascente faz ao espírito.


Os campos de verdes pastagens e o brilho das montanhas refletindo o sol proporcionaram um belo espetáculo da natureza.

Uns poucos km depois pegamos uma estrada de terra á direita para começar uma leve subida. Consolação estava ficando para trás e nos deixava saudosos daquela boa acolhida.

Caminhamos agrupados e apreciando a paisagem que de fato é muito bonita. 


Caminhamos bastante, ora subindo ora descendo por campos e vales verdes,agora com sol forte, até chegarmos ao distrito de Pedra Branca, que nada mais é que uma rua com três ou quatro casas e uma igreja acoplada a uma escola onde paramos para descanso e hidratação. 



Refeitos do calor proporcionado pela sombra e alimentados, recomeçamos o caminho com o sol mais forte ainda, pois já se aproximava das 9.45, horas quando nos deparamos com uma forte subida, depois de passarmos por um pequeno oratório.

Era o começo da Serra do Machado e que levou duas horas para ser vencida. Chegamos ao cimo já quase meio dia no seu ponto máximo de 1.200m de altitude, donde pudemos contemplar toda beleza que se descortinava aos nossos olhos.


Começamos a descer já esperando chegar logo a Paraisópolis para comermos algo substancial, ou seja, um almoço mesmo. Assim fomos vencendo a distancia com passos rápidos até que nos deparamos com um belo laranjal. 

 
Dali se avistava a cidade perfeitamente, estava perto uns 5 km. Fomos recebidos pelo proprietário que gentilmente nos convidou a entrar em seu sítio e desfrutar  de laranjas e mexericas das mais doces possíveis.Uma piscina cheia com água limpa era um convite ao banho mas o tempo passava e tínhamos que chegar. 

Agradecemos a gentileza e fomos a passos moderados, tentando vencer as fortes subidas que se apresentaram. E parecia que  aqueles 5 km até que chegamos naquela charmosa cidade  não acabavam nunca.aqui


Na entrada  esperamos pelos outros que estavam mais atrás e naquele ponto nos despedimos do José Rodrigues que iria pernoitar ali mesmo, ao contrário de nós que avançaríamos mais 6 km pelo asfalto, para pernoite na  Pousada do Edson.

Entramos na cidade descendo uma ladeira calçada de paralelepípedos, arborizada com belos ipês amarelos, seguindo direto para o supermercado Unisul comprar vinhos e outras iguarias para o lanche do dia seguinte. Isso feito me dirigi a um restaurante nas proximidades para saborear um autentico prato mineiro de feijão com lingüiça, acompanhado de arroz, farofa e uma salada de tomates com alfaces colhidos na hora. Eu estava mesmo faminto. Os outros colegas não quiseram almoçar e ficaram nas proximidades da Igreja local, muito bonita por sinal.


descansando e aproveitando os bares para comprar algo para comer e beber.

Depois de um breve descanso retornamos para o asfalto pensando em chegar rápido até a Pousada Casa da Fazenda que está situada 6 km depois da cidade, pegando-se uma estrada de terra á direita.
Veja aqui 
O percurso foi tranqüilo e vencemos rapidamente a distancia quando avistamos a placa de acesso á propriedade, local de extrema beleza paisagística.


Fomos ali mesmo recebidos pelo Edson e sua esposa Flora.


Uma vez lá dentro, fomos lavar algumas peças de roupa e de quebra,colocá-las para secar na secadora elétrica disponível para os hóspedes.Banho tomado  em confortáveis chuveiros de águas quentes e volumosas, ficamos ali tomando uma cerveja, desfrutando um papo inteligente e agradável com o Edson.Contou-nos um pouco de suas atividades e mostrou-se acessível ás perguntas

Elogiamos o estilo da construção do imóvel, do bom gosto e a finura de algumas peças e a disposição do mobiliário, com suas características próprias.


 
Quadros e fotografias estavam bem dispostos nas paredes ao lado de objetos de decoração especiais. 




Abrimos umas garrafas de vinho que compramos em Paraisópolis pedindo desculpas pelo fato de te-las trazido, sem saber que a casa oferece ótimos tintos para apreciação dos hóspedes.

O jantar foi servido ás 19.30 e constituiu-se de massas ao molho e frango assado com ervas finas sempre acompanhadas de um bom cabernet. O próprio Edson preparou a comida.

Mais tarde fomos dormir em quartos confortáveis e quentinhos. Macios colchões, roupa de cama limpa e cheirosa, cobertores felpudos, tudo esteve perfeito para nos aliviar do intenso frio que grassava lá fora. Fiz as preces costumeiras e dormi feito uma pedra.



3º dia- Paraisópolis - Campista


Acordar com o celular do Antônio já estava ficando costumeiro, mas o problema é que eram apenas 4.30h! Muito cedo e frio, mas não havia outro jeito. Fiquei ainda alguns minutos me posicionando, raciocinando sobre o percurso daquele dia, até que acendi a lanterna para ir ao banheiro. Tinha dormido com meias de lã e o contato com aquele chão frio congelava os pés. Começamos a arrumação de sempre para irmos tomar o café que a essa altura já estava sendo preparado pela Flora. 


Foi um desjejum de excelente qualidade, justificando assim a idéia que fizéramos dos nossos anfitriões. Fizemos fotos alusivas á nossa estadia ali e despedimo-nos de Edson e Flora.



Antes ele nos advertiu que a jornada seria longa e cansativa, pois teríamos que dobrar a Serra de Luminosa com seus 9 km de forte aclive, de dificuldade tanto mais penosa quanto mais tarde fosse. Duvidou mesmo que faríamos a travessia no mesmo dia ao saber que caminharíamos 34 km até Campista. Saímos ás 6.00h, ainda escuro e bem frio, com espessa neblina cobrindo os campos.

O sol foi chegando de mansinho e fomos descobrindo a beleza da paisagem.




Para qualquer lado que se olhasse a natureza se apresentava pródiga, com serras, campos, casinhas e belos casarões antigos de uma outrora pujante época de extensas lavouras de café. 



Como é uma cultura que requer imensa e cara mão de obra na época da colheita, percebe-se facilmente a razão do abandono dessas terras  férteis. A maioria virou pastagem.

Continuamos o nosso caminho, alguns mais a frente com passos mais rápidos e o relevo não se altera, apresentando fortes ladeiras. 
Paramos no final de uma longa subida para um lanche rápido, água e recuperação física, conseqüência do esforço desprendido.

O cenário não se alterou até que avistamos do alto a cidadezinha de Luminosa, aos pés de  sua imponente serra.



Lá chegamos ás 11.30h, exatamente como planejado. A idéia era chegar nesse ponto antes do meio dia. Tínhamos caminhamos por cinco horas e meia, sob um sol forte para que não houvesse necessidade de caminhar no escuro após transpor a serra. Pararmos na pracinha em frente à igreja local, debaixo de uma confortante sombra. 


Ali arriamos as mochilas, tiramos as blusas restantes e ficamos um tempo deitados em recuperação. Fui procurar um refrigerante diet nas redondezas, pois estava cansado de tanta água. Depois de vasculhar por quatro botecos e um mercadinho, não consegui nada sem açúcar. O jeito foi comprar umas latinhas de Itaipava que, se não refrigerante, foi a única refrescante solução. Tiramos das mochilas os sanduiches preparados na véspera, de pão dormido com queijo e presunto e esse foi nosso almoço. Ficamos ali descansando uns trinta minutos e saímos exatamente ao meio dia, para começar a parte mais difícil do caminho: a subida da Luminosa.



Realmente uma subida forte, debaixo de sol escaldante não é lá muito saudável. Minha mochila pesava 7 kg e, com meia hora de subida começou a me incomodar. O sanduiche de pão dormido mais a cerveja produziram gazes no estomago e isso prejudicava a respiração. Some-se ao desgaste físico da forte inclinação e o fato de ter esquecido de tomar a medicação para controle da PA, fui cansando rápido. Quatro km de subida em uma hora e meia, nessas condições foram o suficiente para me dar conta da dificuldade e sabiamente, resolvi parar na metade da subida, naquela  providencial pousada de D. Inês.
Falei para os colegas que não estava me sentindo em condições de continuar, e que eles se fossem com bastante fé. Conforme me disse depois D.Inês, aquele trecho de 5 km são os mais difíceis de todo o caminho.


Fiquei lá sentado( ao fundo) descansando da forte subida e absorto em meus pensamentos vendo os colegas indo em frente Pensei no imponderável, raciocinando sobre o “se”. Claro que este não existe e sou da teoria que nada na vida acontece por acaso e que há um ditado certíssimo que diz: prevenir é melhor que remediar.

Fiz orações de agradecimento ao Pai enquanto esperava. D.Inês me mostrou sua casa, que de tão simples aspecto, torna-se  muito agradável pela hospitalidade do casal.Preparou um café ,doce ao extremo, que me serviu com broa de milho.


Na verdade aquela casa é a única opção de quem precisa pousar para terminar a subida. Acontece que a maioria dos peregrinos sai da Paraisópolis e dorme aqui, para continuar subindo no outro dia, já descansados. No nosso caso saímos de um lugar depois de Paraisópolis (Pousada Casa da Fazenda) para cruzar a serra no mesmo dia, o que é de fato extenuante  para qualquer um, ainda mais com sol a pino.

Dali para cima não subia carro nenhum, a não ser os tracionados e mesmo assim com muita dificuldade.

De acordo com os colegas a paisagem ao fim da subida, na divisa de Minas com S. Paulo é deslumbrante.


 


Combinei com Sr José que ele me levaria no seu fusca ano 77, até a Pousada Barão Montês em Campista e distante dali, uns 30 km por outra estrada de terra igualmente íngreme. Saímos por volta de duas horas da tarde e o bravo fusca por duas vezes “cansou” ao subir a montanha. Sua bobina esquentou tanto que foi preciso refrescá-la com pano embebido em água fria. Eu nunca tinha visto um fusca precisar de água para ser refrigerado!!

Cheguei á pousada por volta de 16.30, sendo recebido pelo proprietário Marcio que me direcionou ao quarto onde ficaríamos. Fui lavar umas roupas, coisa que não deveria ter feito dada a impossibilidade de secá-las, conforme constatei no dia seguinte.

Esta pousada está localizada no município de S. Bento do Sapucaí, ao lado da estrada asfaltada que vai para  Campos do Jordão,num vale coberto de mata.É um local muito frio, conforme fui sentindo á medida que a tarde avançava. É construída toda de madeira com salão, cozinha e mais ao lado os quartos com dois ou tres jogos de beliches.Bom para quem é baixinho,rs!!! 


 Possui uma criação de trutas ,o que evidencia ser um local de temperaturas baixas mesmo, pois essa espécie de peixe só prolifera e se reproduz em águas correntes frias e límpidas.

Tomei banho, me agasalhei bem e fiquei ali numa varandinha, tomando um conhaque e matutando sobre as coisas, Lá em baixo uma mata fechada  parecia uma selva.
Numa noite de lua nova algum feitiço deveria cair sobre aquela floresta, pois na escuridão total, o solo de vez em quando se iluminava com umas luzinhas parecendo vagalumes. Admito que a selva seja encantada e á noite outro tipo de natureza emerge. Sons esquisitos e grasnidos de pássaros noturnos podiam ser ouvidos. A temperatura baixava rápidamente e um ar gelado soprava lá de baixo, morcegos tiravam rasantes nas redondezas á cata de insetos. Mais um conhaque, brrrrhh!!
Eram 19.30 h quando os colegas chegaram, contando da dificuldade do trecho final da serra e o sufoco de ter que caminhar no asfalto em obras, com caminhões e carros passando muito perto, levando perigo á própria integridade física. Mas mostraram-se felizes por terem bravamente vencido essa difícil jornada. Nilton, Marluce e Therê, marinheiros de primeira viagem, receberam nossas felicitações.O esforço valeu um escalda-pés para alíviar as dores.

Todos tendo se alojado e banho tomado,fomos para o refeitório á espera do jantar. Naquele dia ninguém tinha almoçado e a fome era negra. Estava sendo preparada uma canja de galinha e a refeição principal, com arroz, feijão, batata, salada e uma truta assada. Muito boa comida, especialmente a canja, só que em pouca quantidade. Alem disso não havia vinho e a solução foi mesmo encarar a cerveja que quase não precisava de geladeira!!


Ficamos ali num animado papo, contando as coisas do dia e o sono foi chegando. Acertamos as contas com o proprietário e com um frio de 5ºC fomos dormir. Dois dias antes a temperatura tinha alcançado -2ºC, segundo fomos informados!!

Lá fora o pessoal da pousada, em companhia de outros convidados chegados mais tarde, fizeram uma zorra ao lado de uma fogueira, cantando noite adentro.  Não ouvi nada, mas há quem ficou meio puto da vida!!

4º dia- Campista-Campos do Jordão

O despertar foi ás 5.30 e logo todos estavam de pé apesar do intenso frio,para finalizar a arrumação das mochilas e um rápido café.

Logo a seguir após nos despedirmos do pessoal, pegamos a estreita estrada asfaltada em direção a C. do Jordão. Naquela hora da manhã não havia ainda movimento significativo de veículos, de modo que caminhamos despreocupados aproveitando para curtir a bela paisagem.



Quatro e meio km estrada abaixo pegamos uma variante de terra batida á direita, para começar uma mediana subida em meio a muita mata e arvoredo denso que propiciou confortavel sombreado. O caminho é bastante agradável e a altitude aproxima-se dos 1.300 m com belo visual dos vales e densas montanhas, araucárias, hortênsias e algumas propriedades de grande beleza arquitetônica.

Caminhamos agora por um planalto donde se avista uma infinidade de casas incrustadas na serra numa demonstração de que o PIB ali é alto e significava que estávamos próximos a Jordão, fato que se deu lá pelas 13.30.V eja



Dentro da cidade nos informamos e chegamos á Pousada Refúgio dos Peregrinos local onde pernoitaríamos,sendo recebidos por Bianca.

 Lá fomos direcionados para os quartos de beliche e aproveitei logo para tomar banho enquanto estava um sol razoável. Coloquei umas roupas molhadas para secar ao sol enquanto os colegas lavavam as suas. Tomamos cerveja á vontade e almoçamos.
À tarde saímos para passear pela cidade que apresentava um grande movimento turístico em função do feriado. 





Fomos direto ao elegante bairro Capivari, passando antes pela estação do teleférico mas já estava fechado para subidas pois já passava das 17 horas.Visitamos lojinhas de artigos de frio, e fomos á igreja de S. Sebastião. 

Passamos em uma galeria imponente para tomar cafés e capuccinos


Dali, já escuro e frio,fomos apreciar o movimento naos principais bares e locais de intenso movimento.


Desfile constante de carros importados e mulheres lindas e bem vestidas, afinal o frio favorece. Ficamos por ali apreciando e mais tarde tomamos o ônibus para chegar em uma pizzaria perto da Pousada.Degustamos uns cabernets apropriados ao clima e voltamos á Pousada.


Dormimos bem agasalhados e cobertos pois estava bastante frio. 
 
 5º dia-C. do Jordão - Pindamonhangaba- 42 km

Acordamos bem cedo -4.30 - pois nesse dia o trajeto seria bastante puxado: 42 km.Após um rápido café, saímos ainda bem escuro. 


Um pouco á frente encontrei um taxi com o qual combinei o preço para levar minha mochila que estava incomodando minha vértebra lombar L5 devido ao peso. Marluce e Therezinha tambem optaram e assim dividimos a despesa para caminharmos bem aliviados. Seis km depois saimos do asfalto e pegamos os trilhos da estrada de ferro. 


O local de desvio gerou dúvidas se era mesmo aquele pois a marcação não estava lá muito católica.Continuamos pelos trilhos, passo a passo,dormente a dormente até atingirmos umas casas nas quais nos informamos. Estávamos no trilho certo. Caminhamos neste cenário por 9m km, alternando paradas para descanso, alimentação e fotografias,estas com certeza de um cenário impar.





Estações perdidas no meio do mato foram transpassadas até hegarmos no Estação Eugênio Lefevre, local onde vimos muitos turistas que subiam uns e desciam outros na bela litorina que liga Campos a Pinda. assista vídeo




Comemos saborosos bolinhos de bacalhau acompanhados de suco de uva, verdadeira refeição que nos sustentaria ao longo do dia.


Devido ao tempo feio e nublado, colocamos as capas de chuva de prontidão e retomamos os trilhos por mais uns 500 m até começarmos a descer uma trilha íngreme e em péssimo estado.

Houve dúvida entre o grupo entre segui-la ou continuar nos trilhos. Votação feita seguimos a trilha, num forte descenso. Encontramos um grupo de cavaleiros que vinha subindo a serra, cavalos completamente suados e cansados, voltando de Aparecida. Mineiros voltando para Ouro Fino!!
Após este penoso trecho descendo a serra pegamos uma estradinha de terra, 


agora em companhia de dois simpáticos casais que iam tambem para Aparecida e, como disseram, contavam com carro de apoio de suas "titias". Estas os esperavam debaixo de uma sombreada árvore, com seu carro equipado com churrasqueira e bebidas(cerveja gelada..) O cheiro do frango assado estava ótimo, fomos convidados mas seguimos em frente já na planície, agora debaixo de forte sol. Seguimos camihando, ora parando numa sombra, ora num buteco para água ou cerveja e assim o tempo foi passando e nada de Pinda chegar. Tarde caindo avistamos Pinda ao longe e eu disse para Therezinha, que caminhava comigo uns 40 minutos á frente do grupo, que chegaríamos lá no escuro mesmo.Longas retas de asfalto se perdiam de vista e Pinda ainda longe.


O sol se indo e nada, só a silhueta dos prédios ao longe. Meus pés estavam doloridos e Therezinha não se aguentava mais quando, numa curva á esquerda avistamos a ponte sobre o Paraíba e que dá acesso á cidade. Chegamos ás 17.30 depois de 11 horas de caminhada dsfrutando de um belo por do sol.


Mal sabíamos que para chegar á pousada seria outro imenso sacrifício de mais 5 km que nos consumiu mais 1 hora, meio perdidos naquela cidade pois ninguen sabia informar direito o caminho da Pousada. Já esgotados resolvemos pegar um taxi que estava estacionado perto de um buteco, mas o camarada disse que não ia ser possível. Um dos que bebiam no bar se apiedou de nós e disse que ia nos levar á pousada. Pelo trajeto feito achei que ia demorar mais de meia hora a pé.Foi uma boa salvação, pois chegamos exaustos á pousada do Antônio.
Não nos agradaram os dormitórios mas não tinhamos opções: teríamos que ficar lá mesmo.Uma vez instalado,tomei um bom banho quente, deixei a mochila e fui  á lanchonete,situada no andar de baixo tomar uma cerveja e esperar pela turma que chegou mais tarde,completamente esgotados e aborrecidos pela falta de informações e demora em encontrar a pousada do Antônio.
Banho tomado fomos de carona com Antônio comer uma pizza e tomar uns cabernets para saciar a fome e aliviar o cansaço.


Este foi o mais longo dos dias-45 km!!
Dormimos em aposentos ruins e sem conforto, numa coisa que eu previra na noite anterior, quando agora ficou claro que não vale a pena economizar uns reais e dormir em lugares horríveis. enfim como ninguem conhecia o local ficou como advertencia para futuros caminhos. Nosso corpo merece uma confortável e macia cama, privacidade e banheiros limpos e adequados.

6º dia- Pindamonhangaba -Aparecida do Norte.

Acordamos cedo para o que seria o último dia.As mochilas ficaram para serem levadas pelo taxi,facilitando e suavizando o deslocamento.Tomamos o café e seguimos pelo asfalto rumo Aparecida. O tempo apresentava-se áquela hora fechado e fazia frio.

Caminhamos pelo asfalto em meio ás casas e comercio até mercearia do Bruno,8 km depois para um café rápido.
Seguimos em frente agora pela estrada até pararmos num buteco de nome 'Ponto de Apoio aos romeiros" onde travamos amizade e fizemos fotos com um grupo de pessoas, casais e senhoras de mais idade  muito simpáticas. Uma delas  nos deu informações valiosas sobre o Caminho de Compostela.


 
Prosseguimos sob um sol forte até alcançarmos nosso destino- Pousada Jolivan, que fica uns 4 km antes de Aparecida.


Esta sim uma boa hospedagem, camas confortáveis, chuveiros muito bons, bar, lanchonete e restaurante.

 Esta pousada abriga sobretudo cavaleiros em comitiva pois possui estrutura adequada para tal.
Após o banho e lavação de roupa fomos tomar cerveja e descansar.


Noite que chegou fomos jantar no restaurante anexo onde desfrutamos de boa comida.Não havia vinho que prestasse alí apesar de Josi e Antônio terem procurado em mais meia caminhada nas proximidades e o máximo que encontraram foi um miserável Sangue de Boi ou Almadem.Nem pesnsaram em trazer estas heresias para nós. Fomos dormir o sono dos justos.


7º dia- Aparecida do Norte- Guaratinguetá




Saímos não tão cedo ás 7.30, para o trecho final até a Basílica, num percurso de uns 6 km, facilmente vencido. Veja aqui
Na entrada do santuário,ás 8.45, já era grande o movimento de carros e pedestres, que se dirigiam á Igreja para a celebração da missa das 9.00 h.

Adentramos naquele templo maravilhoso, fizemos as fotos e começou a missa oficiada por D.Raimundo Damasceno de Assis, Arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB.

Fez uma fervorosa homilia e me senti bastante emocionado. Foi uma bela celebração, com a presença de uma enorme massa de fiéis, onde agradecí a Deus as bençãos alcançadas e pelo fato de termos terminado o percurso sem problemas.Passamos pelo local onde está a imagem de N.Sª Aparecida e constatamos a presença de milhares de fiéis alí a fazerem suas orações e muitos pagando promessa.



Orei para os entes queridos e ao final voltamos a nos encontrar na saída principal do belo templo para mais fotos

 
e depois comer alguma coisa na imensa praça de alimentação existente.
Passamos pela secretaria da Igreja para carimbar as credenciais e apanhar o certificado. 


Saimos por volta de 13.50 para continuar o caminho até Guaratinguetá, uns 10 km depois, até o Kafé Hotel onde ficamos hospedados.
Nossa meta era visitar o Museu de Frei Galvão, na verdade hoje S.Antônio de SantAna Galvão, primeiro santo brasileiro.  Clique aqui
Lá estivemos e nos surpreendemos pela história e culto que se difundiu entre os católicos depois da canonização de Frei Galvão.



Um guia local explicava a um grupo e turistas a história e a vida do Frei.


Uma vez no hotel, tomamos banho e fomos para a padaria em frente para a tradicional e necessária cerveja.
Dali partimos para o restaurante Luciana Slow Food, que sem dúvida foi a melhor comida de todo o caminho.

Fomos bem servidos e nos deliciamos com bons vinhos.Saímos dalí para um passeio pelo pequeno shoping local, fazendo uma hora para voltarmos ao hotel e cair na cama de cansaço mesmo.

8º dia- Guaratinguetá- Guarulhos

Amanheceu domingo e nada de caminho. Acabou!!!.Fomos assistir a missa na belíssima Igreja de S. Antônio ao lado do hotel, tendo notaddo todo o fervor da população local.Percebí que Guaratinguetá("Terra das Garças Brancas" (guará=garça, tinga=branca e eta=muito) uma cidade antiga, mantem sua tradição católica preservada .Aqui Guará

A Igreja de estilo barroco muito me lembrou as de S.João del Rei, possuindo inclusive um belo órgão de fabricação alemã .Fizemos fotos com o simpático padre celebrante e seus acólitos.

Voltamos para o hotel para o check out e logo depois almoçamos num estaurante próximo.
Findo o almoço nos dirigimos á rodoviária e tomamos o ônibus para São José dos Campos.
Viagem nem tão rápida como esperado devido ao grande tráfego de veículos, afinal era final de feriado e a  parece que todos resolveram voltar no mesmo horário, tal a quantidade de carros.
Chegamos em S.Jose dos Campos e foi a conta de comprar a passagem para o aeroporto internacional de Guarulhos. Nosso tempo estava contado e chegamos bem a tempo de fazer o check-in e embarcar de volta para Vitória no vôo 1656 da Gol.
O avião pousou  ás 23.40  e como sempre o nosso aeroporto mais parece uma rodoviária de tão precário.
Com dois aviões pousando ao mesmo tempo vira um caos na hora de pegar a bagagem.
Enfim foi uma bela jornada, de convívio tranquilo e sem arestas. O caminho é maravilhoso e merece ser percorrido por todos aqueles que se identificam com esse esporte coletivo e sensacional.
Tive um problema na coluna consequencia do peso da mochila, mas que já foi resolvido e nada que me impeça de futuras aventuras.

Vitória, julho de 2011



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