terça-feira, 5 de março de 2013

O Porto de Vitória

No ranking de qualidade operacional dos portos, o Brasil ocupa a modestíssima 130ª posição entre 142 países.
Aqui o desembaraço aduaneiro demora,em média, 505 dias, quase o dobro da média mundial que é 2,9 dias, conforme estudo do Forum Econômico Mundial.
É uma situação preocupante pois limita o aproveitamento do potencial comercial do país, mina a competitividade da economia e atrofia o crescimento.
Nos últimos dias a imprensa tem publicado reportagens sobre os "pibinhos" de 0,9 em 2012 e anos anteriores ressaltando a pífia atuação da economia brasileira,na rabeira do crescimento inclusive aqui na América Latina
Os gargalos do sistema portuário causaram prejuízo de R$ 246 milhões á iniciativa privada em 2010 resultante, dentre outros fatores do período, de 79 mil horas que os navios ficam parados na costa à espera da atracação e em 2011 a perda foi de 100 milhões de reais.
O governo nos últimos dias publicou a MP 595 que fixa novas regras funcionais para os portos. Deverá abrí-los ao empreendimento privado em regime de concessão de áreas para instalação de novos terminais e armazéns  construção e ampliação de berços de atracação, modernização de equipamentos, etc., com objetivos óbvios.
A reforma também inclui modernização das relações trabalhistas, possibilitando aos terminais privados contratarem profissionais não registrados ou cadastrados no OGMO( Òrgão Gestor da Mão de Obra). Trata-se do fim da reserva de mercado e isso é democracia e todos sairão ganhando.
Morando em Vitória desde 1985, observo o acanhamento das suas instalações portuárias e a dificuldade inerente a um porto mal localizado entre os morros da ilha. 
Não houve planejamento prévio prevendo sua expansão por quem, no início, era o responsável. Não teve visão de futuro e agora, com a reforma que está sendo implantada, fatalmente o porto será obsoleto em poucos anos. Porque digo isso?
Não sou especialista coisa nenhuma, mas é fácil perceber que a localização do porto está na contra-mão do desenvolvimento, haja vista a rápida expansão demográfica e o impressionante aumento do fluxo de veículos.
Como a cidade não tem para onde se expandir o caos vai se instalando a cada dia, pois as facilidades de compra de automóveis favorece isso.
A cidade conta com apenas uma entrada ou saída para o sul/oeste e outra para o norte/nordeste.
Não tem política de expansão da rede viária e a sua representação política, para poder brigar e lutar por verbas na esfera federal é insignificante.
Os exemplos clássicos são a paralisação das obras do aeroporto há cinco ou seis anos e a demora na duplicação das BRs que cortam o estado. Sem falar no gargalo da saída e duplicação do Contorno.
Poderiam transferir toda a infraestrutura portuária para as águas profundas de praia Mole, local sabidamente favorável a navios de grande calado e situado em mar aberto.
Em  pronunciamento dia 05 de fevereiro no Senado, Alvaro Dias(PSDB) enfatizou a necessidade do Brasil "modernizar sua cadeia logística para garantir competitividade ao país no ambiente global do agronegócio do futuro.
Atualmente as filas para atracação nos portos de Santos e Paranaguá são de duas a três vezes superiores do que há um ano, e não é de todo improvável que assistiremos este ano à maior asfixia na logística da nossa história".

Leia aqui sobre o Porto de Vitória(Porto), que está em obras de ampliação(fotos abaixo).

                                        Observe que a rua está bem ao lado do cais do Porto


                            Abaixo, do outro lado da baia o Porto de Capuaba, em Vila Velha.
                         
Ao contrário, em países desenvolvidos a atividade portuária obedece a uma lei de mercado que colocou pujança e desenvolvimento em primeiro lugar. Não houve politicagens.
Abaixo o Porto de Roterdam -exemplo a ser seguido.
Assistam  aqui Vídeo sobre Roterdam.

Localizado na Holanda, o porto de Roterdam parece uma auto-estrada. Todos os dias, 450 navios entram e saem de lá carregando um milhão de toneladas de carga avaliadas em mais de um bilhão de dólares. Além de ser o maior porto do mundo, ele também é um dos mais problemáticos devido a intensidade de tráfego, fortes correntezas e seus estreitos canais.
Quem chega quase não se dá conta de que está entrando no mais moderno e num dos mais movimentados terminais portuários do mundo.
 Não se vê a algazarra típica dos grandes portos do Brasil. A eficiência é tamanha que o visitante tem a impressão de não haver um intenso entra-e-sai de navios. A surpresa é maior se a visita começar pelo Ghost Terminal, ou Terminal Fantasma.
 Ele é assim chamado porque não há motoristas dirigindo caminhões nem operadores manobrando empilhadeiras, tudo é informatizado e controlado por uma torre. Depois de percorrer outras instalações, percebe-se que ele é mais do que um complexo portuário. É quase uma cidade, um lugar bem planejado e organizado que, entre outras atividades, faz transporte de cargas.





Fonte: A Gazeta
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