sábado, 15 de junho de 2013

A Estrada Real- um percurso pela história de Minas Gerais-4º dia: de Congonhas a São Brás do Suaçuí-23 km

Após uma noite barulhenta provocada pela algazarra e musica alta- das inefáveis duplas sertanejas que, para mim são o fim da picada do mau gosto- em uma cervejaria próxima ao hotel e que causou a alguns o incômodo da insônia(menos a mim), acordamos na hora programada para o café da manhã.
Diga-se de passagem um excelente "breakfast", com vários tipos de sucos, frutas, ovos mexidos e demais ingredientes tradicionais.
Procuramos ficar bem alimentados pois, a exemplo dos dias anteriores, faríamos apenas uma única refeição de "peso"por dia, ao final da jornada. Cada qual fez sua matula de frutas, sanduíches e água para o meio do caminho, com a aquiescência do hotel.

Teríamos de caminhar até a praça da Basílica de Bom Jesus,que é onde se inicia o caminho e onde está assentado o totem  número 216.
Para ganhar tempo e evitar a desgastante subida até a Igreja fomos de carro, economizando perto de meia hora.
Como a manhã estava agradável e o vale encoberto por densa neblina , gastamos uns minutos para umas fotos e saímos ás 7.30 h subindo a rua Dom Rodolfo.


Mais a frente uma bifurcação indicava o sentido de Alto Maranhão e por ali seguimos numa rua calçada para uns dois km depois pegarmos estrada de terra, que em alguns lugares era puro barro.



                  outros trechos de ambos os lados vegetação intensa e verde.
Sete quilômetros depois fizemos uma guinada de 90º e já estávamos adentrando em  Alto Maranhão distrito de Congonhas, com população de 350 pessoas.
Logo no início vimos as ruínas de uma antiga cadeia.
No alto da rua resolvemos descer uns 100 metros e descansar num buteco ao lado do campo de futebol.
Lá comemos umas linguiças de carne suína- de verdadeiro gosto da roça- acompanhadas de uma skol geladinha.
Fizemos as fotos do grupo e após uns vinte minutos recomeçamos o caminho, calmamente trocando ideias e conversando animadamente, sabendo que nada paga uns momentos de lazer e descontração.
Não tínhamos pressa em chegar.... apenas caminhar e jogar conversa fora, apreciando o cenário das montanhas mineiras.
Descendo ainda passamos pela propriedade do Sr Jose Afonso Marques, que fez questão de abrir seu velho moinho de fubá. Parece incrível mas ele disse que seu bisavô havia estabelecido aquela engenhoca de extrema precisão em moer o milho,  graduando a enorme pedra com um simples sistema de madeira(3º foto abaixo)






 Mais adiante passamos por uma trilha em uma cava profunda, corroída pelas últimas chuvas,para logo a frente em descida, nos defrontarmos com a ponte do rio Paraopeba e assim pegar uma larga estrada de terra.
Pouco depois, uns 13 quilômetros andados, alcançamos o distrito de Pequeri, avistando ao longe ainda a Serra do Gambá, com seus 1.300 m de altitude.
Seguimos as informações da planilha em direção a caixa d'água, facilmente visível de qualquer ponto, para mais á frente nos depararmos com uma porteira fechada.
A planilha manda adentrar  na Faz. do Sr Dalton e foi o que fizemos. Um rapaz teleguiava seu aeromodelo de controle remoto, causando alegria a seu  filho. Sua esposa educadamente concordou em que as mulheres do grupo usassem o banheiro.


Seguimos em frente por um caminho estreito e cercado de muita mata nativa e que cada vez mais se estreitava, culminando com um trilho único, denso, com espinhos e mato muito alto que escondia a terra.




Seguindo  a planilha dobramos à esquerda para subirmos um pasto sujo e mal conservado onde os totens não estavam de acordo com a planilha e já estávamos subindo pela esquerda quando Vanda avistou no alto à direita um novo totem.Deveríamos ter tomado a direita e não a esquerda.

Foi sorte, apesar de que ao final, chegando ao condomínio Copaiba, os caminhos se fundiriam, mas fica um alerta a futuros caminhantes.


Nesse momento caminhamos sobre ruas calçadas em bloquetes, evidenciando as proximidades de São Brás do Suaçuì, que é uma "pequena cidade com população estimada em 3.500 pessoas segundo o censo de 2010 e foi o sesmeiro Armando de souza da Guarda quem constituiu o patrimônio inicial para a a fundação da capela de São Brás, filial de Congonhas do Campo em 1728, conforme escritura de 13 de abril daquele ano.
Em 1753 registra-se a provisão para sua reforma, ou reconstrução. Foi elevado de curato a paróquia pela lei 471 de 1º de junho de 1850. Foi distrito do município de entre Rios de Minas até seu desmembramento em dezembro de 1953.
Caminhamos pelo que pode ser um condomínio de boas casas á direita, cruzamos com  pequena    a capela no bairro Capela do Capão.


Na sequencia ainda percorremos uns  dois quilômetros  até  pegamos o asfalto da MG 383 e já mais à frente chegamos a São Brás do Suaçuí através de uma rua de paralelepípedos.
Ali Vanda e Claudia descansaram para esperar o carro de apoio e levá-las ao hotel e nós continuamos até a bela Pousada Vila Lara, local onde dormiríamos aquela noite.
Fomos recebidos pelo proprietário Renato e sua esposa de cordialidade e hospitalidade características do povo mineiro.
A Pousada Vila Lara pode ser considerada o local mais bonito por onde passamos, com sua estrutura de hospedagem de excelente qualidade. 











Após nos instalarmos,alguns foram lavar roupa e outros aproveitaram para descansar. Mais tarde nos reunimos no salão anexo á recepção, ao ar livre, para degustarmos umas cervejas e assistir ao jogo da seleção brasileira.
Ao cair da noite nos dirigimos ao restaurante Quele's para saborear um suculento jantar á base de filé á parmigiana e complementos.
Voltamos a pé pelas silenciosas ruas da cidade,sentindo  um pouco de frio batendo nas costas e cada qual foi para seu chalezinho provar de um merecido sono.
Segue...


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