quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Uma sólida amizade

Corria o ano de 1969 e eu cursava o 4º ano da Escola de Veterinária da UFMG.
O meio do ano chegou e vários alunos procuravam uma chance de estagio nas diferentes especialidades da profissão..
Eu,que havia me identificado com o setor de Fisiopatologia da Reprodução  procurava alguma empresa que me oferecesse oportunidade de estagio nessa área.
Nem bem entrou o més de junho, um representante do sistema ACAR-MG - Associação de Credito e Assistência Rural-apareceu nas dependências da Escola para uma conversa com os alunos do 4o ano.
Na sua apresentação mostrou interessantes aspectos sobre a forma de atuação da referida Associação junto aos produtores rurais de MG, com dados sobre a evolução e resultados deste trabalho.
Para surpresa geral, informou que a Diretoria da ACAR havia escolhido seis alunos para estagiarem em seus escritórios.
Eu fui um dos escolhidos e confesso que até que  hoje não sei o porque, já que não tinha um perfil de extensionista.
Surpreso com  a sorte, fui entrevistado dias depois e aprovado para passar 15 dias no Escritório local de Itanhandu, no sul de Minas.( veja aqui
                                
Nunca tinha ouvido falar desta cidade, mas pensava ser importante haja vista a informação sobre sua avicultura. O  estagio era remunerado e a importância recebida era três vezes mais que a mesada que meu pai me mandava, fato que me agradou bastante.
Assim, num gelado e belo dia de céu azul, cheguei de ônibus a esta aprazível cidadezinha encravada nos contrafortes da Serra da Mantiqueira e banhada pela águas claras do  Rio Verde, um dos afluentes do Rio Grande.
Itanhandu tem altitude que varia entre 890 e 2.695 metros de altitude fazendo parte do circuito turístico'Terras Altas da Mantiqueira", (acesse o site aqui )que engloba outros seis municípios, ficando assim próxima dos grandes centros como Rio, São Paulo e Belo Horizonte, o que favorece o turismo.
                                             
Vale a pena conhecer e sentir o magnetismo das montanhas de Minas que sem dúvida, tem nessa região os cenários mais belos.
                                

                                 
Ao saltar do ônibus vi um hotel nas proximidades e para lá me dirigi sendo recebido por um sr de cabelos extremamente brancos e que vim a saber era o dono do hotel.
Uma vez estabelecido, deixei a mala no quarto e caminhei pela ruazinha á esquerda atingindo a praça da igreja.Lá notei a imponência da casa de N. Sra da Conceição, com suas torres de cada lado onde despontam conjuntos de belos sinos. 
                              
Caiu a noite e fui  fazer um lanche num bar de um senhor português, Sr Arnaldo, extremamente solícito e educado.
Depois do lanche e ainda tremendo de frio fui dormir, não sem antes solicitar do atendente mais  dois cobertores para aliviar o frio.
Para quem nunca soube, posso garantir que naquela época, em Itanhandu e adjacências  fazia um frio de congelar cano, coisa que não se repete mais nos dias de hoje.
No dia seguinte me apresentei ao E. da ACAR onde conheci o chefe Dr Benedito Lemos de Oliveira, excelente profissional do setor de avicultura.
Ao lado do E.da ACAR funcionava o  POVIG -Posto de Vigilância Sanitária Animal do Ministério da Agricultura, sob a chefia do Dr Pedro Arenázio Filho e, mais adiante, o PIArt- Posto de Inseminação artificial também do Ministério da Agricultura e chefiado pelo Dr Homero Linhares de Brito.
Estando perfeitamente integrado a estes profissionais da Veterinária me senti em casa e pude paralelamente, ao longo de trinta dias(sim, ao invés de quinze fiquei lá os trinta dias do mês de julho), participar de três tipos de atuação dentro da Medicina Veterinária.
Como era o único solteiro, fiquei hospedado na casa do amigo Homero e daí surgiu uma forte amizade que persiste até os dias de hoje.
Da mesma forma a amizade cimentada com Pedro Arenázio, sua esposa Jaira e os filhos prolongou-se ao longo dos anos e até hoje faço-lhe visitas constantes.
A narrativa- no próximo post- tem a intenção de falar sobre este amigo em particular, a quem visitei agora no final de outubro em razão do amigo ter sofrido um AVC, que o deixou momentaneamente, sem os movimentos do lado esquerdo.Graças ao bom Deus está se recuperando.
A região progrediu, a avicultura tornou-se mais forte e competitiva e o turismo na região deslanchou, atraindo milhares de pessoas ávidas por um descanso em algum lugar ermo e silencioso, para apreciar a beleza das montanhas.
Tenho muitas histórias  para contar, uma vez que depois de formado, fui destinado a trabalhar no PIArt daquela cidade,depois de ser"contratado" pelo Ministério da Agricultura.
Voltarei lá em julho de 2013 sob o frio característico, para percorrer o "Caminho dos Anjos"(saiba aqui) circuito de rara beleza e paisagens sem igual.





5 comentários:

  1. Flavia Cristina de Souza31 de outubro de 2012 às 16:18

    Me leva, plis???

    ah se pudesse e meu dinheiro desse.

    abração my brother

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    Respostas
    1. Claro que levo.. sem problema e nosso din din dá pro gasto. Tem que ter perna para subir e descer a Mantiqueira, que na língua indígena significa"serra que chora".abraço.

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  2. Flavia Cristina de Souza1 de novembro de 2012 às 02:28

    ah tá..

    virou capixaba mêiss pois ao invés de descer , você agora SALTA do ônibus , hein? rs

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  3. Nada disso, saltar do ônibus ainda é um silogismo nacional.

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  4. Belo e digno relato, fazendo os paralelos da época com as fotos de hoje. Muito bom!

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