CD - 8º dia- de Itambé do Mato Dentro a Ipoema -31 km

Acordamos nesse dia muito cedo, devido aos cães que Rute cria em seu canil e que fizeram um festival de uivos para algum bicho ou transeunte. 

De madrugada fez um frio razoável, cerca de 12º na beira do rio, segundo observou Jorge . Tomamos um excelente café da manhã, farto, com frutas, iogurte, bolos, pães e biscoitos variados, além de umas mexericas muito doces apanhadas no quintal da casa e que fizeram nossa festa na tarde anterior.

Saímos de Itambé do Mato Dentro na hora costumeira, subindo a rua ao lado da Pousada. Já começamos o dia com uma forte ladeira, cruzando com algumas pessoas que talvez estivessem se perguntando o que um bando de pessoas vestidas com um mesmo tipo de camisa, fazia ali aquela hora da manhã!

Caminhamos cerca de 14 km pelo asfalto até o marco que nos orientava a dobrar à esquerda e tomar a estrada de terra, que, para variar, era de forte presença de caminhões em trabalho de asfaltamento deste trecho até Ipoema.

O panorama geral estava parecido com o dia anterior,com a existência de terras um pouco melhores para algum tipo cultivo. De resto subidas e descidas menos inclinadas que o dia anterior.

Ao caminhar nessa altitude e nessa época fria, invariavelmente o caminhante depara-se com paisagens dos vales cobertos de neblina, possibilitando belas tomadas.

As 10:15 h chegamos ao distrito de Itabira chamado Srª do Carmo, onde paramos por uns quinze minutos para lanche e descanso, num agradável e hospitaleiro bar.
O lugarejo surgido nos fins do seculo XVIII, tem como um dos seus principais atrativos a vila da Serra dos Alves, com suas bonitas cachoeiras de águas transparentes, sendo que a da Boa Vista, corta a estrada, com vista de fazer inveja às demais.
Na tv passava o jogo Alemanha x França. 

 A ER possui um apelo turístico/esportivo que atrai todo tipo de atleta, quando ali, frequentemente o caminhante cruza com tipos exóticos e únicos, como esse ciclista que nos ultrapassou montado em sua excêntrica bike, mal dando tempo de perguntar de onde vinha e para onde ia. Com seus alforges cheios, deu a impressão de ir até Ouro Preto.

Nesse trajeto, pudemos compartilhar a visão das imponentes Serras do Lobo, a dos Linhares e a dos Alves.Como disse o velho Francisco, as serras nada mais são que o próprio maciço do Espinhaço, apenas ganham a denominação referente ao local onde se situam.

Nesse percurso procuramos ganhar tempo em razão do jogo Brasil x Colômbia, às 17 horas.

Chegamos a Ipoema (distrito de Itabira, 2.700 habitantes) por volta de 14 horas, indo direto para a Pousada Quadrado onde um almoço de fogão à lenha nos aguardava. Terminado o almoço, passei antes de ir ao Museu, pela bela Igreja de N S. da Conceição.

O Museu do Tropeiro, localizado ao lado da rodoviária, desde 2 de abril de 2003 reúne cerca de 700 objetos relativos ao tema e constantemente realiza reuniões temáticas. 
Para uma informação mais profunda sobre esse singular acervo cultural, sugiro que o leitor acesse aqui sua interessante história. Possui uma rica coleção de moedas antigas.

Ipoema tem sua história fortemente ligada ao tropeirismo, pois o distrito servia de passagem de tropas com carregamentos, suprimentos e minerais que abasteciam a região.

As 17 horas nos dirigimos à praça em frente a Matriz, onde num buteco especialmente decorado, assistimos ao jogo Brasil x Colômbia, de fortes emoções, com o resultado a nosso favor depois de sofrida disputa de penalidades máximas.

Terminada a festa, voltamos a pousada e mais tarde as 19:30 h fui a celebração na Igreja N S da Conceição,onde fiz minhas orações de agradecimento ao Pai e a oportunidade de caminhar sem nenhum tipo de problema. 
À noite saboreamos um delicioso caldo de mandioca e depois um merecido descanso nos bons aposentos disponibilizados pela pousada.