Em 07 de abril de 2010 escrevi o que vai abaixo
O Papa Bento
XVI e a atual conjuntura
político-religiosa mundial.
Como
católico temente a Deus, coisa que se aprende quando criança, levado pelos
ensinamentos de meu pai e minha mãe e
por consequência do “catecismo” ,fico muito apreensivo quanto a pressão que anda pesando sobre a Igreja
Católica e mais precisamente sobre o Santo
Padre o Papa Bento XVI.
Porque
será que essas coisas vieram á tona nesse momento? Será uma pressão política
visando derrubar a dominância que a Igreja católica exerce e sempre exerceu
sobre o mundo ocidental? As esquerdas estão avançando e parece até que a eleição de Obama é uma
senha para isso.
E o Islamismo? A presença deles na Europa está
se solidificando cada vez mais, basta ver o seu crescimento na Alemanha e na
França.
Mas
fiquei curioso e fui pesquisar a vida desse homem de grande valor.
Joseph
Ratzinger nasceu em 1927, num sábado de aleluia em Marktl am Inn, uma pequena
vila na Baviera às margens do rio Inn, na Alemanha, filho de Joseph, um
comissário de polícia (Gendarmeriekommissar) do Reich, um oficial
da polícia rural oriundo da Baixa Baviera e adepto de uma corrente
bávaro-austríaca de orientação católica e Maria Ratzinger, uma valorosa
trabalhadora .
Seu pai era de religiosidade profunda e um
decidido adversário do regime nacional-socialista, as suas idéias políticas
firmes chegaram a trazer sérios perigos para a própria família, tendo se
mudado em 1932 para a cidade de Aschau pois na anterior Tittmoning ,se mostrava demasiadamente
contrário aos nazistas. Ratzinger-pai não só não colaborou com o regime como
ajudou e protegeu os sacerdotes que sabia estarem em perigo. Já em 1931 os
bispos da Baviera haviam publicado uma instrução dirigida ao clero em que
manifestavam a sua oposição às idéias nazistas. A oposição entre a
Igreja e o Reich estendia-se ao âmbito escolar: os bispos empreenderam uma dura
luta em defesa da escola confessional católica e pela observância da Concordata.
Em
Aschau começaram os primeiros vislumbres da vocação sacerdotal e depois nos
anos de ginásio em Traunstein aprendera o latim que ainda era ensinado com
rigor, o que muito lhe valeu como teólogo, poder ler as fontes em latim e grego
e, em Roma, durante o Concílio, comenta, foi-lhe possível adaptar-se com
rapidez ao latim dos teólogos que lá se falava, embora nunca tivesse ouvido
palestras nessa língua. A formação cultural com base na antiguidade
greco-latina propiciada naquele ambiente "criava uma atitude espiritual
que se opunha às seduções da ideologia totalitária.
Pela Páscoa de 1939 ingressa no
seminário-menor em Traunstein, por indicação do pároco, para que pudesse
iniciar de forma sistemática na vida eclesiástica.
Em
1943 com 16 anos, foi incorporado, pelo alistamento obrigatório, no Exército
Nazista Alemão, numa divisão da Wehrmacht encarregada da bateria de defesa
antiaérea da fábrica da BMW nos arredores de Munique. Mais tarde, estará em
Unterförhrin e Gilching, ao norte do lago Ammer. É dispensado em 10 de setembro
de 1944 do serviço na bateria antiaérea de Gilching e poucos dias depois é
enviado a um campo de trabalho em Burgenland, na fronteira da Áustria com a
Hungria e a Checoslováquia para realizar trabalhos forçados, daí é destinado ao
quartel de infantaria em Traustein, de onde desertará pouco tempo depois.
Com
a rendição alemã em 8 de maio de 1945 Ratzinger é recolhido preso no campo
aliado de concentração de prisioneiros em Bad Aibling, com mais de quarenta mil
prisioneiros. É libertado em 19 de junho, apenas dois meses depois de ter
completado os dezoito anos, chegou em casa em Traunstein na noite da
sexta-feira do Sagrado Coração
Com o irmão, Georg Ratzinger, Joseph entrou num
seminário católico. Em 29 de Junho de
1951 foram ambos ordenados sacerdotes pelo Cardeal Faulhaber, Arcebispo de Munique
A partir de 1952 iniciou a sua atividade de
professor na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Freising lecionando
teologia dogmática e fundamental. Em 1953, obteve o doutoramento em teologia
com a tese "Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho". Sob
a orientação do professor de teologia fundamental Gottlieb Söhngen, obteve a
habilitação para a docência apresentando para isto dissertação com título de
"A teologia da história em São Boaventura".
Lecionou
ainda em Bonn (1959 -
1963); em Münster (1963 -
1966) e em Tubinga (1966 -
1969) onde foi colega de Hans Küng e confirmou
uma certa visão tradicionalista como oposição às tendências marxistas dos movimentos
estudantis
dos anos 1960. A partir
de 1969, passou a ser catedrático de dogmática e história do dogma na Universidade de Ratisbona, onde chegou a ser Vice-Reitor.
No
Segundo Concílio do Vaticano (1962 – 1965), Ratzinger assistiu como peritus
(especialista em teologia) do Cardeal Joseph Frings de Colónia. Foi também
quem apresentou a proposta da realização da missa em língua local em vez do latim.
Fundou
em 1972, junto com
os teólogos Hans Urs von Balthasar (1905-1988) e Henri De Lubac (1896-1992), a revista Communio, para dar
uma resposta positiva à crise teológica e cultural que despontou após o Segundo Concílio do Vaticano.[20]
Recebeu
o título de doutor honoris causa das seguintes instituições: College of
St. Thomas em St. Paul (Minnesota, Estados Unidos), em 1984; Universidade Católica de
Eichstätt, em 1987;
Universidade Católica de Lima, em 1986; Universidade Católica de Lublin,
em 1988; Universidade de
Navarra
(Pamplona, Espanha),
em 1998; Livre
Universidade Maria Santíssima Assunta (LUMSA, Roma), em 1999 e da Faculdade de Teologia da
Universidade de Wroclaw (Polônia) no ano 2000 e era ainda Membro honorário da Pontifícia Academia das Ciências.
Ratzinger
foi nomeado Arcebispo de Munique
e Freising
em 25 de março de 1977,
pelo Papa Paulo VI, e elevado a Cardeal no consistório
de 27 de junho de 1977
com o título presbiteral de "Santa Maria da Consolação no Tiburtino".
Em
1981,
foi apontado como prefeito da Congregação para a
Doutrina da Fé
pelo Papa João Paulo II, cargo que manteve até ao
falecimento do seu predecessor. Foi designado cardeal-bispo da Sé Episcopal de Velletri-Segni
em 1993,
e tornou-se Decano
do Colégio Cardinalício em 2002, tornando-se o bispo titular
de Ostia.
Participou do Conclave de agosto de 1978
que elegeu o Papa João Paulo I e do Conclave de outubro
deste mesmo ano que resultou na eleição de João Paulo II.
Era
um velho amigo de João Paulo II, compartilhava das posições ortodoxas do Papa e foi um dos
mais influentes integrantes da Cúria Romana. A sua posição como prefeito da
Congregação para a Doutrina da Fé, cargo que exerceu durante vinte e três anos,
o colocava como um dos mais importantes defensores da ortodoxia católica. O
ex-frade Leonardo Boff, brasileiro,
um dos expoentes da Teologia da
Libertação,
teve voto de silêncio imposto por Ratzinger em 1985
devido às suas posições políticas marxistas.
Aos
78 anos, o Cardeal Joseph Ratzinger é eleito papa pelo colégio de cardeais. O conclave findo em 19 de abril de 2005 foi um dos mais rápidos da
história, tendo apenas quatro votações e duração de apenas 22 horas. No dia 24 de abril do mesmo
ano tomou posse em cerimônia na Basílica de São
Pedro
em Roma.
Considerando
toda a sua obra literária, as suas atitudes como sacerdote e bispo ao longo da
sua vida religiosa, e ainda do que se verifica dos anos passados à frente da
Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé Ratzinger possui um pensamento
católico ortodoxo que, para muitos de seus críticos, é tido como sendo
conservador. Bento XVI tem adotado, no seu Pontificado, propostas semelhantes
às do seu predecessor relativo à moral e ao dogma católico.
Na
década de 1990o Cardeal Ratzinger participou da elaboração de documento sobre a
concepção humana como sendo o momento da animação. A partir da união do óvulo
com o espermatozóide temos uma vida humana perante Deus. Assim, é impossível
que a Santa Sé mude sua posição diante das pesquisas com células estaminais
(célula-tronco) embrionárias ou diante do aborto. Na verdade esperava-se
que o Papa reafirmasse o Magistério constante da Igreja sobre estes e outros
temas da atualidade relacionados com a Moral, a Ética e a Doutrina Social da
Igreja, o que de fato ocorreu.
Uma crítica
feita pelos meios de comunicação à escolha de Joseph Ratzinger foi que o papado
continua na Europa e mais uma vez a América Latina (região do
mundo com mais católicos) continua sem ter tido nenhum Papa.
Outra
crítica foi que Bento XVI rejeita a política marxista da Teologia da Libertação terceiro mundo
Bento XVI,
como seus predecessores, é contrário à ordenação de mulheres e defende a
necessidade de moralidade sexual. Para ele, "a única forma clinicamente
segura de prevenir a AIDS é se comportar de acordo com a lei de Deus",
condenando o uso de preservativos, no que é criticado por muitas correntes sociais.
No entanto,
é apoiado nestas opiniões por todos os movimentos da igreja, como o Caminho Neocatecumenal, a Renovação Carismática, os Focolares e a Comunhão e Libertação, por
exemplo.
Em setembro
de 2006, Bento XVI provocou protestos no mundo
muçulmano, devido a uma citação que fez na Universidade de Ratisbona (onde lecionou antes de ser nomeado cardeal) durante visita à Alemanha, em que fez referência à posição do imperador bizantino Manuel II Paleólogo sobre Maomé.
Em agosto-setembro de 2007, em documento da Congregação para a Doutrina da
Fé, reafirmou que a Igreja Católica é a "única
verdadeira" e a "única que salva", o que provocou muitas
críticas de igrejas protestantes.
Mas as
fortes críticas que ultimamente tem aparecido na imprensa mundial
referem-se sobre a postura pouco clara
em relação aos crimes sexuais contra menores nos EUA e Europa e a sua firme negação do casamento civil entre pessoas
do mesmo sexo em todo o mundo. Mesmo seu irmão foi duramente
criticado pela imprensa.
Ainda quanto aos crimes sexuais, houve um
importante documentário feito pela rede BBC de televisão intitulado Sexo,
Crimes e Vaticano, que acusa o Papa de liderar o "acobertamento de
casos de pedofilia". A reportagem do programa examinou um documento secreto
interno da igreja (Crimen Sollicitationis), que instrui bispos como lidar com
acusações de abusos sexuais cometidos por padres nas suas paróquias.
Enfim nós
católicos teremos que apoiar o Papa em todas as suas ações na condução do
destino da Igreja Católica nos próximos anos.
Quanto ás acusações sobre os
abusos sexuais cometidos pelos padres, sou de opinião que devam ser processados
e presos.Não há meios de acobertar
tamanha injúria e nós católicos não podemos e não devemos ficar á mercê das
críticas(justas).
Estamos em 19 de fevereiro de 2013 e Bento XVI com sua renuncia,mostrou humildade e desprendimento, numa tentativa de manter as tradições da Igreja sob controle. A missão do novo Pontífice será árdua e penosa, tendo em vista as divisões constantes do corpo do Vaticano.Pressões e disputas imensas acontecerão intramuros, mas ao final prevalecerão a Ordem e os Dogmas.
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