quarta-feira, 11 de abril de 2012

Semana Santa em São João del Rei

Quem nunca foi deve, em prol da cultura e religiosidade,ir à São João del Rei para assistir ás solenidades da Semana Santa. É um espetáculo único e sem dúvida, dos mais concorridos de todas as cidades históricas de Minas Gerais.

Pode-se inclusive arriscar a dizer que a Semana Santa evidencia os traços mais fortes da identidade no município que – perdoe Jorge Ben Jor – é abençoado por Deus, bonito por natureza e incrementado pelas mãos dos homens cheios de fé. Aqueles que levantaram tantas igrejas na cidade, colocaram sinos – que “falam” – no alto das torres e ajudaram ao longo dos séculos nas celebrações da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.
Mais do que cartões postais, símbolos e práticas recorrentes, o sacro na cidade se manifesta em notas, melodias e sons típicos.

A tradição marca as celebrações da Semana Santa em São João del-Rei há exatos 301 anos. Muitos dos ritos são preservados pelos fiéis que os sustentam com fé e dedicação.
Nem mesmo as reformas litúrgicas realizadas pela Igreja eliminaram a realização de alguns atos. Assim acontece com o Ofício de Trevas, liturgia que tem origem no século IV e que é realizada de forma completa somente na cidade de São João del-Rei, em todo o mundo.

Há 50 anos a Igreja Católica realizava o Concílio Vaticano II que trouxe reformas na liturgia e celebrações. Com tais mudanças, o Ofício de Trevas teve alguns cantos abreviados e foi deixando de ser celebrado na maioria dos lugares. 
 
Porém, em São João del-Rei, na Paróquia Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar,  ele é mantido na sua integridade. O povo se reúne em grande número, na Quarta-feira Santa à noite, Sexta-feira da Paixão e no Sábado Santo pela manhã para a celebração. O momento é marcado pelas composições do Pe. José Maria Xavier, cantadas pela Orquestra “Ribeiro Bastos”.


Através dos cantos de salmos, das lamentações, de cantos de Santo Agostinho e de leituras do novo testamento nós procuramos contemplar os sentimentos que estavam no coração de Jesus na sua paixão. Nós revivemos, através da liturgia da igreja, a sua paixão e morte”, define o sentido do Ofício de Trevas, padre Geraldo Magela, pároco local .

Ele explica ainda a importância dos símbolos nessa celebração. “Temos um grande candelabro de 15 velas em forma de triângulo que representa a glória de Cristo. A cada salmo cantado uma vela é apagada simbolizando a glória de Cristo que se apaga em seu caminho”. Padre Geraldo completa dizendo que apenas a última vela se mantém acesa, pois ela representa a luz de Cristo que não se apaga, numa alusão a sua ressurreição.


 Fotos:saojoaodelreisite.com.br

Um comentário:

  1. Flavia Cristina de Souza21 de outubro de 2012 às 09:30

    Lindas fotos, ótimo texto.

    and wahat about the book... rs rs

    ResponderExcluir

Postagem em destaque

O Caminho de Assis- Itália

O Caminho de Assis, uma viagem pela Idade Média na Itália O homem medieval é o "homo viator ". Sua vida é um caminho percorri...