domingo, 4 de agosto de 2019

Um passeio a UDINE

Quinta feira, 25 de abril


Todo ano, no dia 25 de abril comemora-se o Giorno della Liberazione na Itália ou Festa della Liberazione, com um feriado nacional. Este 25 de abril foi um dia fundamental na história da República Italiana, mas também para o fim da Segunda Guerra, com um particular significado político e militar.

Nesse dia,os italianos saem às ruas para homenagear os líderes e soldados que lutaram pela demoracia. Cortejos cortam as ruas das cidades para depositar coroas de folhas nos monumentos, entre outras atividades e comemorações.


Um pouco de história

Os movimentos de resistencia nos países europeus durante a segunda grande guerra mundial constituem-se em episdódio marcante de afirmação de patriotismo e defesa nacional contra a ocupação nazista de suas nações.

Esses movimentos se orgnizaram em todas a nações conquistadas pelo nazismo. Na Itália governada por Mussolini com seu regime fascista, houve também uma histórica resistencia contra as autoridades politicas, policiais fascistas e contra o nazismo que, em razão fo fracasso militar fascista, ocupou parcialmente a Itália para evitar o avanço dos aliados.

Como movimento armado, baseado em táticas de guerrilhas, a resistencia surge quando a Itália é invadida pela Alemanha em 1943. Os membros  do movimento eram chamados de partigiani, isto é, um combatente armado que não pertence a um exercito regular, mas sim a um movimento de resistencia ao invasor.

Seu campo de ação é a retaguarda do inimigo e sua ação militar é tanto o combate como ações de sabotagem  dos recursos  usados pelos ocupantes: linhas férreas, rede elétrica, comunicações, atentados, roubar cargas, libertar prisioneiros.

Como regra, esses movimentos compunham-se  de combatentes de qualquer corrente de ideias: liberais, socialistas, monarquistas, anarquistas e o que importava era lutar contra o inimigo.

Os principais movimentos de resistencia ao nazismo durante a guerra foram: resistencia francesa, italiana,soviética, Iugoslávia, polonesa, tcheca, belga, holandesa.

O oposto da resistencia era o movimento colaboracionistas: situação em que o país derrotado entrega-se ao invasor e com ele colabora tornando-se inimigo e perseguidor de seus compatriotas. Estes, depois da derrota do invasor, eram executados como traidores As mulheres tinha seus cabelos raspados e expostas a uma exacração social. 

A Itália não é o único país a comemorar o dia da Libertação. A Holanda comemora em em 05 de maio, a Noruega em 02 de maio e a Romênia em 23 de agosto.( Informações retiradas da web) 

Eu e Maria Inês resolvemos conhecer a cidade neste dia festivo e para isso tomamos o trem ás 8;50h na estação Trieste Centrale.                                                   

 
Estacionados nos diversos binários ( plataformas em portugues), estavam duas ou três composições com suas máquinas estranhas aos meus olhos. Mais ao lado, um vibrante 'frecciarossa", que se destaca pela velocidade, conforto e pontualidade.  O nosso trem foi igualmente confortável, limpo e rápido, mas nada a se comparar aos 270 km/h de velocidade dos "freciarossa".
                                 

O trem que tomamos possui confortáveis poltronas e os vagões dispõem ainda de espaço para ciclistas estacionarem suas bikes, fato que observamos em Cervignano, onde dois casais devidamente equipados entraram e desceram logo depois para um percurso talvez montanhoso, conforme depreendi pelo rumo que tomaram. Ainda um casal de mochileiros desceu em Cervignano e pelo que ouvi, se dirigiam a Aquileia e depois Palmanova. 
                                                
A viagem segue cruzando campos de uma planura verdejante e o trem é de fazer inveja a nós brasileiros que não dispomos de um mísero transporte ferroviário, a não ser o trem Vitória -Minas, que trafega a uma velocidade média de 65 km/h e gasta perto de 13 horas entre as duas cidades.

Um país continental como o nosso sujeita-se ao caótico transporte rodoviário, entulhando nossas precárias estradas( poucas exceções) de loucos ao volante de seus possantes caminhões e tresloucados que ainda dirigem bebados ou "rebitados".                             
                                                           
No caminho notei com satisfação, que as propriedades rurais possuem casas de moradia que mais pareciam de uma cidade,(acho até um pecado classificá-las de "rurais") tal a beleza arquitetonica e esmero no cuidado com as cores, estilo e os inseparáveis jardins floridos. Sempre um ou dois carros na garagem e ao redor vastos campos planos e verdejantes de trigo e ou videiras.
                                           
      
Uma hora e dez minutos depois estávamos entrando na Estação de Udine, depois de apreciar a bela paisagem dos campos cultivados e algumas das boas cidades do trajeto como Barcola, Cervignano e Monfalcone.  O percurso passa ainda pelo aeroporto regional de Trieste-Friulli-Giullia.
                                                         

Descemos naquela pouco movimentada manhã de feriado e estranhamos mesmo a ausencia das pessoas, afinal Udine- capital histórica do Friulli- é uma cidade grande e movimentada.Procuramos alguma banca para comprar um mapa da cidade para checar os pontos turísticos, igrejas museus, etc.,  mas estava tudo fechado. 
                                               

                              
Num mural em frente da estação vimos um grande mapa e através dele nos orientamos.Alí em frente estava uma loja Mc Donald's aberto e isso foi uma garantia que nosso almoço estaria garantido.
                                                       

Fomos devagar apreciando as casas e edificações tipicas da cidade, quase todas certamente com seus 150 ou 200 anos de idade. Todas belas, imponentes e conservadas. O caminho nos levou até uma praça de nome Libertà e ali estava começando a festa. Centenas de pessoas estavam reunidas naquela histórica praça, circundada por imponentes predios medievais,esperando os  acontecimentos . 
                                                    

Em frente ao prédio que me pareceu ser a prefeitura, duas duzias de soldados perfilados, paramentados com garbosos uniformes de gala, esperavam alguma ordem, sempre segurando seus fusis auitomáticos e sub metralhadoras reluzentes.
                                                 

Aio fundo, sob uma grande marquise, um palco servia de base para várias autoridades. Ficamos ali procurando um melhor angulo para fotografas quando um rufar de tambores se fez ouvir e logo um batalhão de soldados e civis, portando uma infinidade de estandartes adentrou a praça, vindos de uma esquina próxima. Á medida que o batalhão se aproximava as pessoas iam se apertando e ficamos um tanto espremidos nos degraus deum obelisco. a banda e obatalhão passaram e foram se alinhar noo pátio á nossa frente.
                                                

Outra banda surgiu e fez o mesmo percurso e pela imensa quantidade de bandeiras vermelhas entendi que era o batalhão do Partido Comunista, que ato seguinte passou a gritar palavras de ordem contra a autoridade- o prefeito- que havia começado o discurso. Gritavam em uníssono: fascista, fascista!!
                              

Logo meu pensamento se voltou ao Brasil onde centenas de militantes da CUTm PSOL, MST, etc, com suas bandeiras vermelhas costumeiramente atrapalham as manifestações da direita.
                                                 

Como eu achei que aquela discurseira ia se prolongar muito e a barulheira me impedia de entender o real sentido do sermão do fascista do prefeito, chamei Maria Inês e fomos visitar o Castelo di Udine, imponente estrutura de aspecto medieval localizado contiguo à praça.                                           
                                                 
Lindo portico de entrada! datado de 1506, era a porta de entrada ao castelo, cujopátio externo alcançamos através de uma via em forte ascenso á direita, passndo inclusive por uma igreja antiga, fechada por reformas.



Chegamos ao pátio externo todo gramado e que dá para se admirar as dimensões da estrutura, áquela hora ainda fechado.                                       

Fomos a um restaurante ao lado onde, calmamente, degustamos vinho branco acompanhado de uns tradicionais petiscos.                                                     
       
A seguir descemos de novo para a praça Libertá e vimos que as atividades haviam se encerrado, restando pouca gente nas redondesas. Seguimos caminhando meio sem rumo e demos de cara com a maravilhosa catedral de Udine, dedicada a Santa Maria da Anunciação, uma maravilha arquitetonica de cair o queixo.                                     

                                                               


A essa altura bateu mesmo a fome e saimos zigzagueando pelas ruelas antigas até nos depararmos com uma praça central, quadrada, toda cercada por aquelas casas de dois ou tres andares, datadas de uns 300 anos, iguaizinhas às que vemos em filmes. Fantástico!
                                                     
No meio da praça estavam armadas tendas  e gazebos onde artesãos expunham suas criações e ao redor inúmeras cafeterias e bares ofereciam refeições e bebidas. Sentamos num deles, pedimos vinho branco e batatas fritas, até descobrirmos logo depois em salvador restaurante chinês.
                                           
Naquela fria manhã, de um lugar ao norte da Itália, sentado numa mesinha de café, saboreando vinho e rodeado de casas medievais, nos sentimos no meio de um filme de Antonioni ou Vitório de Sica.

Voltamos á estação e embarcamos de volta ás 17 horas, desta vez passamos por Gorizzia, uma comuna de nome sloveno. A  viagem de volta sempre parece ser mais rápida, em qualquer situação e isso parece que tem algo a ver( a ida) com a ansiedade de se chegar ao lugar desconhecido.

À noite em casa, alguns colegas do Danilo foram visitar o Lorenzo e ficamos até as 11 da noite tomando vinho e comendo pizzas. Uma das garotas e neo zelandesa e a outra francesa. aproveitei para colocar meu inglês e italiano em dia. 

Excelente dia passamos.









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