sábado, 12 de novembro de 2011

Pedro Nava

Terminei de ler os livros de Pedro da Silva Nava, mineiro nascido em Juiz de Fora, a 5 de junho de 1903 tendo falecido no  de Janeiro em 13 de maio de 1984. Foi  médico e um grande escritor brasileiro.
Formou-se em Medicina na (clique aqui) Universidade Federal de Minas Gerais em 1927 e participou da geração modernista de Belo Horizonte Como escritor tornou-se o maior memorialista da literatura brasileira, autor de seis livros. 
O primeiro foi Baú de Ossos. Depois deste vieram ainda Balão Cativo, Chão de Ferro, Beira Mar, Galo das Trevas e, por último, O Círio Perfeito.
Pedro Nava traçou nestas obras um completo painel da cultura brasileira no século XX, além dos costumes familiares e sua cultura popular.
Suas páginas sobre a medicina figuram como das maiores que se tenham escrito na literatura brasileira. A Belo Horizonte de seus anos vinte e o Rio Antigo passeiam em suas narrativas como uma força poética e uma profundidade observacional que muitas vezes se transformam em pura poesia, levando o leitor a um mundo mágico. No dizer de seu grande amigo e companheiro Carlos Drummond de Andrade: "… possuía essa capacidade meio demoníaca, meio angélica, de transformar em palavras o mundo feito de acontecimentos." Nava também possuía grande talento de pintor e só não o foi profissionalmente por opção.
Cometeu suicídio com um tiro na cabeça aos 80 anos, por razões desconhecidas, numa praça do bairro da Glória após ter atendido, em seu apartamento, a um misterioso telefonema.
Hoje, cogita-se que Nava vinha sendo chantageado por um garoto de programa, informação encoberta pela imprensa à época.Há muita controversia mas o fato é que Nava nos seus livros não menciona suas digamos, aventuras sexuais ao contrário, ele narra as estrepulias dos amigos, frequentadores dos bordeis e puteiros da época na Rua Guaicurus.
Não dá para separar, dentre todos os livros de Nava qual seria o melhor, mais interessante, mais completo. Todos são absolutamente incríveis nas suas narrativas. É de uma riqueza impressionante pois o autor navega em quase todas as áreas seja da literatura, música,pintura, escultura e no assunto de seu amplo domínio - a Medicina.
O seu conhecimento médico, a sua dedicação e força de vontade, a sua disciplina nos plantões,a sua perseverança na atualização, a vivencia com grandes mestres, tudo contribuiu para seu engrandecimento.
Ler Pedro Nava é andar pelas ruas de Belo Horizonte, onde se formou em Medicina, percorrendo em memória os logradouros por onde ele e seus inseparáveis amigos perambulavam.
Sua descrição das ruas,dos cenários, dos casarões, das famílias que os habitavam, os hábitos e costumes da época, trazem uma lembrança inacreditável para quem conhece a capital mineira. Eu mesmo fui várias vezes checar se ainda existiam os prédios, monumentos e casarões que ele mencionava. Em vão. Poucos monumentos permanecem de pé. Um exemplo é o Automóvel Clube de Belo Horizonte Veja aqui que ainda está lá inteiro e belo, desde 27 de dezmbro de 1925
A sua famosa e sempre exaltada Rua da Bahia, centro nevrálgico da época com o famoso Bar do Ponto, hoje abriga, no trecho de Afonso Pena até esquina com Alvares Cabral, apenas um casarão bem conservado.
O bar do Ponto era onde se situa hoje o Othon Palace Hotel, assim como o abrigo de bondes na esquina de baixo da Bahia com Afonso Pena ainda está lá, servindo como posto de floricultura.
Um dia desses fui á Rua Padre Rolim 775 nos Funcionários, ver se a casa onde morou com sua mãe e o primo Egon ainda existia.
Pobreza!! 
Há um grande edifício de salas comerciais.Passei pela Santa Casa de Misericordia, fundada em 21 de maio de 1899, onde ele passou boa parte de sua vida profissional e o imponente,imenso  prédio, está lá firme e forte.Veja o link Santa Casa.
Motivado pelas histórias do Nava comecei a fotografar os casarões de B. Horizonte para não perder essa memória, embora acredite que o Patrimônio Histórico tenha esse inventário.
Já tenho alguns fotografados e voltarei com o tema mais á frente, assim como detalhes interessantíssimos narrados pelo incrível Nava.

Um comentário:

  1. Este post foi publicado num blog anterior e reponho em razão daquele ter sido detonado.

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