Nem sempre se encontra alguém disposto a te acompanhar numa caminhada pelos trilhos de uma ferrovia. O amigo Jorge, que mais tarde revelaria acreditar não ser capaz, encarou com tranqüilidade e folga no preparo físico, esse trecho de belas paisagens que vai do Vale da Estação em Domingos Martins até o distrito de Araguaia em Marechal Floriano.
Saímos de Vitória ás 6.00h chegando ao Vale da Estação pouco antes das sete horas.
Saímos de Vitória ás 6.00h chegando ao Vale da Estação pouco antes das sete horas.
Deixamos o carro na Lanchonete do Vale e pontualmente ás 7.20 h, com temperatura fresca e céu limpo, começamos o trajeto visualizando uma bela residencia, ás margens do riacho.
O percurso a pé nos trilhos não é fácil, uma vez que não há conforto nenhum no piso e por isso mesmo tem-se que ficar olhando para baixo o tempo todo, caso contrário corre-se o risco de escorregar ou tropeçar numa infinidade de pedras ou dormentes, fora o desnível que é uma beleza para torcer os tornozelos.
Muitos galhos e troncos caídos também dificultam as passadas e por isso botas são mais adequadas que tênis pois protegem melhor contra o impacto.
Nesse trecho o cenário não favorece a fotografia, pois a mata em ambos lados dos trilhos é fechada e não há muita visão lateral.
Nesse trecho o cenário não favorece a fotografia, pois a mata em ambos lados dos trilhos é fechada e não há muita visão lateral.
Atravessamos dois pontilhões pequenos é verdade, mas muito altos e que, sem dúvida tivemos que ser cuidadosos para não pisar em falso ou escorregar nos dormentes.
Notamos que a vegetação está muito seca e a umidade relativa do ar permanece muito baixa e com isso há sempre risco de incêndio, causado por alguma pessoa distraída.
Uma hora e quarenta e cinco minutos depois, sempre com o rio á direita,
Uma hora e quarenta e cinco minutos depois, sempre com o rio á direita,
passamos pelo bairro Poço Fundo que evidencia a pobreza do locasl, com a maioria das casinhas construidas sobre as margens do rio e que, por consequencia, serão as primeiras a sofrerem os danos das enchentes.
e entramos no perímetro de Marechal Floriano.
Tristemente constatamos a enorme quantidade de lixo urbano retido pelas árvores nas matas ciliares e aqui perto da cidade, o caso é escandaloso.
Na praça da estação em Marechal paramos para tomar um café no Bar América e fotografar a bela estação que, sempre que passo lá, noto que está permanentemente bem cuidada e embelezada por verdejante jardim.
Saindo de Marechal passamos pelo ponto de taxi perto da rodoviária e acertamos com o taxista Felipe a volta de Araguaia e dalí caminhamos pelo asfalto da BR 262 uns 2 quilometros. Na passagem em frente ao restaurante Ponto Frio o cheiro daquela comida gostosa provocou a fome. Para quem nunca foi, recomendo ir lá e provar de uma comida caseira de excelente qualidade.
Mais a frente paramos no Posto Ipiranga e não resistimos ao desejo de degustar uma coxinha de frango frita e uma linguiça absolutamente deliciosos, consequencia do aroma antes notado.
Pegamos de novo os trilhos e o caminho seguiu sem muitas novidades até alcançarmos o belíssimo sítio da Vovó,
local de realização de eventos que possui de atrativo, a presença de animais exóticos da fauna africana.
Desse ponto em diante o caminho se abriu mais á visão lateral onde a estradinha de terra corre paralela.
Dalí se podem avistar terras de cultivo e criações de gado,granjas avícolas e cafezais que dão outro destaque ás fotografias.
Perto do meio dia chegamos á mercearia do Sr Darci Nitz,que naquele momento estava fechada, frustrando nossas expectativas de quebrar o gelo de uma cerveja, pois o sol estava quente e nós com fome. Umas crianças esperando onibus escolar aguardavam em frente ao bar e uma sra, que chegou depois, informou que Sr Darci estava almoçando e já viria abrrir. Ele veio em seguida, abriu a venda e imediatamente deixamos nossa tralha de lado para sorver uma geladíssima!
Minutos depois chegou Patrick Decoster, agrônomo belga morador no local, casado há 16 anos com Anne tambem belga e agrônoma, que cultivam num sítio de 11 alqueires ao lado, flores, orquideas e plantas ornamentais.
Ficamos alí conversando por quase quarenta minutos, escutando a história de sua vinda para o Brasil, especificamente para Araguaia local que ele achou belíssimo e se adaptaria ao seu plano de vida. Ficamos sensibilizados com o convite de lá voltar e conhecer sua propriedade.
Seguimos caminhando nos trilhos passando pela igrejinha local de N S da Conceição e ganhando de
novo o caminho, fechado com arvoredo sombreador que alíviava o calor.
Neste trecho do percurso as atividades agrícolas mais frequentes passaram a cafeicultura e o plantio de eucalipto. Cafezais diga-se de passagem, de muito bons tratos culturais, em curvas de nível e de excelente adubação pois estavam muito verdes.
O tempo corria e nós avançavamos em direção a Araguaia,num trecho tambem bastante sombreado e assim pasamos a andar atentos ao trem que, segundo informações em Marechal, desceria a serra lá pelas duas horas.
Paramos aqui abaixo para hidratação e alimentação.
Uns minutos depois avistei uma siriema, que devido a sua esperteza, velocidade e sobretudo a distancia,não foi fácil captura-la com minha câmera.
Pouco tempo depois de reiniciado o percurso ouvimos a buzina do trem, o que nos indicou a proximidade de Araguaia.
De fato após uma curva vimos a locomotiva que estava estacionada, para nossa tranquilidade.
Dalí até a estação Araguaia foi um pulo. Chegamos lá eram duas e quarenta da tarde, exatas seis horas e quarenta minutos de caminhada. Araguaia é um bucólico lugarejo de uma tranquilidade total, onde a vida parece que transcorre lenta e suave como um remanso de rio. Vive-se bem lá.
Paramos no restaurante da Gabriela e perguntamos se ainda havia comida para dois famintos, sendo muito bem atendidos com um PF da melhor qualidade.Dois suculentos ovos fritos compunham o prato,rs!
Tomamos uma cerveja, almoçamos e aproveitamos para relaxar a musculatura.
O restaurante da Gabriela sofreu reformas e ficou maior e mais agradável. Uns canarinhos da terra aproveitavam uma quirela de milho alí no fundo do quintal.
Terminado o almoço, fotografamos a Estação e redondezas, com destaque para uma antiga bomba de gasolina da Texaco, para então chamar o taxista Felipe, que não demorou mais que 40 minutos para chegar.
Na padaria local compramos pães e biscoitos, alem de um pacote do autentico coffea arábica.
Por setenta reais O taxi nos conduziu de volta ao Vale da Estação, para então pegarmos o carro e voltar para Vitória numa volta tranquila e sem sustos.
Pontualmente ás 18 horas cheguei em casa- 12 horas depois de ter saído. Foi em excelente e saudável passeio!!