terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Bento XVI


Em 07 de abril de 2010 escrevi o que vai abaixo


O Papa Bento XVI  e a atual conjuntura político-religiosa mundial.

Como católico temente a Deus, coisa que se aprende quando criança, levado pelos ensinamentos de meu pai e minha  mãe e por consequência do “catecismo” ,fico muito apreensivo quanto  a pressão que anda pesando sobre a Igreja Católica  e mais precisamente sobre o Santo Padre o Papa Bento XVI.
Porque será que essas coisas vieram á tona nesse momento? Será uma pressão política visando derrubar a dominância que a Igreja católica exerce e sempre exerceu sobre o mundo ocidental? As esquerdas estão avançando  e parece até que a eleição de Obama é uma senha para isso.
 E o Islamismo? A presença deles na Europa está se solidificando cada vez mais, basta ver o seu crescimento na Alemanha e na França.
Mas fiquei curioso e fui pesquisar a vida desse homem de grande valor.
Joseph Ratzinger nasceu em 1927, num sábado de aleluia em Marktl am Inn, uma pequena vila na Baviera às margens do rio Inn, na Alemanha, filho de Joseph, um comissário de polícia (Gendarmeriekommissar) do Reich, um oficial da polícia rural oriundo da Baixa Baviera e adepto de uma corrente bávaro-austríaca de orientação católica e Maria Ratzinger, uma valorosa trabalhadora .
 Seu pai era de religiosidade profunda e um decidido adversário do regime nacional-socialista, as suas idéias políticas firmes chegaram a trazer sérios perigos para a própria família, tendo se mudado  em 1932  para a  cidade de Aschau pois na anterior  Tittmoning ,se mostrava demasiadamente contrário aos nazistas. Ratzinger-pai não só não colaborou com o regime como ajudou e protegeu os sacerdotes que sabia estarem em perigo. Já em 1931 os bispos da Baviera haviam publicado uma instrução dirigida ao clero em que manifestavam a sua oposição às idéias nazistas. A oposição entre a Igreja e o Reich estendia-se ao âmbito escolar: os bispos empreenderam uma dura luta em defesa da escola confessional católica e pela observância da Concordata.
Em Aschau começaram os primeiros vislumbres da vocação sacerdotal e depois nos anos de ginásio em Traunstein aprendera o latim que ainda era ensinado com rigor, o que muito lhe valeu como teólogo, poder ler as fontes em latim e grego e, em Roma, durante o Concílio, comenta, foi-lhe possível adaptar-se com rapidez ao latim dos teólogos que lá se falava, embora nunca tivesse ouvido palestras nessa língua. A formação cultural com base na antiguidade greco-latina propiciada naquele ambiente "criava uma atitude espiritual que se opunha às seduções da ideologia totalitária.
 Pela Páscoa de 1939 ingressa no seminário-menor em Traunstein, por indicação do pároco, para que pudesse iniciar de forma sistemática na vida eclesiástica.
Em 1943 com 16 anos, foi incorporado, pelo alistamento obrigatório, no Exército Nazista Alemão, numa divisão da Wehrmacht encarregada da bateria de defesa antiaérea da fábrica da BMW nos arredores de Munique. Mais tarde, estará em Unterförhrin e Gilching, ao norte do lago Ammer. É dispensado em 10 de setembro de 1944 do serviço na bateria antiaérea de Gilching e poucos dias depois é enviado a um campo de trabalho em Burgenland, na fronteira da Áustria com a Hungria e a Checoslováquia para realizar trabalhos forçados, daí é destinado ao quartel de infantaria em Traustein, de onde desertará pouco tempo depois.
Com a rendição alemã em 8 de maio de 1945 Ratzinger é recolhido preso no campo aliado de concentração de prisioneiros em Bad Aibling, com mais de quarenta mil prisioneiros. É libertado em 19 de junho, apenas dois meses depois de ter completado os dezoito anos, chegou em casa em Traunstein na noite da sexta-feira do Sagrado Coração
Com o irmão, Georg Ratzinger, Joseph entrou num seminário católico. Em 29 de Junho de  1951 foram ambos ordenados sacerdotes pelo Cardeal Faulhaber, Arcebispo de Munique
A partir de 1952 iniciou a sua atividade de professor na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Freising lecionando teologia dogmática e fundamental. Em 1953, obteve o doutoramento em teologia com a tese "Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho". Sob a orientação do professor de teologia fundamental Gottlieb Söhngen, obteve a habilitação para a docência apresentando para isto dissertação com título de "A teologia da história em São Boaventura".
Lecionou ainda em Bonn (1959 - 1963); em Münster (1963 - 1966) e em Tubinga (1966 - 1969) onde foi colega de Hans Küng e confirmou uma certa visão tradicionalista como oposição às tendências marxistas dos movimentos estudantis dos anos 1960. A partir de 1969, passou a ser catedrático de dogmática e história do dogma na Universidade de Ratisbona, onde chegou a ser Vice-Reitor.
No Segundo Concílio do Vaticano (19621965), Ratzinger assistiu como peritus (especialista em teologia) do Cardeal Joseph Frings de Colónia. Foi também quem apresentou a proposta da realização da missa em língua local em vez do latim.
Fundou em 1972, junto com os teólogos Hans Urs von Balthasar (1905-1988) e Henri De Lubac (1896-1992), a revista Communio, para dar uma resposta positiva à crise teológica e cultural que despontou após o Segundo Concílio do Vaticano.[20]
Recebeu o título de doutor honoris causa das seguintes instituições: College of St. Thomas em St. Paul (Minnesota, Estados Unidos), em 1984; Universidade Católica de Eichstätt, em 1987; Universidade Católica de Lima, em 1986; Universidade Católica de Lublin, em 1988; Universidade de Navarra (Pamplona, Espanha), em 1998; Livre Universidade Maria Santíssima Assunta (LUMSA, Roma), em 1999 e da Faculdade de Teologia da Universidade de Wroclaw (Polônia) no ano 2000 e era ainda Membro honorário da Pontifícia Academia das Ciências.
Ratzinger foi nomeado Arcebispo de Munique e Freising em 25 de março de 1977, pelo Papa Paulo VI, e elevado a Cardeal no consistório de 27 de junho de 1977 com o título presbiteral de "Santa Maria da Consolação no Tiburtino".
Em 1981, foi apontado como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé pelo Papa João Paulo II, cargo que manteve até ao falecimento do seu predecessor. Foi designado cardeal-bispo da Sé Episcopal de Velletri-Segni em 1993, e tornou-se Decano do Colégio Cardinalício em 2002, tornando-se o bispo titular de Ostia. Participou do Conclave de agosto de 1978 que elegeu o Papa João Paulo I e do Conclave de outubro deste mesmo ano que resultou na eleição de João Paulo II.
Era um velho amigo de João Paulo II, compartilhava das posições ortodoxas do Papa e foi um dos mais influentes integrantes da Cúria Romana. A sua posição como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cargo que exerceu durante vinte e três anos, o colocava como um dos mais importantes defensores da ortodoxia católica. O ex-frade Leonardo Boff, brasileiro, um dos expoentes da Teologia da Libertação, teve voto de silêncio imposto por Ratzinger em 1985 devido às suas posições políticas marxistas.
Aos 78 anos, o Cardeal Joseph Ratzinger é eleito papa pelo colégio de cardeais. O conclave findo em 19 de abril de 2005 foi um dos mais rápidos da história, tendo apenas quatro votações e duração de apenas 22 horas. No dia 24 de abril do mesmo ano tomou posse em cerimônia na Basílica de São Pedro em Roma.
Considerando toda a sua obra literária, as suas atitudes como sacerdote e bispo ao longo da sua vida religiosa, e ainda do que se verifica dos anos passados à frente da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé Ratzinger possui um pensamento católico ortodoxo que, para muitos de seus críticos, é tido como sendo conservador. Bento XVI tem adotado, no seu Pontificado, propostas semelhantes às do seu predecessor relativo à moral e ao dogma católico.
Na década de 1990o Cardeal Ratzinger participou da elaboração de documento sobre a concepção humana como sendo o momento da animação. A partir da união do óvulo com o espermatozóide temos uma vida humana perante Deus. Assim, é impossível que a Santa Sé mude sua posição diante das pesquisas com células estaminais (célula-tronco) embrionárias ou diante do aborto. Na verdade esperava-se que o Papa reafirmasse o Magistério constante da Igreja sobre estes e outros temas da atualidade relacionados com a Moral, a Ética e a Doutrina Social da Igreja, o que de fato ocorreu.
Uma crítica feita pelos meios de comunicação à escolha de Joseph Ratzinger foi que o papado continua na Europa e mais uma vez a América Latina (região do mundo com mais católicos) continua sem ter tido nenhum Papa.
Outra crítica foi que Bento XVI rejeita a política marxista da Teologia da Libertação terceiro mundo
Bento XVI, como seus predecessores, é contrário à ordenação de mulheres e defende a necessidade de moralidade sexual. Para ele, "a única forma clinicamente segura de prevenir a AIDS é se comportar de acordo com a lei de Deus", condenando o uso de preservativos, no que é criticado por muitas correntes sociais.
No entanto, é apoiado nestas opiniões por todos os movimentos da igreja, como o Caminho Neocatecumenal, a Renovação Carismática, os Focolares e a Comunhão e Libertação, por exemplo.
Em setembro de 2006, Bento XVI provocou protestos no mundo muçulmano, devido a uma citação que fez na Universidade de Ratisbona (onde lecionou antes de ser nomeado cardeal) durante visita à Alemanha, em que fez referência à posição do imperador bizantino Manuel II Paleólogo sobre Maomé.
Em agosto-setembro de 2007, em documento da Congregação para a Doutrina da Fé, reafirmou que a Igreja Católica é a "única verdadeira" e a "única que salva", o que provocou muitas críticas de igrejas protestantes.
Mas as fortes críticas que ultimamente tem aparecido na imprensa mundial referem-se  sobre a postura pouco clara em relação aos crimes sexuais contra menores nos EUA e  Europa  e a sua firme negação do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo em todo o mundo. Mesmo seu irmão foi duramente criticado pela imprensa.
Ainda  quanto aos crimes sexuais, houve um importante documentário feito pela rede BBC de televisão intitulado Sexo, Crimes e Vaticano, que acusa o Papa de liderar o "acobertamento de casos de pedofilia". A reportagem do programa examinou um documento secreto interno da igreja (Crimen Sollicitationis), que instrui bispos como lidar com acusações de abusos sexuais cometidos por padres nas suas paróquias.
Enfim nós católicos teremos que apoiar o Papa em todas as suas ações na condução do destino da Igreja Católica nos próximos anos.
Quanto ás acusações sobre os abusos sexuais cometidos pelos padres, sou de opinião que devam ser processados e presos.Não há  meios de acobertar tamanha injúria e nós católicos não podemos e não devemos ficar á mercê das críticas(justas).

Estamos em 19 de fevereiro de 2013 e Bento XVI com sua renuncia,mostrou humildade e desprendimento, numa tentativa de manter as tradições da Igreja sob controle. A missão do novo Pontífice será árdua e penosa, tendo em vista as divisões constantes do corpo do Vaticano.Pressões e disputas imensas acontecerão intramuros, mas ao final prevalecerão a Ordem e os Dogmas.




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