quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Ultimo dia: A Benção do Papa e viagem de trem a Florença.

Nesse dia de domingo acontece a benção do Papa a urbi et orbis.

Lá fomos nós, em meio a uma desenfreada multidão, cada vez mais espremida e enfrentando um forte sol, para recebermos as bençãos de Francisco Bergólio.

Pontualmente , o Papa apareceu na janela do último andar e leu  homilia que precede a sua benção.

Terminado esse momento impar de reverência católica, saímos apressados e esquivando daqui e dali das pessoas que iam e vinham em vários sentidos, indo diretamente para a Termini para tomarmos o trem para Florença, afinal não poderíamos deixar escapar essa chance! Até Florença seriam 90 minutos e a noite afinal é grande e o retorno estaria garantido lá pelas 22 horas.












Chegamos na Términi  usando os rápidos trens do metrô e embarcamos naquele sensacional trem, cuja velocidade alcança os 270 km/h. 

Os trens sempre me fascinaram, desde criança. Quando menino costumava andar nos antigos trens de passageiros da VFCO em São João del Rei onde meu tio Luis Bento era o maquinista das composições.

Mais tarde, viajei pelo saudoso Vera Cruz  da Rede Ferroviária Federal entre Belo Horizonte e Rio de Janeiro, cujos vagões em aço prateado, dispunham de cabines individuais com poltrona-leito, banheiro e ar condicionado individuais.Um conforto que inexplicavelmente foi demolido pelo governo federal.
Uma atitude própria de países subdesenvolvidos e que até hoje não entendo porque não foi reimplementado, apesar das vãs promessas dos atuais terroristas que governam essa pobre nação.

Ainda recentemente viajei- e ainda viajo- pelos modernos vagões da Vale entre Vitória e Belo Horizonte, numa composição cuja média de velocidade é de 67 km/h. São carros novos, fabricados na Romênia e que são dotados de todo conforto,  parecidos com os italianos.

Então aqueles fabulosos Trenitália, estavam se constituindo numa viagem inesquecível para mim.

O trem saiu devagar e aos poucos foi acelerando, cruzando vales e planícies que permitiram alcançar 270 km/h! Fantástico.

Chegamos a Firenze no tempo previsto na movimentadíssima Stazzione Santa Maria Novella onde pegamos algumas informações com taxistas ao lado, indo direto para um restaurante numa das ruas transversais à principal, saciar a negra fome.
                                           

Dali seguimos para o centro histórico para a importante fase de conhecimento do berço do Renascentismo.Posso abusar  então da palavra fantástico de tão bela que é a antiquíssima  cidade, com suas relíquias multi centenárias. 

A cidade desenvolveu-se às margens do Rio Arno e que sobre o qual ainda perseveram sensacionais pontes ancestrais. A história aqui contribuiu não apenas pela beleza do casario medieval, mas também para que aqui se reunisse, ao longo dedos séculos, uma grande parte da melhor arte já produzida no território italiano. 

Consta que 40% do acervo artístico do país esteja nos museus e ruas da cidade. Duas galerias famosas daqui estão entre as melhores do mundo: Ufizzi e Accademia, apresentando aos turistas as melhores obras de Michelangelo, Boticelli e outros não menos famosos.

Exploramos a Basílica di San Lorenzo, a Catedral(Il Duomo) de Santa Maria del Fiori, tomamos chope à vontade na Piazza dela Signoria, onde estão o Palazzo Vecchio, o Palazzo Pitti, o Palazzo Medici.

A Basilica di San Lorenzo,(abaixo) consagrada no ano 393, foi a primeira catedral de Florença.
                                               

                                    E seu interior                          
                                      



              
A Catedral  Santa Maria dei Fiori "Il Duomo"(abaixo) resplandecente de tanta beleza, tem 153 metros de comprimento e 90 de largura no transepto, enquanto o tambor da cúpula tem 54 metros. Sua construção iniciou-se em 1296 sobre as fundações da antiga Catedral de Santa Reparada.


                               Os detalhes externos da catedral são impressionantes



                                                                             




O Palazzo Vecchio, na Piazza de Signoria com suas famosas esculturas e sua Torre de Arnolfo( 94 m de altura), com seu relógio reconstruído em 1667.

                                                                           
                                  David de Michelangelo. 
A verdadeira escultura de David está no museu Accademia e no Uffizi está a não menos famosa Vênus. 

                                                              Julio Cesar
                                                                           
                    Hércules e Cacco, escultura de Baccio Bandielli na Piazza dalla Signoria                        





                                                         
Prosseguimos nosso percurso pelas ruas estreitas indo em direção à Ponte Vecchia, sobre o rio Arno, e no meio do caminho uma infinidade de bicicletas estacionadas comprovavam a afinidade dos italianos por esse saudável meio de transporte e lazer. 
                                        

Construída no século I antes de Cristo, reza a lenda que durante a 2ª Grande Guerra quando os alemães já a haviam perdido e destruíam tudo que podiam, ao ver a beleza desta ponte não tiveram coragem de destrui-la.
A ponte repleta de joalherias e ourives, é sem duvida a mais bela ponte sobre o Arno.Não se pode vir aqui e não conhece-la. 



                                             
                                           



Voltamos à Piazza della Signoria para descansar e abusar do chope, enquanto colegas mais animados perambulavam pelas redondezas.

Na verdade nosso tempo estava se esgotando e não havia mais muito tempo para conhecer locais absolutamente imperdíveis tais como o espetacular Palazzo Pitti com seus famosos jardins que na verdade, não está longe da Ponte Vecchio, os museus Accademia e Uffizi, a casa de Dante Alleguieri, conhecer a loja da Ferrari,ou ainda ter um tempo para calmamente saborear uma "bisteca alla Fiorentina"



Encerrada essa curta visita a Florença tomamos o trem de volta, levando as recordações dessa fabulosa cidade nas nossas mentes. Lembranças eternas!





                                        
Desembarcamos na Termini por volta de 22 horas e fomos direto  jantar num restaurante nas proximidades do hotel, Muito movimento ainda essa hora, com turistas indo e vindo em todas direções. 























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