Sempre que ia ou vinha de Belo Horizonte para Vitória, ao passar pela divisa dos estados e ao avistar a imponente serra,pensava com meus botões que um dia iria caminhar por aqueles montes do Caparaó, imponente cadeia de montanhas que abriga três dos mais altos picos do Brasil.
O tempo foi passando e resolvi ir neste verão contrariando a lógica, pois gosto mesmo é do frio.O calor na praia, a movimentação turística, o transito, o congestionamento, supermercados lotados, fila disso, fila daquilo....O visual é magnífico mas nas montanhas também é, então..... pé na estrada!
Convidei os amigos Ângela e José Pereira, andarilhos de boa qualidade e determinação, que não vacilaram e foram excelentes companheiros.
Convidei os amigos Ângela e José Pereira, andarilhos de boa qualidade e determinação, que não vacilaram e foram excelentes companheiros.
Saímos da rodoviária de Vitória ás 4.30 da tarde rumo a Irupi, ponto de partida do caminho que teve como destino a cidade mineira de Carangola.
Há muitos anos não pegava um ônibus tipo "cata-jeca" e de fato foi sofrida a viagem devido ás centenas de paradas aqui e ali.
Tipos mais variados de pessoas estavam presentes, os assuntos mais desencontrados possíveis. Crianças choramingando, mães amamentando, velhos reclamando do calor- 37ºC naquele momento- compunham o cenário e atores da viagem. Muito interessante!! Duas horas e meia até Venda Nova!!
Pelas 9 da noite chegamos a Irupi , não sem antes passar por Iúna cidade de maior porte da região caparaolina do ES.
Em Irupi nos dirigimos até o Hotel Tok Real, sendo muito bem recebidos pela proprietária Rachel que, diligentemente se dispôs a fazer uma "janta" para três esfomeados. Enquanto ela preparava o repasto fomos até a pracinha tomar uma cerveja apreciando a movimentação das pessoas pela pracinha central.
Irupi (amigo leal e/ou águas tranquilas em tupi guarani) estava ainda com sua praça da igreja enfeitada com luzes e árvore de Natal e muitas pessoas passeavam pelo local.saiba sobre Irupi
Após um farto jantar dormimos com tranquilidade, sendo acordados logo ao raiar do dia, por vigorosos e prolongados cantos de uns canários que pareciam encomendados a nos despertar.
Tomamos o café e partimos bem cedo rumo a Santa Marta, distrito de Ibitirama percorrendo uma acentuada subida em terra batida e muito poeirenta, que demorou quase uma hora.
Cansaço compensado logo depois por belo visual da região, plena de cafeicultura.Temperatura agradabilíssima com ventos refrescantes do nordeste, ao dobrarmos uma colina, tivemos a grata satisfação de avistar de frente, os picos da cadeia do Caparaó, meio encobertos pelas nuvens.À esquerda o Cristal(2.770 m), no meio o Bandeira( 2.892 m) e á direita o Calçado(2.849 m)
O Parque Nacional do Caparaó, criado em 1961, devido sua grande beleza é um lugar que deve ser conhecido por todos amantes da natureza.veja aqui.
Como a região é favorável, a paisagem é dominada pelo coffea arabica e em qualquer lugar toma-se um excelente café, coado ainda com aqueles coadores de flanela!. As casas evidenciam o modo de vida, com sua arquitetura típica, seus terreiros de secar café e demais implementos inerentes ao cultivo.
Avançava o dia e pelas 10.30 h chegamos ao distrito de Pedra Roxa, de rara beleza e hospitalidade de seus moradores. Numa fazendinha antes da entrada, dois "retireiros" ordenhavam as vacas num horário completamente inadequado.
Pedra Roxa pelas informações é muito fria no inverno e seus moradores nos receberam com muito bom humor e curiosidade, uma vez que nunca imaginaram uns andarilhos malucos indo a pé até Carangola.
Paramos no Bar do Pité( o de boné á esquerda) e nos sentimos em casa, ao saborearmos uma cerveja e uma autentica cachaça da região. Contamos nossa história provocando a admiração de todos e um deles( o Zé Luis ao centro com o braço erguido) meio embalado, afirmou umas dez vezes que:" isso que é vida! tem gente que tem dinheiro e não sabe aproveitar". Mal creditavam que estaríamos caminhando isso tudo.
Findo o descanso saímos caminhando agora por um asfalto recentíssimo, rumo a Limo Verde e no meio do caminho nos deparamos com a entrada para a Tecno Truta, importante criatório de trutas no alto da serra. Teríamos que subir acentuadamente 6 km e em razão disso, aceitamos de bom grado uma carona té o alto e lá nos deparamos com um cenário de rara beleza. Merece ser visitada!
Tomamos cerveja e degustamos uma truta assada com arroz e batatas. Posso dizer que foi dos melhores pratos que já provei.
Voltamos ao caminho para mais uns bons quilômetros, sempre no meio de muito cafezal, até que alcançarmos o distrito de Santa Marta, 28 km depois de Irupi.
O pernoite foi na Pousada Gravel de propriedade de D.Irene, muito prestativa e cordial.É uma pousada simples, mas muito acolhedora.
Tomamos banho e ficamos descansando até a hora do lanche, gentilmente cedido pela proprietária cujos filhos e sobrinho se esmeraram em fazer pães de cebola e manjericão. Um autentico café arábica da região, queijos, manteiga, presunto,etc, completaram o repasto.
À noite ficamos assentados na calçada jogando conversa com os moradores e um casal de BH com dois filhos que, do nada e encantado pela beleza da região, resolveram ficar alí pelas montanhas mais dois dias. 22.30 h fomos dormir num completo silencio.Pela manhã seguinte, outro bando de canários madrugadores se encarregou de nos acordar.
Tomamos café, ajeitamos a tralha e saímos rumo a fazenda Mundo Novo, passando por Limo Verde, num asfalto recém terminado.
O governo do Estado está asfaltando a região e fatalmente perderemos o bucolismo das estradinhas de terra.
Dois km depois fotografamos a Cachoeira do Granito, que pela falta de chuvas, tinha pouca água.
Continuamos pelo asfalto com pouquíssimo movimento de carros e muitas motos rumo a Faz. Mundo Novo, quando nos deparamos com a Pousada encanto da Serra. Com os portões abertos resolvemos entrar para conhecer e com satisfação fomos muito bem recebidos pelo casal Severino e Ângela.
Ofereceram-nos água e gentilmente nos mostraram sua pousada, que possui cinco suites de muito bom gosto, restaurante, parquinho para crianças, etc.
Devido o forte calor do momento fomos convidados a tomar banho de cachoeira nos fundos da propriedade o que nos agradou bastante.
Finda essa mordomia, partimos para a Fazenda Mundo Novo cerca de 3 km depois. Chegamos descansados pelo banho de cachoeira mas com muita fome. Fomos recebidos pela D.Águeda, esposa de Antônio Faria que, aquela hora da tarde descansava.
Deixamos as mochilas no casarão e logo fomos de carro almoçar no restaurante da Lucineide 500 metros adiante, onde saboreamos uma comida caseira de excelente sabor. Voltamos para a fazenda para um merecido banho e descanso. Abaixo o casarão de 127 anos de idade.
Anoitecia quando fomos apresentados ao Antônio Faria,homem de fibra que se dedica de corpo e alma ás lides da fazenda, tirando leite e fabricando excelente queijo tipo "minas meia cura". Tomamos café com pães e bolos preparados pela família e ficamos conversando sobre variadíssimos assuntos,pois Antônio possui vasto conhecimento geral, fruto de suas pesquisas e determinação em vencer os desafios, sem dúvida devidos à sua origem italiana materna, com o nome Zanni oculto na escritura. No momento fará a última sessão de quimioterapia e, se ninguém falasse, jamais saberíamos que faz esse tratamento, tal seu vigor e saúde.Contou de sua ligação com pesquisadores da Embrapa que ministraram curso sobre cogumelos em sua propriedade e que agora está colocando em uso a dieta dos cogumelos na luta contra o neoplasma, com evidente sucesso.
Perto das 22.30h fomos dormir embalados pelos sons rurais de vacas mugindo, grilos estrilando e um ou outro barulhinho no teto, forrado de taquara de bambu e sanca de taboa. Muito original!
No dia seguinte mal clareou o dia o café já tinha sido preparado pelo Antônio. Saboreamos iogurte natural,geleias e queijos por ele preparados,junto de pães da roça untados de manteiga da melhor qualidade e devidamente empurrados por um arábica de fino aroma.
Saimos ás 06.15 h depois de sua orientação em tomar um atalho, subindo um morro á direita da estradinha, coisa que fizemos durante uns 50 m minutos por se tratar de acentuada e demorada subida.
Deslizamos pela descida subsequente avistando um asfalto á direita por onde caminhamos uns quilômetros em direção a Pedra Menina, passando pelas cachoeiras belíssimas do Cambucá.
Continuando pelo asfalto de pouco movimento nos deparamos com uma encruzilhada que, à direita vai para Pedra Menina (assista aqui excelente vídeo sobre Pedra Menina.) e à esquerda numa estradinha de terra está Espera feliz, nosso destino.
Logo depois cruzamos a fronteira Minas/Espírito Santo, atravessando pequeno riacho de águas claras. À direita grande baixada com cultivo de milho,abundante ao lado da cafeicultura.
Sem muitos atrativos seguimos aquela baixada olhando e fotografando a bela paisagem até cruzarmos o asfalto que vai para Espera Feliz. Alcançada depois de seis horas de caminhada, E. Feliz é uma simpática cidadezinha mineira sendo a porta de entrada para o Parque Nacional do Caparaó.
Fomos direto para a estação rodoviária para que Ângela comprasse sua passagem de volta para Vitória, em função dos compromissos assumidos. Almoçamos nas redondezas e Ângela embarcou às 13.15 h rumo a Guaçuí e depois seguiria para Vitória.
Eu e José Pereira pegamos de novo a estrada em direção a Caiana, onde seria o pernoite.Na saída uma forte subida associada ao forte sol maltratou o físico e devagar fomos vencendo a distancia, sem muitos atrativos fotográficos.
Chegamos a Caiana, cidadezinha de poucos habitantes e pouco movimento ás 16.00 h suados e cansados, numa jornada de 30 km desde a Mundo Novo.
Um excelente e confortável Cristal Hotel nos proporcionou bom descanso e excelente jantar.
O calor estava forte e nos limitamos a descansar, não sem antes deglutir duas geladíssimas cervejas. Uma forte e providencial chuva aliviou o calor proporcionando alegria geral. Quarto limpo e a ausência de barulho de carros ou motos contribuíram para um sono reparador. Fotos abaixo da Igreja e da rua frente ao hotel.
Acordamos como de costume antes das cinco horas, pois o trajeto final rumo a Carangola teria 26 km e subidas acentuadas.Tomamos excelente café e na saída caminhamos por uma rua calçada para pegar à direita no final da rua.Uma bifurcação nos deixou em dívida, logo desfeita por um madrugador transeunte .
Ali começou o caminho trilhado pelos andarilhos da Luz, só que fazendo o caminho inverso tivemos a atenção redobrada.
Seguindo as setas do C. da Luz fomos percorrendo o antigo leito da ferrovia até uns 3 km para então virar da direita que iria nos levar á subida para pegar o trilho da mata. Este trecho dura umas duas horas e é intercalado por paisagens belíssimas.
Passamos pela estação Ernestina e o túnel de pedra.
Fomos devagar aproveitando a hora fresca, subindo e descendo as colinas cobertas de imensos cafezais. Paramos a certa altura para hidratação e comer umas bananas e maçãs compradas na véspera.
Seguimos em silencio, contornando em subida uma grande lavoura e distraidamente, não vimos a placa do Caminho da Luz.
Subindo um pouco mais nos deparamos por acaso, com uma senhora moradora no alto da serra -Maria Aparecida- que surpresa nos informou que aquele não era o caminho.
Voltamos depois de sua explicação e benção para que N S Aparecida nos acompanhasse e constatamos que, de fato, havíamos errado feio e não fosse sua providencial intervenção estaríamos meio perdidos.
Descemos uma trilha esburacada e difícil de ser vista para quem está fazendo o caminho inverso. Atravessamos umas cancelas de arame farpado cruzando em descida outro cafezal e um imenso bambuzal. Dali para a frente começou o caminho da mata trilhado por umas duas horas, com mato alto e muitos obstáculos.
Naquele lugar ermo longe de qualquer habitação, fotografei umas pegadas.
Cinco horas depois de sairmos de Caiana estávamos no final do trilho da ferrovia, avistando a cidade de Carangola lá do alto.
Na estação final paramos para um lanche e descanso.
Descansamos um pouco e começamos a descida para Carangola, um percurso que demorou duas horas até a estação rodoviária, onde procuramos informações sobre horário de ônibus parta Vitória. Esse trecho, quente, seco e sem graça levou mesmo duas penosas horas. Chegamos ás 13.30 h na rodoviária sedentos por uma cerveja.
Alí permanecemos por um bom tempo ouvindo a conversa de dois velhos matutos sobre o clima, as colheitas de café nos tempos antigos,a moda como se vestiam quando crianças e sobre os costumes dos jovens de hoje.São "esclarecidos" mesmo sobre os efeitos dos agrotóxicos nas lavouras e sobre a qualidade da água atualmente. Coisa de doido a conversa deles! na foto abaixo um deles aprece de chapéu.
Fomos em seguida para o Hotel Central, edificação de uns 100 anos mas ainda em bom estado onde tomamos um quarto amplo e fresco. O calor lá fora estava danado!
No saguão do hotel fotografei alguns quadros de São João del Rei, minha terra natal e coincidentemente terra do proprietário.
Fomos almoçar num restaurante perto, saboreando um autentica comida de sabor mineiro, acompanhada de um trago da "Charmosa de Minas".
Voltamos para o hotel descansando até ás 18.00 h quando retornamos para a praça principal para apreciar o movimento e fazermos orações na Igreja de Santa Luzia.
Depois de uns refrigerantes e uma caipirinha num barzinho em frente do hotel,fomos dormir um justo sono.
No dia seguinte pegamos o ônibus da Águia Branca às 08.40, chegando em Vitória às 14.30. Viagem de matuto pois o ônibus para muito!
Foi uma bela jornada essa do Caparaó.
Deixamos as mochilas no casarão e logo fomos de carro almoçar no restaurante da Lucineide 500 metros adiante, onde saboreamos uma comida caseira de excelente sabor. Voltamos para a fazenda para um merecido banho e descanso. Abaixo o casarão de 127 anos de idade.
Anoitecia quando fomos apresentados ao Antônio Faria,homem de fibra que se dedica de corpo e alma ás lides da fazenda, tirando leite e fabricando excelente queijo tipo "minas meia cura". Tomamos café com pães e bolos preparados pela família e ficamos conversando sobre variadíssimos assuntos,pois Antônio possui vasto conhecimento geral, fruto de suas pesquisas e determinação em vencer os desafios, sem dúvida devidos à sua origem italiana materna, com o nome Zanni oculto na escritura. No momento fará a última sessão de quimioterapia e, se ninguém falasse, jamais saberíamos que faz esse tratamento, tal seu vigor e saúde.Contou de sua ligação com pesquisadores da Embrapa que ministraram curso sobre cogumelos em sua propriedade e que agora está colocando em uso a dieta dos cogumelos na luta contra o neoplasma, com evidente sucesso.
Perto das 22.30h fomos dormir embalados pelos sons rurais de vacas mugindo, grilos estrilando e um ou outro barulhinho no teto, forrado de taquara de bambu e sanca de taboa. Muito original!
No dia seguinte mal clareou o dia o café já tinha sido preparado pelo Antônio. Saboreamos iogurte natural,geleias e queijos por ele preparados,junto de pães da roça untados de manteiga da melhor qualidade e devidamente empurrados por um arábica de fino aroma.
Saimos ás 06.15 h depois de sua orientação em tomar um atalho, subindo um morro á direita da estradinha, coisa que fizemos durante uns 50 m minutos por se tratar de acentuada e demorada subida.
Deslizamos pela descida subsequente avistando um asfalto á direita por onde caminhamos uns quilômetros em direção a Pedra Menina, passando pelas cachoeiras belíssimas do Cambucá.
Logo depois cruzamos a fronteira Minas/Espírito Santo, atravessando pequeno riacho de águas claras. À direita grande baixada com cultivo de milho,abundante ao lado da cafeicultura.
Sem muitos atrativos seguimos aquela baixada olhando e fotografando a bela paisagem até cruzarmos o asfalto que vai para Espera Feliz. Alcançada depois de seis horas de caminhada, E. Feliz é uma simpática cidadezinha mineira sendo a porta de entrada para o Parque Nacional do Caparaó.
Fomos direto para a estação rodoviária para que Ângela comprasse sua passagem de volta para Vitória, em função dos compromissos assumidos. Almoçamos nas redondezas e Ângela embarcou às 13.15 h rumo a Guaçuí e depois seguiria para Vitória.
Eu e José Pereira pegamos de novo a estrada em direção a Caiana, onde seria o pernoite.Na saída uma forte subida associada ao forte sol maltratou o físico e devagar fomos vencendo a distancia, sem muitos atrativos fotográficos.
Chegamos a Caiana, cidadezinha de poucos habitantes e pouco movimento ás 16.00 h suados e cansados, numa jornada de 30 km desde a Mundo Novo.
Um excelente e confortável Cristal Hotel nos proporcionou bom descanso e excelente jantar.
O calor estava forte e nos limitamos a descansar, não sem antes deglutir duas geladíssimas cervejas. Uma forte e providencial chuva aliviou o calor proporcionando alegria geral. Quarto limpo e a ausência de barulho de carros ou motos contribuíram para um sono reparador. Fotos abaixo da Igreja e da rua frente ao hotel.
Acordamos como de costume antes das cinco horas, pois o trajeto final rumo a Carangola teria 26 km e subidas acentuadas.Tomamos excelente café e na saída caminhamos por uma rua calçada para pegar à direita no final da rua.Uma bifurcação nos deixou em dívida, logo desfeita por um madrugador transeunte .
Ali começou o caminho trilhado pelos andarilhos da Luz, só que fazendo o caminho inverso tivemos a atenção redobrada.
Seguindo as setas do C. da Luz fomos percorrendo o antigo leito da ferrovia até uns 3 km para então virar da direita que iria nos levar á subida para pegar o trilho da mata. Este trecho dura umas duas horas e é intercalado por paisagens belíssimas.
Passamos pela estação Ernestina e o túnel de pedra.
Fomos devagar aproveitando a hora fresca, subindo e descendo as colinas cobertas de imensos cafezais. Paramos a certa altura para hidratação e comer umas bananas e maçãs compradas na véspera.
Seguimos em silencio, contornando em subida uma grande lavoura e distraidamente, não vimos a placa do Caminho da Luz.
Subindo um pouco mais nos deparamos por acaso, com uma senhora moradora no alto da serra -Maria Aparecida- que surpresa nos informou que aquele não era o caminho.
Voltamos depois de sua explicação e benção para que N S Aparecida nos acompanhasse e constatamos que, de fato, havíamos errado feio e não fosse sua providencial intervenção estaríamos meio perdidos.
Descemos uma trilha esburacada e difícil de ser vista para quem está fazendo o caminho inverso. Atravessamos umas cancelas de arame farpado cruzando em descida outro cafezal e um imenso bambuzal. Dali para a frente começou o caminho da mata trilhado por umas duas horas, com mato alto e muitos obstáculos.
Naquele lugar ermo longe de qualquer habitação, fotografei umas pegadas.
Cinco horas depois de sairmos de Caiana estávamos no final do trilho da ferrovia, avistando a cidade de Carangola lá do alto.
Na estação final paramos para um lanche e descanso.
Descansamos um pouco e começamos a descida para Carangola, um percurso que demorou duas horas até a estação rodoviária, onde procuramos informações sobre horário de ônibus parta Vitória. Esse trecho, quente, seco e sem graça levou mesmo duas penosas horas. Chegamos ás 13.30 h na rodoviária sedentos por uma cerveja.
Alí permanecemos por um bom tempo ouvindo a conversa de dois velhos matutos sobre o clima, as colheitas de café nos tempos antigos,a moda como se vestiam quando crianças e sobre os costumes dos jovens de hoje.São "esclarecidos" mesmo sobre os efeitos dos agrotóxicos nas lavouras e sobre a qualidade da água atualmente. Coisa de doido a conversa deles! na foto abaixo um deles aprece de chapéu.
Fomos em seguida para o Hotel Central, edificação de uns 100 anos mas ainda em bom estado onde tomamos um quarto amplo e fresco. O calor lá fora estava danado!
No saguão do hotel fotografei alguns quadros de São João del Rei, minha terra natal e coincidentemente terra do proprietário.
Fomos almoçar num restaurante perto, saboreando um autentica comida de sabor mineiro, acompanhada de um trago da "Charmosa de Minas".
Depois de uns refrigerantes e uma caipirinha num barzinho em frente do hotel,fomos dormir um justo sono.
No dia seguinte pegamos o ônibus da Águia Branca às 08.40, chegando em Vitória às 14.30. Viagem de matuto pois o ônibus para muito!
Foi uma bela jornada essa do Caparaó.
Muito bom o relato! Nota-se claramente a evolução da escrita e da forma de contar a história juntamente com as fotos. Esse foi um dos melhores que você já fez até agora. Agradável de ler e nem um pouco cansativo.
ResponderExcluirContinue melhorando que, um dia, quem sabe, vira livro...
Keep going far away!
Valeu camarada!!!
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