sábado, 15 de fevereiro de 2014

Caminho dos Anjos- 9º dia

Após uma noite tranquila na pousada Casarão de Minas, fora uns mosquitos enjoados, fizemos as despedidas dos hospitaleiros saboreando excelente café da manhã. O amigo ainda deu-nos uma carona até a rodoviária local, onde embarcamos ás 10 h para Passa Quatro. 

Da janela do ônibus, a paisagem me era muito familiar, uma vez que durante quatro anos trabalhei na região como veterinário e tudo aquilo me relembrou um tempo muito feliz e cheio de satisfação profissional.

Chegamos a Passa Quatro bem na hora do almoço, por volta de 11.30 e fomos direcionados ao restaurante da Andréa, que segundo informações tinha uma excelente comida caseira.

Depois desse almoço fomos até uma feirinha local onde compramos queijos- os famosos queijos mineiros são de fato saborosos- e enquanto Zenon ia até a Pousada Tia Ana pegar o carro que lá deixara no começo do caminho,ficamos ali na sombra da rodoviária apreciando o fraco movimento dos locais,pois o calor para variar, estava de rachar.

Em frente o imponente maciço da Mantiqueira, inicio lá em cima da Serra Fina.

Logo começamos o caminho de volta, admirando os contornos da serra, subindo um pouco até a divisa de estados, para começar a decida para o vale do paraíba. previamos um calor infernal no vale.
Por volta de 13.30 chegamos a Aparecida, onde me despedi dos caros amigos do caminho e eles tomaram a direção da capital paulista. Ali fiquei para ir ao santuário, rezar e agradecer as graças alcançadas.

Com a mochila nas costas me dirigi ao santuário, que nesse momento fervilhava de gente, muitos saindo e uma grande parte adentrando a igreja. Como era domingo a maioria estava indo embora.
Filas enormes de ônibus aguardavam os peregrinos, famílias com crianças agitavam por todos os lados, nem ligando para o sol forte. Devo dizer que em lugar algum senti tanto calor como naquela tarde em Aparecida!!

Milhares de pessoas, com guarda-sois, chapéus, lenços, etc procuravam se abrigar do forte sol. Vendedores ambulantes procuravam aos berros oferecer água e refrigerantes.


Entrei naquele Santuário em passos lentos apreciando as pessoas e o movimento continuo de vai e vem.  Alí é um lugar mágico!

Pedi uma senhorita recepcionista para que fizesse minha foto e entrei na baílica onde uma missa estava começando. 

Rezei em agradecimento às graças alcançadas, pedindo à Nossa Senhora a proteção parta meus familiares e amigos.Procurei me lembrar de todos e na saída, comprei algumas lembranças para a família. 


Ao término da missa voltei para a rua onde pretendia procurar um hotel, mas diante do calor absolutamente incrível do local, decidi ir até a rodoviária e tomar um ônibus para o Rio de Janeiro, onde felizmente achei vaga no das 17:45 h.

No  caminho até a rodoviária cruzei com movimentadíssima festa de Reis, local onde fiz essa filmagem.


São companhias de Reis, a maioria de Minas, que ali se reúnem todos os anos nessa época para as festividades. São festejos de origem portuguesa, ligados ás comemorações do Natal.
Apresentam um caráter profano-religioso, fazendo parte do ciclo natalino, que começa no dia 25 de dezembro indo até 6 de janeiro, dia dos Reis Magos e nessa ocasião são realizadas as festas do Congado,Folia de Reis, Império do Divino, Reinado do Rosário e Pastorinhas.


Vejam AQUI mas detalhes sobre esse importante momento folclórico brasileiro.

Enfim dentro do ar condicionado do ônibus, a viagem para o Rio foi tranquila, onde cheguei por volta de 22.30, indo para casa de um primo na Tijuca.

O Caminho dos Anjos terminou  na praia de Ipanema, local onde me diverti no dia seguinte tomando chope e visitando um pedaço da história do Brasil: o Forte de Copacabana.










Observações finais:

O Caminho dos Anjos possui uma beleza paisagística das mais belas que já vi.

Em que pese as fortes e longas subidas - o Garrafão, a subida para o Pico do Papagaio e o atalho em Aiuruoca para a Cachoeira dos Garcias, que são de amargar -  o trajeto é belo e de média dificuldade no geral. 

O povo mineiro, como sempre, se mostrou muito hospitaleiro, amigo e sentimental. Predomina o espírito colaborativo e de forte identificação com os andarilhos. 

As melhores conversas e contos de causos são proporcionados a cada momento, em qualquer vendinha ou casa rural.

O ideal- em qualquer circunstancia- é fazer o caminho nos meses de inverno.

Salvo o fato de que o verão este ano estar se revelando o mais abrasador dos últimos tempos, não se deve caminhar nessa época. Sofrem todos, o homem e os animais.

Costume dizer que o calor não tem conserto: no inverno sempre é possível administrar o frio, seja ele qual for. 

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