Hoje seria o último dia desse brilhante Caminho dos Diamantes.
Encerra-se aqui um desejo que eu alimentava há muitos anos: percorrer o grande e deserto sertão do Vale do Jequitinhonha, conhecendo e fazendo parte do dia a dia dos moradores locais. Tenho muito apreço pelo homem do interior,notadamente por sua simplicidade,autenticidade, sua hospitalidade e o modo amigável com que trata o forasteiro.
Mariana e Ouro Preto estão intimamente ligadas pelos usos e costumes de épocas coloniais.
Tanto uma como a outra, possuem o mesmo fenótipo: velhos casarões, igrejas barrocas belíssimas e um senso conservacionista como não há igual em todo o Brasil.
O que vimos aqui só existe aqui. As tradições religiosas e culturais desse povo perdura até os dias de hoje, haja vista a celebração dos diversos rituais sacros, missas , as procissões e rezas comunitárias, as festas religiosas e seu sincretismo, as congadas, as danças, a culinária e o linguajar típico.
Tanto uma como a outra, possuem o mesmo fenótipo: velhos casarões, igrejas barrocas belíssimas e um senso conservacionista como não há igual em todo o Brasil.
O que vimos aqui só existe aqui. As tradições religiosas e culturais desse povo perdura até os dias de hoje, haja vista a celebração dos diversos rituais sacros, missas , as procissões e rezas comunitárias, as festas religiosas e seu sincretismo, as congadas, as danças, a culinária e o linguajar típico.
O percurso de hoje até Ouro Preto, revelou um lado citadino de todo trajeto, pois na verdade caminhamos por meio de duas cidades intimamente ligadas desde os tempos coloniais. Quando se sai de Mariana e chega-se a Ouro Preto, tem-se a impressão de que são cidades gêmeas. Os mesmos morros e ladeiras, o mesmo tipo de igrejas e casarões.
No meio do caminho asfaltado está situada a Mina da Passagem, local de visita obrigatória para qualquer turista e é a maior mina ainda existente em visitação no mundo. Ali fica-se conhecendo parte da história da mineração do ouro com seus 30 km de extensão.
No ano de 1719 foram descobertas as primeiras jazidas que só começaram a ser exploradas em 1819 pelos ingleses e portugueses. Ali chegaram a ser extraídas 35 toneladas de ouro até 1960, quando foi então desativada e aberta à visitação.
Tomamos um carrinho tracionado a guincho hidráulico e descemos as galerias da outrora pujante mina. Hoje em dia está com sua produção paralisada, depois de funcionar por incríveis 189 anos.
Ali tomamos conhecimento dos métodos de extração do ouro, as condições sub-humanas de trabalho numa viagem incrível ao túnel do tempo.
Quem sofre de claustrofobia não consegue descer os 74 dos 240 metros da mina. Até o terceiro salão consegue-se chegar, dali para baixo a mina foi inundada, inviabilizando a extração.
Encerrada a visita fomos pelo asfalto até a localidade de Passagem, um bairro de Mariana que tem uma simpática Igrejinha e onde tomamos um ônibus para Ouro Preto, em razão do intenso tráfego de veículos pela estreita estrada asfaltada e sobretudo pela falta de acostamento.Muito perigosa, não é adequada ao caminhar.
Na sempre cheia praça fizemos as tradicionais fotos do monumento ao Alferes e do grande prédio da antiga cadeia ao fundo.
Na praça havia um grande movimento de turistas devido o Festival de Inverno que acontece anualmente nessa época.
Segundo o último censo, a cidade possui mais de 70 mil habitantes, mas nessa época triplica o número de pessoas circulantes vindas de todo o Brasil.
Para saber mais sobre Ouro Preto,veja aqui, sobre essa cidade que foi a primeira no Brasil a ser declarada pela ONU, para a Educação,a Ciência e a Cultura, patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, no ano de 1980.
Após o repasto fomos à sede do Instituto para receber nosso certificado de conclusão do Caminho, posando para as fotos históricas, pois fomos os primeiros a receber tal documento e passaporte.
Os nobres colegas foram para a Pousada Buena Vista e eu, ás 17 horas, embarquei no ônibus para Belo Horizonte para uns dias de descanso e retorno a Vitória.
Trata-se do mais árduo caminho que percorri, sendo os cinco primeiros dias de enfrentamento de longas e íngremes subidas. Esse foi o detalhe mais marcante, subidas e subidas...
As belezas naturais, compreendendo o relevo, as imensas serras, os rios e a vegetação típica, são merecedores da mais aguda observação, a exemplo do que se passou com os naturalistas franceses, alemães e ingleses que aqui aportaram, numa atitude inédita e educadora tomada pelo Imperador Pedro II nos meados do seculo XVII.
As cidades... bem, as cidades são o que há de mais autentico nessa região. Pequenas e acanhadas, têm nas suas igrejas seculares e nos incríveis casarões,um motivo perene de admiração, tanto pela arquitetura específica quanto pelo conservacionismo observado. Povoados como Córregos, Catas Altas e São Gonçalo do Rio das Pedras,precisam ser conhecidos e se bem administrados, não se perderão no tempo, pois o eco turismo está tomando conta da região.
Diamantina é a pérola do Vale, belíssima com suas igrejas, casarões, cultura e tradições, hoje incrementada com importante universidade, inclusive uma pujante faculdade de medicina.
A presença de grandes mineradoras será um grande desafio ao meio ambiente, que corre sério risco com a ausência de planos ambientais adequados. O progresso é sempre bem vindo, mas a natureza daquele ecossistema precisa ser preservado.
O Caminho não proporciona"moleza" ao andarilho, pois nos trechos percorridos há uma ausência quase que total, entre as cidades, de bares, vendas ou mercearias que poderiam fornecer alimento ou outro tipo de apoio ao usuário. Por isso é necessário bom planejamento e se possível, um apoio com veículo que leve as mochilas e faça contato com restaurantes ou pousadas para providenciarem almoço ou jantar.A fome é uma coisa séria!
As hospedarias são de modo geral boas, salvo uma ou outra mais simples, pois o que interessa ao andarilho ao final do dia, é um bom chuveiro de água quente, uma cama limpa e uma comida saborosa e farta. Isso teve em quase todas.
O povo é bastante amigável e procura agradar ao máximo o seu visitante, tanto nas hospedarias quanto nas ruas, onde por vezes fomos convidados a "entrar e tomar um cafezinho".
Toda a natureza é uma harmonia divina, sinfonia maravilhosa que convida todas as criaturas a que acompanhem sua evolução e progresso." (Tsai Chih Chung)
Ôba! Vou ler agorinha.
ResponderExcluirParabéns pelas belíssimas resenhas, meu grande escritor Ulisses!!! Viajei novamente, ao ler as histórias do caminho... Dá pra você editar um livro!!! Foi muito bom oferecer apoio a esse grupo maravilhoso!! Grande abraço, amigo!!
ResponderExcluirMeu caro J.Antônio, obrigado pelo elogioso comentário, mas saiba que o sucesso, a alegria e boa condução do caminho teriam sido muito difíceis sem a sua inestimável presença.Forte abraço.
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