segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Missa em latim



Na Igreja de São Gonçalo, construida em 11 de novembro de 1766 aqui na Cidade Alta em Vitória, começou algum tempo atrás a celebração da Missa em latim. Foi uma iniciativa liderada por D. Scandian e acontece a cada último sábado do mês, sempre ás 8.00 h.Passei a frequentá-la em razão de ter  aprendido o básico da lingua e o  ritual canônico qundo tinha meus dez/doze anos e era aluno interno do Colégio dos padres Barnabitas em Caxambu(MG).


No local onde hoje se encontra a Igreja de São Gonçalo, já havia, em 1707, uma capela que foi construída pela Irmandade de Nossa Senhora do Amparo e da Boa Morte, uma irmandade de homens pardos. Passados oito anos, as irmandades solicitaram permissão para construírem, no local da capela, uma igreja dedicada a São Gonçalo Garcia. Em 2 de novembro 1766, com a presença do Visitador Diocesano, padre Antônio Pereira Carneiro, e do vigário da vila de Vitória, Antônio Xavier, a igreja foi consagrada ao santo português.

Na segunda metade do século XIX a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção recebeu o título de Confraria. Ela foi elevada a essa categoria em virtude de provisões do Bispo Diocesano, Conde de Irajá. Posteriormente, a Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção tornou-se uma Arquiconfraria, sendo a única a receber esse título em Vitória.
Por quase duas décadas a Igreja de São Gonçalo foi sede paroquial, Matriz e Catedral de Vitória. Isso se deu por dois motivos: a desapropriação da Igreja de São Tiago e a destruição da Igreja de Nossa Senhora da Vitória, que era a Matriz e Catedral, com o intuito de se erguer uma nova e maior Catedral.
Por essa razão, os ofícios religiosos foram transferidos para a Igreja de São Gonçalo.
A igreja tem estilo colonial com características barrocas em sua fachada e também no altar-mor, que tem entalhes em madeira pintados a ouro.



Em 06 de novembro de 1948, a Igreja de São Gonçalo Garcia foi tombada como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).





  
 Características da missa tridentina

A missa tridentina, também chamada missa tradicional ou missa de São Pio V é uma Missa celebrada em latim de acordo com as formas sucessivas do Missal Romano tal como foi promulgado em 5 dezembro de 1570 por S.Pio V, em cumprimento do mandato que recebera do Concílio de Trento (tridentina é o gentílico de Trento) e utilizado por toda a Igreja Católica de rito romano até à reforma litúrgica ordenada pelo Concílio Vaticano II.

Esta missa é denominada por alguns de missa de sempre, em razão de o rito referir-se aos primórdios do cristianismo (tal como relatado no séc. II por S. Justino Mártir).A estrutura, os momentos e seu significado e grande parte dos textos litúrgicos mantiveram-se com poucas alterações no Missal atual. No entanto, houve uma série de aspectos alterados. Esta secção versa apenas sobre as diferenças da missa tridentina em relação à missa atual.
As características mais visíveis da missa tridentina são o uso do latim como língua litúrgica assim como a posição do sacerdote, aparentemente de costas para os fiéis. No entanto, essas diferenças, embora as mais visíveis, são na verdade circunstanciais.
De fato, a missa tridentina admite, teoricamente, a tradução dos textos. Porém, nela persiste o uso do latim por ser um idioma que está "morto", ou seja, não é mais usado e, portanto, não sofre alterações, o que preservaria a Missa de erros litúrgicos e doutrinais a que as palavras das chamadas "línguas vernáculas" estão sujeitas com sua constante evolução semântica e ortográfica. Situação idêntica ocorre nas chamadas "liturgias orientais", onde em vários casos também podem ser usadas outras "línguas mortas": aramaico no rito siríaco, copta no rito alexandrino, eslavo ou grego arcaicos no rito bizantino, entre outros.
Já a posição "de costas ao povo" é mais corretamente definida como "Ad orientem", ou seja, para o leste, direção da Terra Santa, onde Jesus foi crucificado. Na Missa Tridentina, esta posição é também conhecida como "versus Deum", já que nesta Missa o padre fica voltado para Deus Filho (guardado no Sacrário sob as espécies consagradas, segundo a Fé Católica). O padre assume, assim, postura idêntica à do povo, dirigindo as orações da Missa a Deus. Salvo algumas exceções (como a da atual missa latina), os sacerdotes de praticamente todos os ritos católicos e ortodoxos adotam até hoje a posição "ad Orientem" durante a Missa.
Por outro lado, todas as edições do Missal actual são feitas originalmente em latim, e a missa pode sempre ser celebrada nessa língua. Do mesmo modo, nada proíbe que seja celebrada de costas para o povo, o que acontece sempre que, por exemplo, numa igreja o altar não permite que seja doutra forma.
No entanto, abstraindo destes elementos, há outras diferenças significativas entre a missa tridentina e a atual.
Na Missa tridentina só o sacerdote e um acólito, sacristão ou ajudante proferiam os textos da missa, exceto nalguns lugares, em que todos os fiéis presentes proferiam os textos destinados ao ajudante. Tal prática, a das chamadas missas dialogadas, vulgarizou-se mais no séc. XX, graças às propostas do chamado Movimento Litúrgico, que propunha o enriquecimento da participação litúrgica. Os assistentes da missa tridentina muitas vezes acompanham a cerimónia através dum livro que apresenta os textos litúrgicos com a respectiva tradução. Outras vezes, porém, vão fazendo outras orações, tais como o terço.

Ritos iniciais

A Missa tridentina começa com as chamadas orações ao pé do altar, por serem proferidas no fundo dos degraus, antes de subir ao altar. São compostas pelo salmo 42 acompanhado pela antífona Introibo ad altare Dei.
Após um versículo, o Confiteor (Confissão) é rezado duas vezes, primeiro pelo sacerdote, depois pelo ajudante, com as respectivas orações de absolvição. Após um responsório, o sacerdote sobe então ao altar e beija-o, proferindo outras duas orações.
No Kyrie, cada invocação é proferida três vezes, e não apenas duas, como na atualidade.
No Glória a Deus nas alturas prevêem-se alguns gestos tais como inclinações e o sinal da cruz ao proferir certas palavras.
Depois de mais uma saudação Dominus vobiscum (O Senhor esteja convosco), o sacerdote profere uma ou várias orações colectas, enquanto que atualmente é sempre apenas uma.

Ofertório


É a parte da missa tridentina que apresenta maiores diferenças em relação à prática atual.

Na apresentação do pão e do vinho são ditas fórmulas que expressam oferecimento já em sentido sacrificial, substituídas atualmente por outras que exprimem a simples apresentação. A reforma litúrgica de Paulo VI optou por eliminar as anteriores justificando que antecipavam a idéia de sacrifício própria do Cânon.

Duas outras orações invocam o Espírito Santo e recordam os mistérios da salvação assim como alguns santos. Foram eliminadas por Paulo VI pelas mesmas razões das anteriores.

O rito do Lavabo é acompanhado por uma longa seção do salmo 25, enquanto que atualmente é-o apenas por um versículo do salmo 50.

A incensação, quando realizada, prevê uma série de textos a serem proferidos antes durante e depois, enquanto que atualmente é realizada em silêncio.

O prefácio prevê~e alguns gestos específicos a realizar durante o diálogo que o precede

Cânon (Oração Eucarística)




A missa tridentina apresenta uma única Oração Eucarística, o chamado Cânon Romano, que foi o único utilizado durante séculos. O Missal de 1970 apresenta, além desta, outras três Orações Eucarísticas, retiradas da Tradição ou inspiradas noutras liturgias católicas.

Na missa tridentina esta parte é usualmente dita pelo sacerdote em voz baixa.

O texto é o mesmo que se usa atualmente, mas com algumas diferenças em relação aos gestos que o acompanham:

  • o sacerdote beija o altar por duas vezes
  • faz ao todo 25 sinais da cruz com a mão ou com a patena (reduzidos a 1 por Paulo VI)
  • após a consagração o sacerdote não separa os dedos polegar e indicador, que seguraram a hóstia
  • na consagração genuflecte duas vezes à hóstia e duas ao cálice, uma antes e outra depois da elevação

Além disso, diz sempre todos os nomes dos santos e todas as conclusões Per Christum Dominum nostrum. Amen que se inserem no Cânon (atualmente alguns dos nomes e das conclusões tornaram-se facultativas).

As palavras da consagração da hóstia são apenas Hoc est enim Corpus meum (Isto é o meu Corpo) Na consagração do vinho, as palavras Mysterium fidei (Mistério da fé), que hoje são ditas no final da consagração para introduzir a aclamação dos fiéis, são introduzidas na fórmula de consagração, no meio das palavras de Cristo

Ritos de Comunhão


O Pai-nosso é dito apenas pelo sacerdote, e o ajudante diz apenas a última frase. Durante a fórmula que se lhe segue, o sacerdote benze-se e beija a patena e parte a hóstia em três partes, benzendo o cálice com a mais pequena, que depois deita no cálice.

A oração pela paz (Domine Iesu Christe) é dita em silêncio pelo sacerdote, seguindo-se-lhe outras duas fórmulas longas de preparação para a comunhão, e comunga, proferindo em silêncio mais algumas fórmulas.

A comunhão dos fiéis não está propriamente prevista no texto do missal mas, a fazer-se na missa, os fiéis recitam a Confissão, o sacerdote diz a absolvição respectiva e mostra-lhes a hóstia dizendo Ecce Agnus Dei... (Eis o Cordeiro de Deus...).

A comunhão dos fiéis na missa tridentina é feita sempre na boca e de joelhos, geralmente junto da balaustrada ou grade que separa os presbitério da assembleia. A fórmula dita pelo sacerdote é mais longa que a actual e dita em silêncio fazendo um sinal da cruz com a hóstia.

Segue-se a purificação dos vasos sagrados e das mãos do sacerdote, acompanhadas de mais algumas orações.

Ritos de conclusão


Após a última oração, o sacerdote despede a assembleia dizendo Ite, missa est (Ide, a missa acabou). Só então tem lugar a bênção, precedida duma oração à Santíssima Trindade.

Por fim, lê-se em todas as missas o início do Evangelho de São João.

Apesar de não virem assinaladas no missal, têm lugar, antes da saída para a sacristia, as chamadas preces leoninas (por terem sido prescritas pelo Papa Leão XIII) e 3 Avé Marias

Fonte-Prefeitura de Vitória/Google

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