terça-feira, 14 de outubro de 2014

O Museu doTropeiro-Ipoema/MG

Quando em junho de 2013, acompanhado de diletos amigos caminhei pela Estrada Real, tive a oportunidade de percorrer, em determinados trechos, os caminhos que os antigos tropeiros também haviam trilhado. Para melhor compreensão desta viagem sugiro ao leitor que acesse o site deste blog :
                                                                               https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=2516792723062214948#editor/target=post;postID=2706035335801631804;onPublishedMenu=allposts;onClosedMenu=allposts;postNum=79;src=postname,

que trata justamente do introito e dos relatos subsequentes que se desenrolaram por 13 dias.A viagem á pé começou em Ouro Preto e terminou em São João del Rei.

Os detalhes, as fotos e as impressões estão bem explícitos na narrativa.

Um ano depois, em junho de 2014 percorri os 400km do Caminho dos Diamantes, belíssimo trecho  entre Diamantina e Ouro Preto, onde mais uma vez comprovei através de uma viagem no tempo, os usos e costumes ainda visíveis nas vilas e pequenas cidades, do que foi uma época áurea para o desenvolvimento do rico sertão mineiro.

Poderá ser visto  no :https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=2516792723062214948#editor/target=post;postID=1632107869856058421;onPublishedMenu=allposts;onClosedMenu=allposts;postNum=18;src=postname

Neste segundo percurso passei por lugares absolutamente incríveis como São Gonçalo do Rio das Pedras, Milho Verde,Itapanhoacanga,Serro,Córregos, Conceição do Mato Dentro, Cocais, Barão de Cocais,. Santa Bárbara, Catas Altas, Mariana e Ouro Preto.

As mais autenticas vilas( não digo cidades) seiscentistas e setecentistas  de Minas estão aqui estabelecidas: Catas Altas, Cocais, Santa Rita Durão, São Bartolomeu, Glaura, S.G. do Rio das Pedras, Córregos são absolutamente fantásticas na sua arquitetura e preservacionismo.

Locais estes onde a história ainda vive e persiste através de suas igrejas seculares e casarios coloridos e bem conservados.A hospitalidade dos  habitantes encanta o andarilho, fazendo com que os laços de amizade sejam imediatamente estabelecidos.

Num trecho específico do caminho passei por Ipoema, pequeno distrito de Itabira com pouco mais de 2.500 habitantes  criado em 23 de maio de 1894.
                                 
                                                     
                                           Igreja Matriz de N Sra da Conceição

                                       
                                                    Porta de entrada do Museu

Lá uma das melhores e interessantes atrações, a par de suas belas cachoeiras, é o Museu do Tropeiro, que desde 2 de abril de 2003 reúne objetos específicos de uma era, dura porém cativante da história mineira.Sempre acontecem exposições temáticas no local, o que atrai curiosos de muitas cidade e até mesmo de outros estados.

O museu foi criado a partir de uma expedição chamada Spix & Martius, numa referencia aos famosos naturalistas alemães que vieram ao Brasil numa consequência indireta do casamento de Dom Pedro de Alcântara e D. Leopoldina, arquiduquesa da Aústria.

Essa expedição continha 23 pessoas de várias áreas( médicos, ornitólogos, jornalistas, biólogos, cinegrafistas, dentre outros) que foram fazer um levantamento do patrimônio cultural e natural da Estrada Real a partir do século XVIII e teve sua razão de ser em virtude do imenso e rico patrimônio da ER.

Ao chegarem a Ipoema foram recepcionados pela benção dos cavaleiros e por uma exposição que apresentava as peças que os tropeiros usavam durante as viagens, além das quitandas típicas da terra, entre essas o cubu na folha de bananeira.

Ao terminarem a Expedição resolveram que o museu do Tropeiro seria instalado no distrito de Ipoema devido a hospitalidade do local. Então o Museu foi inaugurado em 23 de março de 2003, com o objetivo de fortalecer a vocação espontânea do tropeirismo, que era uma marca registrada do distrito de

Minha visita ao Museu foi devidamente ciceroneada por uma gentil senhorita que, pacientemente, ia me explicando os detalhes de cada peça enquanto eu maravilhado fotografava, com a devida permissão.

Numa ala  logo a entrada, deparei-me com a figura- tipo uma pintura- de um explorador inglês de nome Richard Francis Burton, em que ele declinava suas opiniões sobre um determinado trecho da Estrada Real.

Lembrei-me que, um ano antes, ao passar por um dos totens da ER, a caminho de Lagoa Dourada,cidade antes de Prados, havia lido numa placa de metal afixada ao pé de um  tótem, um comentário de outro explorador inglês- Jonh Loockoc sobre a "Alagoa Dourada"- algo relacionado com a exploração do minério.

Esse fato- dois ingleses em pleno sertão mineiro, nos idos 1816- despertou minha curiosidade e ao chegar a Vitória, dias depois comecei a procurar na internet os fatos e escritos ligados principalmente ao Francis Burton, pois  havia uma grande menção ao seu nome no Museu do Tropeiro.

                                                     Foto de Richard F. Burton

O que descobri sobre esse explorador será objeto de outro post mais adiante, pois a história desse  navegante e aventureiro é simplesmente fantástica.

Descobri um livro sobre ele, escrito por Edward Rice e traduzido por Denise Bootmann que conta em 680 folhas, a trajetória da vida do mais espetacular agente inglês do século 18 e praticamente um desconhecido desse lado do mundo.

Abaixo algumas fotos do Museu.




















Um comentário:

  1. Excelente, também estive nesse pequeno e agradável Distrito de Itabira. Fiquei na dúvida se Burton chegou a hospedar em Ipoema à época (Pouso Alegre, salvo engano) Abraço.

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