quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O julgamento do 'mensalão' e o fim de uma era.

Se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá, na Terra, um canalha a menos.
 MILLÔR

Tenho acompanhado com bastante atenção o desenrolar do julgamento no STF-Supremo Tribunal Federal- daquilo que convencionou-se  chamar de 'mensalão".
O Supremo Tribunal Federal é a casa onde o Brasil está se reencontrando. Hoje é o maior poder da República. Claro, os ministros sentem-se á vontade para, exemplarmente, emitirem seus votos diretamente, no olho da população, sem medo de errar. 
Leio que o Exército destacou seis dos mais eficientes oficiais para"policiarem" Joaquim Barbosa, numa demonstração de que quer manter a ordem e a segurança. Mandou um recado: no Barbosa ninguém tasca!!
Ideologia á parte forçoso é reconhecer que está sendo ministrada uma verdadeira aula de direito democrático pela lisura e pela  performance dos 11(onze) togados..
O começo de tudo isso foi a denuncia de Roberto Jefferson(PTB) de que " corria na câmara dos Deputados a notícia  de que "uma mesada estaria sendo paga a deputados e partidos políticos para apoio aos projetos do governo", numa verdadeira rede onde parlamentares estariam ,literalmente ,se vendendo para reforço da base aliada. Dalí o escandalo extrapolou para a mídia que, cumprindo seu papel, escancarou a trama para conhecimento da nação.
O Procurador Geral da República classificou a trama como "uma poderosa organização criminosa, chefiada pelo então Chefe da casa Civil José Dirceu, que tomou de assalto os cofres públicos para benefício de um partido político e de seus parceiros".
Com a divulgação dos fatos, ministros foram afastados,outros renuinciaram, parlamentaqres foram cassados ou afastados e a denuncia foi como que uma bola de neve, onde a cada dia aumentava o conhecimento público da  roubalheira do erário público.Parecia coisa de cinema, tal o vulto do dinheiro desviado.
Com o passar do tempo(sete anos) e o presidente Lula peremptoriamente negando o fato, dizendo que "não sabia de nada" o processo aberto pelo Ministério Público Federal, chegou ao Supremo.
Com bastante impacto na mídia começou o julgamento nos meados de agosto.A TV Justiça transmintindo ao vivo para quem quisesse acompanhar.
O relator Joaquim Barbosa começou a ler seu parecer e em pouco tempo percebia-se que os " asaltantes do erário público" estavam com os dias contados.
Todos foram denunciados e devidamente imputados em corrupção ativa, passiva, peculato e lavagfem de dinheiro.João PaULO Cunha, então presidente da Câmara, teve seu destino selado, numa inequívoca demonstração de seriedade por parte do relator e dos votos dos outros ministros que o acompanharam. Rosa Weber deu um voto eexemplar e deitou por terra a defesa dos mensaleiros.
Também é utopia esperar que a população não vote em legendas fisiológicas. Os partidos precisam assumir a responsabilidade, ano a ano, mês a mês, dia a dia, da educação política.
Penso que não é impossível esse intercâmbio entre governos-partidos-escolas, independentemente de se estar sempre visando uma eleição.
Também via sindicadatos e outras organizações sociais. Chegamos ao limite. Não temos mais o paradigma da ditadura, das diretas etc. 
Então, tudo é muito fluido (tênue, para usar a palavra da moda no âmbito da acusação a petistas), não há como instigar as pessoas ao debate que não seja pela visão única da mídia (político = corrupção). 
É triste a pobreza das aulas de História, Geografia, Sociologia. Professores (creio, formados nas décadas passadas) não possuem grau de comprometimento com a verdade. Estão como uns paus mandados do lulopetismo.
Lula percebeu os novos tempos, entendeu que havia se esgotado o ciclo de Aloisio Mercadante, Martha Suplicy e, de cima para baixo, impôs a renovação: pessoas com perfil administrativo, sem a pesada carga ideológica dos velhos militantes. Lançou Dilma Rousseff para a presidência e Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo.
FHC não teve o mesmo descortino. Em 2010 bancou a candidatura pesada de Serra à presidência, abortando o voo de Aécio Neves – no único momento em que o cavalo passou encilhado para o ex-governador mineiro. 
Permitiu que o partido ficasse nas mãos do inexpressivo Sérgio Guerra, fechou os olhos para o potencial de um Antônio Anastasia, governador de Minas, abriu mão das políticas inovadoras, perdeu o discurso da socialdemocrata.
Com Aécio demonstrando total falta de vontade de abrir mão da vida pessoal, sem abrir espaço para outras vocações, o PSDB perde o protagonismo.
Passados os efeitos dessas eleições, haverá um rearranjo da política nacional. Encerra-se a geração das diretas, entram outros protagonistas, como o governador de Pernambuco Eduardo Campos ou o prefeito do Rio, Eduardo Paes( em que pese eu não gostar de suas ambíguas propostas).E o próprio Anastasia como vice de Campos, se o PSDB tiver juízo.Será?
Esperar a tal educação vinda de partidos políticos é utopia.
O dever da concientização política viria da própria educação do povo.
Ao menos, com o boom da Net, outras opiniões jamais mostradas pela nossa "grande imprensa" estão chegando em parcelas cada vez maiores da população.
Ao final do julgamento do mensalão o Brasil será um novo país. Espero.
Espero ainda que Dilma se descole definitivamente da figura atrasada de Lula

Um comentário:

  1. Devo mencionar que os Ministros Tofolli e Lewandovski, na minha opinião,estão ali para defender os petistas.

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