terça-feira, 29 de julho de 2014

CD-5º Dia- Córregos a Conceição do Mato Dentro- 24 km

Como de costume acordamos as 5:30 h para o  café. Ao abrir a janela do quarto fiz essas fotos do vilarejo. Amanhecia quando deixamos o pequeno povoado de apenas 432 habitantes e fundado em 1702.
Saímos como combinado as 7 horas e até as 9, muita neblina pelos brejos e morros.  

Pelas horas seguintes, apreciamos em meio a neblina, algumas propriedades rurais, pastagens mais verdes e uma interessante e antiga fazenda criadora de búfalos.





Nesse trajeto abdiquei de levar minha câmera Cannon pela presença de muita poeira na estrada. Sua pesada objetiva de 70-250 mm já estava dando sinais de "agarramento" pela presença do pó ao deslizar o AF, assim fui fazendo fotos com meu celular que possui câmera de 8 MP.
Só a levei pela falta de outra mais leve em casa, mas é muito pesada e até certo ponto atrapalha o desenrolar da caminhada. Me ví impossibilitado de usar o cajado com frequência.    


Ao contrário dos anteriores, esse trecho posso afirmar que é desprovido de belezas naturais de maior relevância, pois não se veem mais as grandes formações rochosas, montes esculpidos pelo vento, etc. apenas uma estrada dura, poeirenta e margeada por rala e alta capoeira que impede a visão lateral. Poucas fotos foram realizadas. De resto, apenas  morros pelados ou de fraca vegetação. Ausência de casas rurais, pessoas, animais de criação, etc. Muito pó e arvoredo torto e seco.
                   

Com 4 e horas e meia de caminhada, já na MG 10 asfaltada e de intenso movimento, optamos pelo embarque no carro do J.Antônio, com a intenção de ganhar tempo para visitarmos a famosa Cachoeira do Tabuleiro, terceira mais alta do Brasil com 273 m de altura.

               
As 11:50 chegamos a Conceição do Mato Dentro, um dos principais centros do circuito Serra do Cipó. 
Datada de 1702, C. do Mato Dentro foi criada a partir da presença de exploradores e bandeirantes em busca da abundancia de ouro e pedras preciosas, tornando-se, na época, uma das mais belas vilas de Minas Gerais. A cidade tem como atrativo o fator religioso, por suas magníficas igrejas tais como a Matriz de N S da Conceição, a do Matosinhos e do Rosário, contando ainda com inúmeros casarões coloniais, além de fascinantes atrativos naturais como o Salão de Pedras e muitas outras cachoeiras. A Casa da Cultura é um interessante local para informações.



A cidade está tomada por intenso movimento de veículos leves, ônibus e picapes a transportar milhares de operários para os trabalhos de construção de um grande minero duto ligando Minas a Rio de Janeiro.
A mineradora Anglo American emprega e absorve mais de 4 mil operários e fui informado que proximamente a Vale e a Manabi, estarão se somando à Anglo para exploração do minério. Será, o caos total, pois a cidadela não suporta o volume de pessoas existentes, quanto mais os futuros.

Em vista disso, as acomodações existentes são muito disputadas e somente com a ajuda de um parente de meu cunhado conseguimos a pousada da Honória, pequena e acanhada, cheia de peões, mas era a única disponível.

Almoçamos num restaurante self-service lotado de pessoas famintas e os lugares nas mesas foram rapidamente preenchidos.  

Após o almoço, alugamos uma van e fomos direto para a Cachoeira do Tabuleiro, numa estrada ruim e poeirenta. O ar condicionado da van mal conseguia suportar o calor e a satisfação das doze pessoas dentro. Com muitos sacolejos devido aos buracos chegamos ao Parque Natural Estadual da Serra do Intendente. A cachoeira está situada na Serra do Espinhaço, é a mais alta de Minas Gerais e a terceira mais alta do Brasil. Lamentavelmente a prolongada estiagem faz com que a grande queda tenha um baixo volume de água.



Na volta para a cidade passamos pelo atraente Salão de Pedras, interessante platô no alto da cidade, com 825 ha de extensão, na parte mais alta da encosta do Campo Grande donde se tem uma vista de 360º da região, visualizando belíssimas montanhas. 
Foi aqui que os bandeirantes chegaram à região em 1702, na expedição chefiada por Ponce de Leon. Enfrentaram os índios botocudos numa batalha sangrenta  e que no final obrigou os sertanistas a buscarem abrigo na parte mais baixa do vale, onde encontraram ricas jazidas de ouro no córrego Cuiabá.



O Parque é visitado por turistas e esportistas de várias nacionalidades para a prática do "boulder", uma modalidade de escalada, que tem nesse local um dos melhores pontos do mundo, dizem!
Isso faz do lugar um dos mais visitados principalmente no mágico momento do por do sol. Do alto avista-se a magia das cores no alto da Serra do Intendente, tendo o Pico do Breu como pano de fundo



Voltamos antes do por do sol ( que seria um espetáculo imperdível) pois iria demorar mais de uma hora. Na pousada tomamos um banho para retirar a poeira incrível do caminho e depois fomos jantar. Ainda assistimos ao jogo EUA x Bélgica antes de dormir.

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