quarta-feira, 30 de julho de 2014

CD- 11º dia-De Cocais a Santa Bárbara- 28 km


O dia começou com os planos alterados e o simpático distrito de Cocais ficou para trás, com a visão da bela Serra do Brucutu.O vilarejo permanece como o descreveu sir Richard Francis Burton, que aqui esteve em 1860.
Após tomarmos o café conversamos e chegamos a um acordo de que a visita ao Santuário do Caraça, para nós que já estávamos ali,seria obrigatória e não poderíamos perder essa chance.
Assim sendo e para ganhar tempo,abortamos o trecho inicial de 14 km até Barão de Cocais.Alguns foram de carro com o José Antônio e os outros com um taxista que insistiu que deveríamos conhecer outros pontos da cidade. Passamos então pela singela Igreja do Bonfim. 
                                   
Essa decisão abreviou bastante o caminho e começamos a caminhar de fato logo após a estação rodoviária de Barão de Cocais, uma cidade realmente em franco progresso devido a intensa atividade mineradora.
Caminhamos pela saída da cidade em direção a rodovia MG 436, alcançada três quilômetros depois.
                            Igreja em Barra Feliz
Apesar do intenso tráfego, evoluímos em direção a Santa Bárbara até alcançarmos uns três quilômetros adiante, o distrito de Barra Feliz, quando constatamos haver tomado o rumo errado. 
Ali percebemos que nossa planilha não batia com os numerais dos marcos. Aquele era um derivativo da ER ligando Santa Bárbara ao Caraça. 
De qualquer maneira não compensava o retorno até o início da cidade  de Barão para tomar o mesmo destino , portanto seguimos assim mesmo em direção a Santa Bárbara e para nossa surpresa, a cidade estava a apenas 5 quilômetros dali.
O caminho através de uma estrada de chão seco e duro, não teve nada de interessante.


Foi uma curta jornada até chegarmos aos fundos da cidade por uma rua plana margeando o rio Caraça,tristemente poluído.                 
                    

Chegamos á entrada da cidade procurando as referencias da planilha. Aportamos numa bela praça onde despontam duas majestosas igrejas: a do Rosário e a de Santo Antônio, os cartões postais do lugar.
Informações sobre Santa Bárbara, cidade de 30 mil habitantes, aqui.
Feitas as fotos caminhamos pelas agitadas ruas da cidade até nossa pousada, a Caminho da Serra, localizada ao lado da rodoviária local.
Ali nos instalamos e imediatamente a recepcionista, a nosso pedido, fez contato com o proprietário de uma van que concordou e nos levar até o Caraça e ainda agendou nosso almoço no mesmo. 
                    
Instalados na van, pegamos a estrada asfaltada em direção ao Caraça, apreciando o belo visual das montanhas.
Caraça é o nome de um trecho da Sera do Espinhaço localizada nos municípios de Catas Altas e Santa Bárbara, onde funcionou um colégio no qual estudaram grandes personalidades da história brasileira, como por exemplo os presidentes Arthur Bernardes e Afonso Pena.
Hoje o Caraça é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural(RPPN), que abrange uma área de 11.233 hectares. A palavra Caraça se deve à forma que tem parte da serra, que lembra a imagem de um rosto de um gigante deitado..
Alguns quilômetros antes da chegada paramos num mirante para  fotografarmos o incrível monumento que é o Santuário, situado no meio de uma estonteante mata nativa.
                     
Mais um pouco e chegamos ao local e nos dirigimos de imediato ao restaurante onde a farta e boa comida, a preços módicos, foi muito apreciada. As paredes do restaurante portam retratos dos fundadores do Caraça, como o famoso Irmão Lourenço.
 
Após o almoço começamos a percorrer as maravilhosas dependências do que foi uma das mais famosas casas de ensino religioso do Brasil e que na verdade, tem o nome de Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Homens. 

O interior da Igreja, concluída em 1779 e de estilo neogótico é espetacular e nela desponta a magnífica tela da Ultima Ceia, de autoria do mestre mineiro Manoel de Athaíde, bem como o espetacular órgão localizado no coro.
                                 




É tão grande e rica a história deste Santuário que vale a pena saber tudo sobre ele aqui.
Um dos fatos relevantes de sua história foi o trágico incêndio na biblioteca acontecido em 1968 e que destruiu raríssimos exemplares.

Outros valiosíssimos foram salvos graças a destreza e lucidez dos seminaristas que foram despertados na madrugada para combater o incêndio.Salvaram o  que foi possível.
Há um museu anexo que conserva peças raríssimas de diferentes épocas, constituindo-se num importante acervo do que era usado na ocasião, como por exemplo as camas de D.Pedro II e da Princesa Isabel que lá se hospedaram. 

                    


Externamente o imponente conjunto arquitetônico inclui ainda uma grande edificação para hospedagem de turistas e ainda o claustro dos residentes.



A conservação da mata nativa permite a presença de muitos pássaros e aves raras, bem como o famoso lobo-guará,(video) que frequentemente é visto pelos hóspedes quando chega de mansinho para ser alimentado. 



                        

Depois dessa visita ao Caraça, retornamos á pousada para o banho e jantar. 
Na pizzaria ao lado da pousada ficamos um bom tempo num animado papo até chegar a hora de dormir. 
Abaixo,S. Bárbara vista(parcial) da janela do hotel com a grande Serra do Caraça ao fundo.












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