quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Museu do Vaticano e Capela Sistina

Os Museus do Vaticano, assim mesmo no plural, estão entre os museus mais importantes do mundo e abrigam  verdadeiras obras-primas da arte, desde a época egípcias até a do renascentismo.São compostos de várias seções como:

Museu Gregoriano Etrusco
Galeria de Arte
Museu Missionário Etnológico
As salas de Rafael
*A capela Sistina
                                                  Portal na entrada dos Museus do Vaticano.
                             
Devido às quilométricas filas que se formam, existem duas maneiras de evitá-las: uma  é reservar ingressos com grupo e outra é agendar visitas guiadas com interprete bilíngue, que foi o nosso caso. Veja Aqui o site especial para informações sobre os procedimentos para visitação aos museus.
                                        

Após o almoço fomos para a entrada do museu e não houve a confusão que eu imaginava. Como havíamos pago à visita ainda no Brasil, os procedimentos foram rápidos e eficientes. 

No guichê específico, entregamos nossas credenciais e ingressos  e a atendente nos direcionou para o guia André, que já  estava nas proximidades nos aguardando. 

Subimos uma escadaria de mármore e após tomarmos um elevador  seguimos por um grande corredor até um determinado local onde recebemos os equipamentos de rádio-escuta, com fones de ouvido. Com isso pode-se ficar a uma distancia razoável do guia e ainda assim ouvi-lo com perfeição.

O museu é tão grande e são tão numerosas as obras primas, que vale mesmo é pesquisar pela internet o acervo, com tudo muito bem explicado. Não há a menor chance de um relato como esse que faço, memorizar e ainda escrever tudo que foi visto. As fotos falam por si.
                  
                          Pátio interno dos Museus do Vaticano



Os museus do Vaticano são de tal ordem e grandeza, que é necessário um prévio conhecimento daquilo que se vai apreciar. Quando a pessoa não dispõe de  um guia, na verdade  não sabe ou não tem a menor ideia do que se está vendo.Se não conhece um pouco da história, ou não tem um mapa à mão, fica olhando as imensas esculturas, quadros ou afrescos sem se dar conta da grandiosidade do que está a contemplar.

O ideal é portanto contratar  um guia que vai explicando  quadro a quadro, ou no mínimo  seção por seção e isso pode demorar umas quatro horas. Mas são quatro horas muito bem aproveitadas. Nunca vi algo tão fantástico.


Nosso guia André passou a explicar, ainda no pátio interno, os detalhes do percurso dentro do Museu usando fotos e gravuras existentes nos vários murais, detendo-se com mais ênfase no que se referia à Capela Sistina.

Muito importantes essas explicações que, de outra maneira, a pessoa quando adentra à capela sem essas informações, não tem a menor ideia do que dizem as pinturas e afrescos no lado direito, esquerdo e sobretudo o teto da Capela.





Começamos pelo Museu Pio Clementino, fundado pelo papa Clemente XIV entre 1769 e 1774. 

Posteriormente foi restaurado por Pio VII tendo promovido uma onda de colecionismo, adquirindo peças famosas de nobres falidos e confiscando peças de escavações arqueológicas. Contém várias salas e um pátio interno com belíssimas peças romanas e gregas.






                                                       disco de pórfiro vermelho egípcio,
                                                   
Percorremos a ala dedicada ás fantásticas relíquias egípcias tais como a Sala Rotonda, onde se admira o disco de pórfiro vermelho egípcio, a estátua de Hércules, uma peça de bronze dourado representando o herói grego com um bastão na mão direita e a pele do leão pendurada no mesmo braço. Na outra mão segura a maçã das Hespérides.

Acredita-se que essa peça tenha sido feita entre os anos 100 e 300.

Piso em mosaico, proveniente de uma terma romana, foi transportado e recolocado o mais fielmente possível, para retratar a batalha entre gregos e centauros, além de outras cenas marinhas.

Também presentes bustos de deuses e outras personalidades da Roma antiga como os imperadores Claudio e Adriano







Continuando nesse grande corredor, entramos numa outra seção dessa ala: a Sala das Tapeçarias. Pendurados nas paredes, encontram-se inúmeras obras de tapeçaria decorados com cenas da vida de Cristo do lado esquerdo e da vida do Papa Urbano VII á direita.

Essas verdadeiras obras de arte foram feitas por alunos de Rafael. Suas dimensões me fizeram pensar no grande trabalho que tiveram os artistas para executá-los.




                                                             
Seguindo o fluxo da visita, chegamos a esta terceira galeria do corredor.A sala dos Mapas é das mais deslumbrantes.


Contém 40 gigantescos mapas pintados nas paredes pelo cartógrafo Ignazio Dantino século 16, representando as possessões da Igreja na época do Papa Gregório XIII (1572-1585).

Mas, na verdade, ninguém presta muita atenção aos mapas. Simplesmente as pessoas ficam boquiabertas ao contemplar o  teto abobadado que ainda dispõe de um especial sistema de iluminação que torna a obra mais bonita. Não é raro encontrar as pessoas ali com o rosto virado para cima admirando a maravilhosa obra.










                   
Salas de RafaelA seguir estão as famosas salas de Rafael. O guia André, misturando espanhol com italiano,ia falando como se fosse uma metralhadora, disparando informações uma em cima da outra, mal dando tempo de anotar e fotografar. É uma loucura a quantidade de informações. Este local é um dos pontos de destaque do museu e na verdade não há tempo para anotações: apenas admirar e fotografar. São muitas obras de belíssimas qualidades e  rara beleza. 

  






A seguir passamos pela Sala dos Borgia, que são os aposentos do Papa Alexandre VI(Rodrigo Bórgia), decorado no final do século XV por Pinturicchio.

O Papa que o sucedeu, Julio II era seu desafeto e assim que Rodrigo morreu, o novo pontífice fechou os aposentos do rival e mandou construir os seus na mesma posição, só que no andar de cima.

Daí surgiram então as salas de Rafael. Os aposentos de Bórgia ficaram abandonados até o século XIX, quando então foram reabertos para exposição das maravilhosas obras.

Por fim o nosso guia Andre se despediu porque havia chegado o momento do ápice da visitação: a Capela Sistina. Ele já havia feito todas as explicações sobre a Capela quando da nossa entrada no Pátio Interno. Então cabia agora apenas contemplar!

Acredito que se alguém for a Roma e não ver o Papa estará desculpado, não visitar a Capela Sistina  terá cometido um pecado mortal.

Sistina vem de Sisto IV, Papa que reinou entre 1471 a 1484, tendo assumido com a promessa de reconstruir a antiga Capela Magna do Palácio Apostólico.
A obra começou em 1477 sendo concluída em 1481, tendo então recebido nome de Sistina em homenagem a Sisto IV.

A primeira missa foi em 1º de agosto de 1483, sendo dedicada à ascensão da Virgem Maria. Desde então passou a ser utilizada para diversas atividades papais, inclusive o conclave para eleição do papa.

Pudemos apreciar os trabalhos mais famosos da pintura de Michelangelo, como o teto, pintado por ele deitado em andaimes, entre 1508 e 1512, a pedido de Julio II. Os painéis mostram a Criação do Mundo e a Expulsão do Paraíso. Estes painéis estão cercados por imagens que representam o Novo e o Velho Testamentos.

Consta que em recentes restaurações das pinturas da capela, foram reveladas cores ainda bem vivas e as modernas técnicas utilizadas no restauro conseguiram aproximar com sucesso os tons originais. 

O maior destaque porém fica mesmo com o gigantesco afresco da parede do altar, onde Michelangelo produziu entre 1534 e 1541, a fabulosa obra "O Juizo Final, a verdadeira obra prima de sua maturidade artística. A obra foi encomendada pelo Papa Paulo III e foi executada por Michelangelo sozinho.

As fotos dentro da Capela são proibidas. Fotos oficiais podem ser admiradas AQUI.

Já escurecia quando voltamos ao hotel para o necessário banho e o jantar no recém descoberto restaurante chinês.






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