sábado, 31 de março de 2012

Eu me lembro muito bem dos anos 70.Minha juventude cruzou todos aqueles anos, alguns mais marcantes que outros. À despeito do progresso tecnológico de hoje, com a informática transformando a vida cotidiana numa facilidade incríivel, considero os anos 70 os de maior impacto na vida das pessoas em muitos aspectos.
Lembro-me de que a telefonia era um caso sério, dada a dificuldade para se comunicar à longa distancia.
Naquela época para se falar de Uberlandia, onde morei de 1974 até 1977, para B.Horizonte era um sacrifício, pois eu ia á Central telefônica ás 10 horas da manhã e  requisitrtva uma ligação para B.Horizonte. A telefonista calmamente anotava os dados e dizia: volte ás 16 horas que sua ligação estará pronta.
Às 16 horas estava eu na fila e assim recebia o aviso: Sr Ulisses  favor se dirigir á cabine nº 5.Pronto! estava falando com minha família.
Um belo dia ao solicitar uma ligação a telefonista me disse: Pegue esta chave e vá até a cabaine nº 4 e fale imediatamente, é só virar a chave do aparelho e discar o número desejado. Aquilo foi um avanço fenomenal!!
Em 1974 morando lá ,assistí a chegada do Gen. Geisel, que assumiu o governo em 15 de março , á cidade para inauaguração da sede da Granja Resende, complementada com uma bela festa. Presentes o Ministro da Agricultura Alisson Paulinelli e o governador do Estado Rondon Pacheco, em cuja fazenda administrada pelo filho Hugo, trabalhei.A Granja Resende era a maior granja avozeira do Brasil.
O General foi homenageado pela municipalidade e recebeu uma placa de automóvel com as iniciais: EG 1974. EG eram as duas letras das novas placas de automóveis destinadas a Uberlandia ,recém implantadas no Brasil..
O ano de 1974 pode ser considerado a fase mais dura do autoritarismo pós-64. Pelo menos nove dirigentes do Comitê Central do PCB foram presos, diversas gráficas clandestinas e "aparelhos" foram descobertos e destruídos. As prisões estavam lotadas de presos políticos e na minha opinião,muitos comunistas que hoje estão aí no governo deveriam ser presos e despachados para Cuba.
1974 foi um ano importante no cenário internacional: morreu George Pompidou, presidente da França, aconteceu a Revolução dos Cravos em Portugal, Nixon renunciou nos EUA, o Kmehr Vermelho arrasava o Laos,o IRA atacava com violencia na Inglaterra, morreu Peron na Argentina, um incendio no Ed.Joelma na cidade de São Paulo, causou 189 mortes e deixou 300 pessoas feridas, a India lançou sua primeira arma nuclear, o general Pinochet levanta o estado de guerra que imperava no Chile desde há um ano, mantendo, porém, apertadas medidas de emergência.
Musicas como Feelings - Morris Albert,((ouça) Excuse Me - Junior,((ouça)Goodbye Yellow Brick Road - Elton John
Gita - Raul Seixas, Oh Very Young - Cat Stevens((ouça),Se Não For Amor - Benito Di Paula,She - Charles Aznavour,Alvorecer - Clara Nunes,O Trem das Sete ((ouça)- Raul Seixas, dentre outras, arrasavaam nas emissoras.
Filmes como Chinatown, 007 contra o Homen com a Pistola de ouro,Emanuelle, fizeram sucesso.
Eu fui, pela primeira vez aos Estados Unidos, ficando lá um mês. Quase que não volto motivado por uma oferta para trabalhar na Flórida.Balancei, mas resolvi voltar e não me arrependi.

terça-feira, 27 de março de 2012

Um fim de semana em São Paulo

Dia 27 foi aniversário do filho Paulo Henrique que  é residente médico do Hospital dos Servidores do Estado na cidade de São Paulo. Eu fui para lá na sexta feira. Maria Inês fez uma parada no Rio de Janeiro para participar de um almoço no sábado com a tia que completava 40 anos de casamento. Ela chegou a S.Paulo no sábado á noite.
Na noite de sexta feira fomos eu, PH e Luize sua namorada que faz residencia no Hospital das Clínicas, tomar um chope e comer uma pizza nas redondezas.Ficamos batendo papo até mais tarde.
No sábado pela manhã saí para fazer uma caminhada pelo Parque Ibirapuera, bem próximo onde ele mora. Sempre que posso vou lá para caminhar e desfrutar deste excelente local de lazer.
Naquela fresca manhã, muitas pessoas já estavam correndo, caminhando, passeando com seus cães ou simplesmente aproveitando o bom tempo que fazia.Nos imensos gramados pessoas se exercitavam no tai chi chuan, outros praticavam exercícios aeróbicos,uma turma jogava basketbal  outra futebol de salão, muita gente patinando  e assim a manhã foi passando, apesar do forte calor que se bateu sobre a cidade.Fotos do parque abaixo.












Voltei para o almoço e  à tarde peguei o metrô para estação Butantã onde me aguardava o Navarro. Fomos tomar um café na Deola, fina padaria localizada na Raposo Tavares e aproveitamos para colocar o papo em dia.
Surpreendentemente o amigo disse que eu já estava convidado para um casamento naquela noite. Aleguei que não tinha trazido roupa "fina", apenas bermudas e muito menos sapatos sociais. O rapaz contra atacou dizendo que já tinha separado um terno e demais complementos que usualmente tornam a pessoa habilitada para frequentar locais clássicos e elegantes.
De fato após vestir um terno do prezado lá fomos nós para a igareja de S.José nos Jardins e de lá para uma animada e bela festa no Unique, finíssima casa de recepção em S.Paulo onde se casava  um amigo dele, médico cirurgião plástico.Lugar de extremo bom gosto, música adequada e muita gente bonita. A comida foi de primeira linha.
Saímos de lá ás 3.00 h da manhã.
No domingo mal deu 9.00 h já estavanos de pé e imediatamente começamos a preparar o churrasco. Com a ausencia da esposa e da filha que estavam na Chapada dos Veadeiros(sic), atacamos de cozinheiros e perto de onze horas os  amigos começaram a chegar.
Foi uma excelente oportunidade de rever os amigos e aproveitamos o encontro para acertar os detalhes de nossa próxima caminhada, que desta vez será em Santa Catarina, no Circuito Europeu.




Na noite do domingo Paulo Henrique chamou os colegas  médicos e ainda fomos tomar chop no Genuino, comemorar o aniversário do rapaz.
A volta para Vitória foi na segunda feira num tranquilo vôo da Gol.

L.Boff

Na fila do check-in do aeroporto de Vitória indo para São Paulo, atrás de mim  estava um senhor de longas barbas brancas e cabelos igualmente brancos, portando uma bengala de madeira. Olhei bem e identifiquei Leonardo Boff ,o ex frade  escritor e professor universitário, expoente da Teologia da Libertação no Brasil. Foi membro da Ordem dos Frades Menores, mais conhecidos como Franciscanos. É muito respeitado pela sua história de defesa e luta pelas causas sociais e atualmente debate também questões ambientais.
É um homem de  estatura média e  calçava umas sandálias tipo franciscano, bem a seu tipo de frade. Carregava a tiracolo o que imaginei ser um notebook.Acompanhava-o uma senhora, tambem de idade a empurar o carrinho com as bagagens.
Iniciei um rápido bate papo com ele perguntando o que estava achando do calor.... o que respondeu que não estava estranhando muito já que estava vindo de Cachoeiro de Itapemirim, lugar dos mais quentes que ele já vira na vida.
Tinha ido lá a convite de um grupo apresentar palestra sobre ecologia e meio ambiente.
Aproveitei a dica e perguntei se hoje em dia ainda estava engajado nas lutas sociais e políticas. Ele respondeu que não e que a situação política estava "meio confusa" em vista da presidente Dilma enfrentar os "lobos" do Congresso. 
Disse que isso a seu ver não é bom,  pois em  conversa recente com ela, uma vez são amigos de longa data como militantes da causa esquerdista,  ela garantiu que não iria ficar refém da classe política.
Pensa ainda que ela deveria negociar e compartilhar a condução do governo com os políticos e não ficar apegada aos técnicos nos ministérios.
Eu argumenteii que a roubalheira estava de tal modo entranhada  no governo que estava difícil acreditar em políticos e desse modo a "faxina" que ela mal começara parou por cusa da insatisfação dos políticos.Esse negócio de "base aliada" deu nisso: divisão da carniça para os urubus de plantão.
A roubalheira continua.
Ele  não teve como contestar e se afastou em direção ao balcão do check-in.
Nos encontramos de novo dentro do avião e ele me disse "en passant" que não está gostando nada daquilo. Eu perguntei de novo: Do que frei? A roubalheira, respondeu ele.
Nos despedimos cordialmente.

PS: Nunca fui seu admirador, justamente pelo pensamento político-partidário, mas resolvíi de ler algumas de suas obras,  pois seus questionamentos a respeito da hierarquia da Igreja, expressos no livro Igreja, Carisma e Poder, renderam-lhe um processo junto à Congregação para a Doutrina da Fé, então sob a direção de Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI.
Em 1985, foi condenado a um ano de "silêncio obsequioso", perdendo sua cátedra e suas funções editoriais no interior da Igreja Católica. Em 1986, recuperou algumas funções, mas sempre sob severa vigilância. Em 1992, ante nova ameaça de punição, desligou-se da Ordem Franciscana e pediu dispensa do sacerdócio. Sem que esta dispensa lhe fosse concedida, uniu-se, então, à educadora popular e militante dos direitos humanos Márcia Monteiro da Silva Miranda, divorciada e mãe de seis filhos. Boff afirma que nunca deixou a Igreja: "Continuei e continuo dentro da Igreja e fazendo teologia como antes", mas deixou de exercer a função de padre dentro da Igreja

quinta-feira, 22 de março de 2012

Viagem nos trilhos da Vitória-Minas

Este relato foi postado em 2010 em um blog que  foi  desativado e consegui salvar o rascunho

Depois de muitos anos resolvi refazer a viagem de trem entre Vitória e Belo Horizonte.
 Este é um serviço prestado pela Vale  que se orgulha de ser a única empresa no Brasil a operar um sistema de transporte ferroviário diário de passageiros.
A viagem foi  mais para desfrutar da bela paisagem e exercitar a prática da fotografia do que pelo saudosismo, uma vez que já tinha realizado esse percurso outras vezes, acompanhado dos filhos pequenos e as experiencias naquela época não foram muito favoráveis, particularmente uma delas feita nos dias antecedentes ao Ano Novo.
 Além disso a viagem estava programada para durar 13 horas, o que não deixa de ser digamos, cansativo. Ás 6.30 h cheguei á Estação Pedro Nolasco, com o bilhete comprado na véspera na classe executiva,  poltona nº 39.
Havia um número pequeno de passageiros para as classes executiva e econômica, talvez em função do dia da semana uma 5ª feira ,sendo esperado maior movimento nas sextas feiras e sábados.

Ás 7.04 em ponto, com um tranco leve e suave, a locomotiva BB 45-2 nº 886 veja deu o seu apito  ouça aqui e colocou em marcha  a composição de 14 vagões para um percurso de  apenas ......654 km!!!
O vagão EC 2 no qual eu estava instalado, tem capacidade para 80 pessoas, é confortável, espaçoso, dotado de  poltronas de tecido felpudo e capas limpas , com espaçosos maleiros. 

O carro é dotado de ar condicionado e de dois banheiros, masculino e feminino, nas varandas anexas Os banheiros são limpos, com piso de material inoxidável, pia, torneiras e saboneteiras tudo  em aço inox.

Avisos importantes são veiculados pelo sistema de som alertando sobretudo, para o cuidado com as crianças. Sacolinhas de plástico são distribuidas dando enfase á proteção do meio ambiente e logo no começo, é encarecidamente pedido que não se atirem objetos ao exterior e propositadamente, grandes coletores para  lixo selecionado estão disponíveis nas varandas
O passageiro pode pelo 0800 285 7000 se comunicar com o  "Alô Ferrovia" e tomar toda e qualquer informação necessária, dar sugestões, elogios, etc.
Circula a todo momento a exemplo dos aviões, um carrinho com água,sucos, refrigerantes, biscoitos, café, leite e outras guloseimas que amenizam o passar do tempo.O condutor tambem se encarrega de agendar o almoço que é servido em marmitas de alumínio.


O chefe do trem Sergio e seu ajudante, se mostraram atenciosos e sempre procurando atender com educação os diversos questionamentos surgidos.

A viagem prossegue numa velocidade até surpreendente para as condições do traçado da ferrovia, algo entre  60 e 67 km/h.

Os trilhos bem conservados são submetidos a um trabalho constante, haja vista o tamanho do comboio de Minas para o E.Santo, com enormes composições de até 120 ou 140 vagões.

 Pude comprovar que alem dos vagões de transporte de minério, outras cargas pesadas como bobinas de aço, peças mecânicas, carvão mineral, e grãos  são transportadas.
Enormes vagões graneleiros da FCA( Ferrovia Centro Atlantica) e mesmo as da Vale transportam produtos da Multigrain e da Bunge.
Minutos depois o trem já estava passando pelas estações aduaneiras situadas ao longo da Rodovia do Contorno, onde milhares de automóveis importados pelo Porto de Vitória ficam estocados. Visualizamos o belo mangue formado pela baia de Vitória e a imensa planície ao largo do Rio Santa Maria. Cinquenta minutos após a saída estamos na Estação de Fundão. O cenário é sempre verde, com muitas árvores , cafezais, bananeiras, coqueiros a ao fundo avista-se várias formações rochosas entre elas GoiapabaAçu.
Cruzamos sempre com as enormes composições de transporte de minério de ferro.

Ás 08.30 passamos pela Estação Piraque Açu onde embarcam ou desembarcam os passageiros com destino a João Neiva, Linhares e Ibiraçu. Perto da nove horas pudemos avistar o caudaloso Rio Doce, que se apresentava som águas barrentas devido ás fortes chuvas de ultimamente. Avistamos dragas de extração de areia, pescadores, casinhas nas margens e criação de gado bovino.

Seguindo sempre na velocidade de 67 km/h, como se disse antes, razoável para o traçado montanhoso  e curvo do caminho, avistamos a cidade de Colatina que surge do nada, no meio dos morros e vales.Sua estação é mostrada abaixo.

                                       
A seguir passamos pela Estação Itapina, lugarejo que parece estar desaparecendo no tempo com sua pequena estação  desativada, suas janelas e portas lacradas numa clara demonstração de abandono, conforme se vê na foto abaixo.

Daí para frente tenho a impressão que o rio vai diminuindo de largura pois, vê-se nitidamente a outra margem mais próxima.
Parada Mascarenhas foi a estação seguinte, um lugarejo com  duas dúzias de casas, umas com quintais enormes com grandes varais a secar roupas coloridas.Ruazinhas sem calçamento mas com uma grande limha de transmissão acima de nossas cabeças, sinal que a Usina de Aimorés está próxima.

Logo avistamos a cidade de Baixo Guandu, com sua grande planície verdejante, muitos bovinos de corte pastando. Foi com um longo apito, caracteristica que se aplica á todas cidades e vilarejos, que o trem adentrou a Estação de Baixo Guandu, na foto abaixo.

Ás 10.15 depois dessa bela curva abaixo chegamos na Estação Aimorés, primeira cidade já no território mineiro, sempre com o grande rio á direita.

A cidade de Aimorés(fotos de sua estação acima) conforme se vê das janelas do trem ,possui um relevo plano e com ruas bem traçadas. Uma das características da cidade, assim com quase todas do Vale do Rio Doce, é a presença de grande quantidade de bicicletas a circular pelas ruas.
Á essa altura da viagem já tinha circulado o encarregado de agendar o almoço pois a fome estava apertando e assim fiz meu pedido da refeição.
O percurso corria com sol forte pegando de lado e  alguns minutos depois chegmos na cidade de Resplendor, tambem ás margens do rio.

Deve ter havido um incremento turístico nestas regiões em consequencia da construção da Usina da Aimorés, (pertencente á Cia Energética de Minas Gerais-CEMIG) o que provocou o represamento do rio e assim imenso volume de água ficou disponível para formação de clubes de pesca, restaurantes e lanchonetes á beira rio.



Resplendor parece que aproveitou bem as condições favoráveis e observei vários estabelecimentos desse gênero á beira rio, com sua estação ( na foto acima).                                                        
As paradas nas estações raramente ultrapassam os dois minutos, tempo suficiente para embarque e desembarque e assim a locomotiva se colocou em marcha, ganhando velocidade e chegando á Conselheiro Pena.

Conselheiro Pena é terra do meu amigo Moreira, colega de faculdade que não vejo há anos e que, soube depois, se tornou bispo do camdomblé. Salve  grande batuqueiro e colega das rodas de samba dos tempos da faculdade.
Novamente em marcha,a composição e ás 12.15, passando sucessivamente por Barra do Cuité e São Tomé do Rio Doce, pequenas estações, me dirigí ao vagão restaurante para saciar a fome.

A comida, servida em marmitas de alumínio, pode-se dizer apresentou-se de muito bom aspecto e de fato estava saborosa- não sei se tambem devido á fome- mas consistiu-se de arroz,feijão, farofa, salada e um bife de carne suina  com cebolas.

 Comí com moderação acompanhado da Miriam, moradora de Baixo Guandu a quem pedi que fizesse a  minha foto.
Conversamos muito e descobri que ela passara uma temporada na França, mais precisamente em Lille, cidade onde hoje mora meu filho Danilo que está cursando doutorado em Física na Universidade Nord-Calais.Ela se comprometeu a passar  endereços de contatos na França para facilitar minha futura ida para aquele país.
Conversamos por muito tempo e assim chegamos á estação de Tumiritinga, onde muitas doceiras aproveitam a parada do trem para vender seus excelentes doces. Comprei um pé de moleque e um de maracujá.

A proxima parada foi em Governador Valadares,  maior cidade do vale do Rio Doce, com sua grande estação.Em época de férias, feriados prolongados, Natal e Ano Novo, esta estação fica intransitável tamanha a quantidade de gente que vai e vem para as praias capixabas.

A cidade ainda se destaca pelo seu turismo.

Em Governador Valadares está o Pico da Ibituruna. Com 1 123 metros de altitude, é um dos pontos mais altos do Leste mineiro. É sede de uma das etapas do Campeonato Brasileiro de Voo Livre sendo que os competidores saltam do Pico, de onde se pode avistar toda a região do Vale do Rio Doce, cujo leito está aos pés do pico. Também sedia vários campeonatos internacionais de voo livre.

 Em Governador Valadares o trem para por 8 minutos devido exatamente ao grande movimento.A cidade segundo o último censo tem cerca de 300 milhabitantes, com IDH 0,772 e PIB per capita de R$ 9.984,00 tambem segundo o IBGE.Em 1937, a ligação Vitória-Minas com a Central do Brasil colocou o atual município em conexão com grandes centros consumidores, consolidando sua situação privilegiada na região. A atividade econômica da então  Figueira, baseada na exploração da mica, madeira, carvão vegetal e pedras preciosas ,promoveu o processo de urbanização do Distrito, resultando na fixação de grandes contingentes humanos.
A atual cidade de Governador Valadares já possuiu vários nomes antes de chegar a sua atual denominação. Foram alguns deles:
    Arraial de Porto de Dom Manuel - 1734
    Porto das Canoas - 1808
    Santo Antônio da Figueira - 23 de setembro de 1888 (Lei Provincial)
    Distrito de Santo Antônio do Bonsucesso - pela Lei Estadual de 14 de setembro de 1889
    Figueira - 7 de setembro de 1923, pela Lei 843
    Figueira do Rio Doce - 1937 - Decreto do então governador Benedito Valadares
Seu atual nome foi decretado juntamente com sua emancipação, ocorrida em 30 de janeiro do ano de 1938, permanecendo "Governador Valadares" até os tempos atuais, em tributo ao governador Benedito Valadares
Seguimos  a viagem, e lá pelas ás 13.40, notamos que o rio agora corre pelo lado esquedro do trem, com mudança do relevo topográfico e o rio um pouco mais estreito, O sol castigava um pouco e para fugir dele fiquei mais tempo na minha poltrona e aproveitei para cochilar um pouco. embalado pelo clac-clac do barulho das rodas nos trilhos.  Assim perdi algumas fotos até a cidade de Antônio Dias.

 
Daqui em diante a paisagem muda, não permitindo mais largos horizontes e sim morros verdejantes e muita pastagem.Ao longo da viagem constatamos a presença de inúmeras equipes de mnutenção da ferrovia, vital para o bom funcionamento e segurança da carga e passageiros.

 De tantos em tantos km, grandes pátios de manobra e estacionamento são vistos numa demonstração da pujança e grandeza da Vale.


As composições de carga não param e são uma constante na viagem .














 O carregamento de toras de madeira tambem é uma atividade constante.


O tempo demora a passar enquanto a paisagem vai se desenrolando com as sucessivas estações de Pedra Corrida, Periquito e Frederico Sellow(abaixo). O sol da tarde vai esparramando suas luzes pelos morros e florestas, permitindo fotos de belo efeito visual.










 

Uma das constantes da viagem são os inúmeros túneis que o trem atravessa. Alguns longos e completamente escuros, outros diminutos e de passagem rápida.

As 15.50 o trem chegou á estação de Intendente Câmara, na grande cidade de Ipatinga. O sol ainda estava forte e muitas pessoas alí desceram, vindas sobretudo de Valadares e na maioria trabalhadores da companhia.Tambem muitos embarcaram com destino a Belo Horizonte.
 Muitos vagões carregados com pesadas bobinas de aço, provenientes da Usiminas e Belgo Mineira.O desenvolvimento da região deve-se às grandes empresas locais, como a ArcelorMittal Timóteo e principalmente a Usiminas, localizada no próprio município. Até 1964 estas duas ficavam em território da cidade vizinha, Coronel Fabriciano, mas com a emancipação política de Timóteo e Ipatinga, o município deixou de sediá-las.
Atualmente município é formado pela Sede e pelo distrito de Barra Alegre. A cidade faz parte da Região Metropolitana do Vale do Aço, que ultrapassa os 449 340 habitantes. Além das quatro principais cidades (Coronel Fabriciano, Ipatinga, Santana do Paraíso e Timóteo), há outras 22 no colar metropolitano.

Saindo de Ipatinga observamos que os trilhos da ferrovia correm por muitos quilometros paralelalmente á rodovia que liga o vale do Aço á`BR 262, com destino a belo Horizonte.
Daqui em diante não se vê mis o grande rio e sim  muita floresta e canions com este abaixo, alem de exemplares fa fauna.
As 17.55, já escuro, passamos por parada Rio Piracicaba, perto de João Monlevade onde tambem se localizam siderúrgicas de grande porte. A estação seguinte chama-se Estação Dois Irmãos e não foi possível ver nada devido a completa escuridão. Em outra ocasião, fazendo o caminho inverso fotografarei a grande mina de extração de ferro e os incríveis pontilhoes que se encontram no trecho até Belo Horizonte.
A chegada á capital mineira foi ás 20.45 depois dessa longa, desgastante,  mas interessante viagem, demorada mesmo porque, em vários trechos, o trem para nos desvios para dar pasagem aos outros comboios em sentido contrário, carregados de minério e mercadorias diversas que são as riquesas do país, com destino ao porto de Praia Mole da Vale em Vitória.

Nesta viagem conhecí pesoas interessantes e pude assim aumentar o círculo de amizades. Recomendo a todos amantes das ferrovias que façam esta viagem, inesquecível para as crianças e enriquecedora para os adultos.
 A estação de Belo Horizonte possui uma beleza arquitetônica especial, com seu estilo inglês clássico e abriga o Museu de Artes e Ofícios que deve ser visitado por todos  para aumentar a cultura geral.As fotos abaixo são da Estação Central e mostram toda sua beleza.

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