sexta-feira, 15 de junho de 2012

Circuito Vale Europeu Catarinense



O Vale do Rio Itajaí foi colonizado por imigrantes europeus,principalmente alemães, que fundaram Blumenau em 1850. No último quarto de século XIX, os italianos se instalaram nos arredores das povoações germânicas  já existentes. Os descendentes desses povos preservam os costumes antepassados na culinária, na arquitetura, nofolclore, nas danças e nas festas. A natureza prisvilegiada da região propicia inúmeras alternativas de ecoturismo e turismo de aventura.
O Vale Europeu tem uma população de 1.100.000 habitantes(2010) numa área de 14.367 km2 e renda per capita de  R$ 20.218,00.
Blumenau, a maior cidade possui 309.000 habitantes, Brusque 105.000, IRio do Sul 61.198, Indaial 54.800, Gaspar 55.500. 
Anualmente dezenas de milhares de pessoas chegam a Blumenau em outubro para a Oktoberfest, festa movimentada por bandas típicas, muita alegria, danças, e claro muita cerveja.Pela magnitude que tomou a Oktoberfest tornou-se a maior festa alemã da América.
Em janeiro Pomerode promove a Festa Pomerana.
A cultura dos imigrantes italianos é festejada na Anima Italiana em Rio do Sul entre maio e junho, na Festitália em Blumenau, na Festa Trentina em Rio dos Cedros em setembro, e na La Salagra em Rodeio, em setembro.
Ficam no Vale os dois mais importantes santuários católicos de Santa Catarina. O de Santa Paulina em Nova Trento, que é o segundo mais visitado do Brasil depois do Satuário de Aparecida e o outro é o de N.S de Azambuja que fica no Vale do Azambuja em Brusque.
A herança religiosa dos imigrantes alemães está presente nas igrejas luteranas espalhadas pela região desde a pacata Agrolandia até a vibrante Blumenau.
O relevo do Vale é um convite ao turismo oferecendo excelentes condições para os esportes, desde a aventura, uma forte tradição no uso da bicicleta ainda como meio de transporte e apresentando então o primeiro roteiro de cicloturismo no Brasil, num percurso total de 300 km por vias secundárias, trilhas ou margens dos rios  percorrendo  nove cidades, á partir de Timbó.

Desde o final do ano passado, nós andarilhos tinhamos combinado fazer uma caminhada pelo Circuito Vale Europeu Catarinense, interessante viagem pelos caminhos montanhosos e gelados do estado de Santa Catarina.
O grupo era o mesmo que no ano passado foi para o Caminho da Fé(MG e SP), desta vez acrescido de Marta,José Antônio e sua esposa Elizete. Ele foi de carro até  Indaial tendo saído de Vitória dois dias antes, numa  longa porem interessante viagem turística segundo ele mesmo.Lá se encontrou com filho que reside em Florinópolis
Saímos no dia 2 de junho aproveitando o feriado de Corpus Christi, uma data que  está se tornando preferida pelos andailhos devido as temperaturas frias/amenas favoráveis às caminhadas de longo percurso.
O vôo da Gol saiu de Vitória as 8.30  com destino a Navegantes fazendo escala no Rio. Quando estacionado,consegui fazer uma foto no cockpit do Boeing modelo 800, por uma especial cortezia do comandante, carioca bem humorado que tornou a viagem agradável com informações precisas e inteligentes no momento do sobrevoo sobre a cidade maravilhosa.
Prosseguiu o vôo ás 10.30 chegando em Navegantes ás 11.45. Ao chegar a Navegantes o avião fez uma curva acentuada e pudemos avistar a foz do rio Itajaí-Açu que separa Navegantes de Itajaí, cidade com um sistema portuário de grande expressão no transito marítmo da região, pois S. Catarina é sede de importantes indústrias exportadoras de produtos, notadamente os frigorificados.
O Porto de Itajaí é responsável pela maior parte das exportações da Região Sul do país e é segundo colocado no ranking nacional de movimentação de contêineres. Itajaí é o celeiro de desenvolvimento econômico e referência nacional em infraestrutura voltada à instalação de empresas. Polo da indústria naval, já conquistou a vinda de empresas exportadoras da área de montagem automobilística e também no de vestuário.
Detalhes sobre a cidade leia aqui.
Na saída do pequeno aeroporto já estava à nossa espera a van da empresa Sky Tour contratada para o translado de 80 km até Indaial, diga-se de passagem  excelente veículo dotado de onze lugares e bastante confortável.
A viagem transcorreu sem problemas pela BR 470, aquela altura bastante movimentada tendo em vista o feriado. Chegamos em Indaial lá pelas 14.30 e nos dirigimos imediatamente para o Hotel Fink, onde nos esperava Giovana, que com sua acolhedora família típica italiana mora no próprio hotel e possui acomodações simples porém confortáveis.
 

A essa altura a fome estava pegando e o restaurante mais perto, o Baiuca estava fechado. Fui com Jorge a uma churrascaria que ainda tinha comida disponível e lá aplacamos a fome. Os outros preferiram esperar pela abertura do Baiuca ás 19 horas. Compramos vinhos num supermercado local para acompanhar o jantar sendo alí recpcionados pela proprietária Rose que com sua ajudante de forte sotaque italiano se esmeraram no jantar. Para não perder o costume JA  levou seu equipamento de karaokê e fez o habitual sucesso.
Voltamos para o hotel onde recebemos as informações sobre o caminho impressas em um livrinho especial, pegamos as credenciais e fizemos os  acertos financeiros com Giovana.
O livro é de fundamental importancia para as informações sobre o roteiro e sem ele fica difícil o acerto da rota, correndo-se sérios riscos de um ou outro desvio. Dormimos ás 23 horas.Contratamos um taxi para levar as mochilas até Timbó. 

1º dia- Indaial-Timbó

Após uma noite com sono intercalado- o hotel fica numa rua movimentada - acordamos bem cedo ainda bastante escuro para o café da manhã. Com as mochilas despachadas em um taxi alugado, saimos pelas ruas da cidade debaixo de uma chuva fina  em direção a ponte dos Arcos e pegamos a Av. Brasil.

Sendo um domingo e ainda por cima chuvoso, havia poucas pessoas na rua, de modo que fomos rápido pela comprida avenida até alcançarmos o asfalto da BR e cruzá-la com cuidado.. daí caímos na estradinha de terra onde de fato começamos a caminhada.

Muitas lavouras de arroz de ambos os lados, olarias e casinhas típicas. Por duas horas seguimos numa rota plana até que começamos a subir uma serra de forte aclive( foto acima) e cujo percurso levou mais de 1 hora.
 É uma região de mata fechada, raríssimas pessoas foram avistadas e no alto havia uma encruzilhada que motivou dúvidas, mas o certo é pela esquerda- aqui há uma falha na rota escrita no livreto, que não identifica essa bifurcação.

Descemos uma ladeira comprida até Rio Belo, outra subida forte até chegarmos ao 12 ( nome dado pelos locais) ao Rodeio 12. Já eram 13 horas. Como estava um pouco á frente, parei para comer um sanduiche preparado no café da Giovana e esperar ogrupo que chegou logo depois.
 Continuamos o caminho naquela estrada barrenta até Timbó, cidade plana e comprida de muitas casas bonitas, onde chegamos por volta de 16.30.
 
 Chovia fraco e alcançamos a Praça da Tapioca, onde fizemos algumas fotos. Há no local uma represa e uma ponte pensil que se destacam como atrativos locais.
Fomos direto para o Hotel Colonial, carente de  infraestrutura , pois suas acomodações não são ideais e o café da manhã foi fraco.Dormimos  três num quarto apertado e sem conforto.
Devido ao frio o chuveiro não ajudou em nada. Após o banho nos dirigimos a uma pizaria próxima, de belo aspecto visual, com dois ou três ambientes, garçons bem vestidos e atenciosos.

Comemos e bebemos chope( vinho estava muito caro) de torre para aplacar o frio.
Ao sairmos ainda assistimos um acidente de moto onde o condutor visivelmente drogado ou bêbado,caiu por excesso de velocidade, mas sem ferimentos maiores.
Sem muito assunto dormimos ás 23 h, tambem sono atribulado pelo barulho dos carros na rua ao lado.

2º dia- Timbó-Pomerode.
Após o  check out ligamos para um taxista para levar as mochilas até Pomerode.
Saímos ás 6.30h depois de um café simples para um percurso longo e sinuoso. Seriam 34 km até Pomerode, cidade mais pomerana do Brasil, segundo eles.A chuva continuava e não dava sinais de parar e porisso fizemos uso das capas. 

Caminhamos por uma boa distancia pelas ruas da cidade seguindo as indicações do guia (livro) até chegarmos a indicação de entrar a esquerda e pegar uma estrada lamacenta, onde logo a frente enfrentaríamos um forte aclive(foto abaixo).

Nesta subida que dura perto de 1 hora, há um momento passível de confusão pois deparamos com uma bifurcação. Tomamos o caminho da esquerda por se mostrar o mais "batido" que de fato era o correto. Com isso quero dizer que é muito importante  consultar constantemente o guia, pois em caso de dúvida  ele está sempre correto, com a indicação do caminho sempre determinada por uma seta branca.
Ademais por todo o caminho placas indicativas da direção com a inscrição -Mochileiros- e a seta branca,estão estrategicamente colocadas nos cruzamentos ou locais onde possa haver dúvidas.

Caminhamos pela estrada barrenta por cerca de duas horas até cruzarmos uma estrada  asfaltada onde paramos para descanso e um rápido lanche.
Therezinha e Marluce foram na frente e uns dois km depois a seta apontava para a direita.
Chovia muito e não as vimos. Achei que tivessem se enganado ttivessem tomado a direção do asfalto. Eu e Nilton fomos pelo asfalto enquanto os demais tomavam a estrada de terra e subiam a montanha.
Por três horas seguidas eu e Nilton tomamos a maior chuva dos últimos tempos, ainda agravado pela presença dos carros e caminhões que passavam muito próximos.
A chuva não deu um  minuto de trégua e não encontramos um mísero buteco para uma cana esquentadora. Durante esse trajeto não foi possível realizar nenhuma foto.
Passadas estas três horas de intensa chuva, vento e frio, com minhas  botas encharcadas, o Nilton totalmente ensopado, avistamos uma pequena fábrica de roupas e ao lado uma venda. Entramos e havia uns alemães tomando cerveja.
Aquela máxima de que alemão gosta de cerveja se aplicou naquele buteco.Frio danado e os germanos tomando cerveja.
Tiramos as capas e pedimos uma cachaça, mas para minha surpresa o alemão fez menção de pegar uma 51(aquela do Lula) e imediatamente suspendi  o pedido. Pedi um vinho tinto seco e veio logo um"campeão" daqueles de garrafão de cinco litros.
Enquanto os alemães tomavam um prato de "canja de galinha" de dar água na boca, com pé, moela  e tudo mais,tomei logo dois copos e conversamos bastante com os chucrutes.
Mencionamos o fato de que no ES tambem temos a nossa Pomerania-S.Maria de Jetibá-  falei de sua atividade principal que é a avicultura,sua importancia e costumes de só se expressarem em dialeto pomerano.
Os locais  contaram outras histórias, deram as informações  sobre o clima, a chuva, etc e  sobre a Pousada Max nosso destino. Saimos de novo para, enfrentando a chuva,vencer os restantes 4 km para chegarmos a Pomerode, colônia criada em 1861 pelos imigrantes  pomeranos, estrategicamente localizada entre Blumenau e Joinville
Mais informações sobre Pomerode clique aqui
Lá chegamos ainda debaixo de chuva direto para a Pousada Max Pomerode, sendo recepcionadpos por Rose que nos direcionou para um excelente aposento de quatro camas e eficiente chuveiro quente.
Uma hora depois chegaram os outros andarilhos e cada qual foi tomar seu banho para irmos jantar mais tarde na Pizaria próxima, evidentemente regada a bons vinhos.
Alguns andarilhos ainda se aventuraram em um cafe próximo para saborear um fino chocolate quente, fato que eu mesmo fiz no dia seguinte tendo ainda comprado umas barras de  chocolates típicos da região.

3ºdia- Pomerode -Benedito Novo 

Devido uma leve dor na região lombar, manifestada na tarde anterior ao me abaixar para amarrar sapatos, e que me fez recordar o problema que tive ano passado, preferí não fazer esse trajeto, preservando-me para os próximos.Fui de taxi escoltando as mochilas.
Alí em Alto Benedito não havia nuito o que fazer. Uma farmácia, a igreja luterana,um posto de gasolina, uma lojinha tipo 1,99 e mais nada. Peguei uma carona e fui para Benedito Novo distante 6 km onde fui á agencia do B do Brasil e a uma lan house. Fiz um pouco de hora e voltei para o almoço.
Pocos minutos depois chegaram Jorge, Therê e JA de taxi vindo de Rio dos Cedros. Acharam mais prudente não realizar o resto do caminho de 40 km. Ficamos alí pelo buteco tomando vinho até a chegada dos amigos ás 18 h.
Instalados em seus respectivos quartos- bons diga-se de passagem-tomaram banho a seguir fomos jantar, claro que regado com bons cabernets comprados no supermercado de B.Novo. D. Wilma a proprietária a tudo fiscalizava com olhares desconfiados enquanto o marido Eno ficava no bar servindo os bebuns de sempre.
Dormimos aquecidos por eficientes cobertores.

4º dia- Alto Benedito- Dr Pedrinho.
Por temor ainda da coluna, fui de taxi junto as mochilas, chegando às 9.30 na pequena cidade que, segundo consta, nasceu onde existia uma pequena fazenda no Alto do Rio Benedito, pertencente a Fritz Donner. Tempos depois com a imigração vinda de Rodeio,Nova Trento, Luiz Alvez e outras localidades menores,deu-se o desbravamento das terras de Dr Pedrinho. Recentemente a comunide despertou para as belezas naturais da região e deu os primeiros passos para o turismo, pois é cercada por belas montanhas,rios e exuberantes cachoeiras.

Tem no cultivo do arroz sua principal atividade econômica. A influencia italo-germanica pode ser sentida nos pratos da culinária local.
Fui direto para a Bella Pousada, imponentemente situada no alto da colina de onde avista-se toda a cidadezinha.

Como cheguei mais cedo fiquei,apesar do frio e neblina, andando pela pequena cidade para conhecer seus costumes. A cidade dispõe de uma única agencia, a do Banco do Brasil, situada perto dos correios e da prefeitura(foto abaixo) e do único supermercado.

Não ví muita gente na rua, não ví bares- alías uma característica do vale - as pessoas parecem estar em algum lugar de trabalho ou mesmo dentro de suas casas. Estas de tão belas  são caso  à parte, uma característica marcante da região colonizada por alemães e italianos.

São na sua grande maioria de extremo bom gosto na arquitetura, sejam elas de alvenaria ou madeira( uma constante o uso de madeira), na conservação  e no trato com a jardinagem.

O esmero no trato com jardins e gramados é digno de registro e espanta quem não é acostumado. O colorido das flores é um atrativo que está enraizado na cultura local, fato que se observa em todo o caminho.
Os outros andarilhos chegaram por volta de 15h e fui me encontrar com eles na entrada da cidade. A distancia da pousada situada no alto da colina, espantou alguns mas ainda esticaram os passos para vencer os últimos 1200m.
A Bella Pousada foi uma das tres melhores em que nos hospedamos. Dispõe de acomodações excelentes, com camas macias e lençois e cobertores à vontade.Um banho quente serviu para colocar a musculatura no lugar. O jantar, de excelente qualidade, foi servido às 19.30 acompanhado de algumas garrafas de vinho que trouxemos do dia anterior.
Após esse bom jantar jogamos umas conversas fora e fomos dormir meio embriagados e embalados por um silencio interiorano que há tempos não "ouvia".

4º dia- Dr Pedrinho- Campo do Zinco

Conforme disse a  metereologia, a noite seguinte seria a mais fria da temporada, havendo previsão patra a Serra Catarinense( S.Joaquim,Urubici, Urupema, etc) de temperaturas negativas da ordem de -7ºC.
Acordamos ás 5.30h ao som de algumas vacas da fazenda ao lado para, rapidamente, refazer as mochilas que seriam despachadas no taxi e fomos para o reforçado café que nos serviu a Sra Karim, gerente da pousada.
Findo o repasto fizemos as fotografias alusivas e saimos pela úmida ladeira  que leva ás ruas da cidadela, atravessando a rua sob o olhar espantado de alguns pedestres que, certamente estariam se perguntando o que um bando de loucos paramentados com capas, gorros, botas e cajados estaria fazendo àquela hora da manhã.
Atravessando a cidade deparamos com os cidadãos na tarefa artística de criação de um tapete de flores para a procissão de Corpus Christi.
Estava bastante frio e rapidamente ganhamos a estradinha que leva a Alto Donner, pequeno povoado do caminho para então pegar a esquerda, descendo em suave declive. Observamos de ambos lados a presença da cultura alemã, como sempre evidenciada pelas casas, jardins e igrejas luteranas de uma só torre.

Atravessamos fazendinhas , terras de cultivo e instalações madeireiras. As serrarias são uma constante na região, fato que se observa pela grande extensão de terras plantadas com pinus e eucaliptos.
Perto das 10.30 cruzamos o asfalto chegando à localidade de Barra S.João, com pequena e simpática Igreja luterana em frente  uma lanchonete onde nos deliciamos com raros pasteis.Café com leite e uma meiota tambem foram parte do cardápio.
Saimos pouco depois cruzando uma ponte do Rio S. João em direção a Pousada do Zinco, ainda bastante longe. Nada de  novo neste trecho pontuado por inúmeros cursos dágua, cordilheiras cobertas de mata e as incríveis casas rurais,que embora coloridas e ajardinadas com esmero, não correspondiam com a presença das pessoas, pois raramente as víamos, embora soubessemos que lá se encontrravam.Agora... cachorros têm aos montes, em todas elas!Cheguei a contar oito em uma delas.
O tempo corria e o caminho seguia entre subidas e descidas quando nosso prezado cantorilho JA, cansado pelo esforço e com a musculatura dolorida se aproximou e perguntou para mim" onde ficava o serviço de taxi mais próximo"!
Eu, que tive a satisfação de compartilhar bons momentos de conversa com ele nesta caminhada,  não pude deixar de  apreciar nesse instante  o seu bom humor - constante em todo o trajeto - dizendo que na próxima caminhada levaria um gravador para registrar suas interessantes tiradas, quase sempre salpicadas de fina ironia e gracejo.
Mas quando ele disse que estva mesmo muito dolorido, resolví paraar um motociclista- vários deles foram vistos para baixo e para cima em todo o percurso- e perguntar se poderia dar uma carona ao JA até a pousada do Zinco.O rapaz se prontificou e imediatamente  saiu com o JA na garupa até a pousada.
Circuito EuropeuCircuito Europeu
Dalí até o Campo do Zinco foi sem dúvida o percurso mais bonito,pois tem-se uma visão geral do conjunto de serras e dos imensos vales da região.
No meio do caminho tinha uma cachoeira... tinha uma cachoeira no meio do caminho....paramos para um descanso e fotos.

Ao nos aproximar-mos da porteira que dá acesso à entrada da fazenda-distante ainda uns cinco km- avista-se a bela Cachoeira do Salto do Zinco, com 76 m de altura e se constitui num dos atrativos mais importantes da região.Dali da entrada até lá enfrentamos uma forte subida que durou das 14 ás 16.50h

Circuito EuropeuCircuito Europeu

Fazia frio intenso, o céu estava limpo e claro e as previsões eram de que haveria forte geada.
Com  essa ideia fomos adentrando as desertas terras do zinco, sem cultivo algum ou criações de gado, apenas campos limpos. Uma ou outra cabana de madeira mal cuidade ou mesmo quebrada  evidenciavam uma certo  ar de abandono. Passamos por uma delas(reformada  com 3 quartos que foi destinada aos dois casais) e lá estava o JA à nossa espera, dizendo que a nossa era a próxima.

Prosseguimos até a entrada da casa principal sendo cordialmente recebidos por Andreia e seu marido Haro Kamp,pessoas do melhor trato,que imediatamente nos colocaram  em dois veículos-com as mochilas vindas de taxi-e nos levou para a "cabana".

Pelo espírito mochileiro foi importante ficarmos nessas cabanas apesar da casa principal contar com suites luxuosas com acomodações fáceis para até 11 pessoas, gostamos muito de ficar nelas.

De pura madeira, calafetadas, interior simples mas aconchegante, ficamos ali aquela noite muito bem abrigados do frio que grassava lá fora.

Havia lá disponível  uma pequena lareira de ferro fundido,toras de madeira,.fósforos , mas bobamente não a acendemos.Achamos que os vinhos seriam suficientes.
Necessário dizer que os cobertores e mantas disponíveis foram suficientes. Apenas o chuveiro assustou um pouco,rs!! também um só para sete pessoas, pudera!
Houve quem dormisse com todas as roupas disponíveis,né mesmo Marta?
Às sete e meia fomos brindados com  um jantar  de excelente qualidade, composto de  carne suina assada, files de tilápia ao molho, arroz, saladas variadas, sobremesa impecável de ricota com calda de morango e regada com  bons cabernets e merlots que trouxemos.. Adquirimos tambem uma garrafa de um tinto de uva italiana  "teroldego" ( nunca ouví falar) produzido em Rodeio que concordamos ser de ótima qualidade.Derrubanmos três garrafas devidamente apreciadas com o belo jantar.

Umas tantas horas depois do bom papo com Haro Kamp, exímio conhecedor dos costumes,fauna, geologia e geografia da região, tendo inclusive morado e estudado na Alemanha, voltamos para a cabana para um repousante sono.
Barulhinhos de uns gambás no teto eu ouví, não falei nada para não assustar a mulherada, mas..... foi parte do negócio!
















2 comentários:

  1. No ZINCO, é possível que tenha dado uma temperatura negativa durante a noite, tendo em vista que o "óleo de cacau" que eu, Jorge, levei para passar nos lábios para não ressecá-los, amanheceu congelado, como se fosse uma manteiga saída da geladeira.

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    1. É possível Jorge, tendo em vista que às 7.30h quando fomos para o café da manhã, a temperatura estava 3ºC, segundo o rapaz que foi nos conduzindo de carro.

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