segunda-feira, 16 de junho de 2014

O Caminho de aparecida-7º dia, de Santa Rita do Sapucai a São José do Alegre- km


Mal amanheceu o dia e eu já estava acordado, tendo dormido menos do que necessitava. O sono é fator importante para refazer as energias gastas a cada jornada.
Abri as janelas e fotografei o nascer do sol às 5.30h. Logo o Sidão também se levantou e começamos a arrumar a tralha para irmos logo ao salão de refeições.
                                           

O café foi servido rapidamente pelo porteiro mesmo, pois como de hábito preferimos sempre sair o mais cedo possível.
Fizemos o acerto financeiro, colocamos as mochilas no carro da Regina e saímos às 6.30h subindo a rua em direção a Igreja, descendo a já movimentada rua lateral rumo a INATEL, referencia da direção a ser seguida. O caminho de hoje começou frio e se prolongou por um bom trecho sob interessante neblina.

                                                            


Uma bifurcação depois dobramos à esquerda e tomamos o rumo do distrito de Olegário Maciel.



 À partir dali o caminho continuou pela estrada rural, onde apreciamos a beleza da paisagem, vislumbrando as verdes pastagens para gado leiteiro, onde predomina a raça holandesa e seus cruzamentos.


              Santa Rita do Sapucaí, originalmente é sede de grandes rebanhos leiteiros..


Por volta das 11 horas passamos por um grande olericultura onde alguns trabalhadores rurais descansavam á sombra depois do almoço. 

                                         

Paramos também para descanso e comer algum sanduiche e a conversa com eles fluiu  cordialmente.
Perguntamos sobre a colheita do dia - abobrinha italiana- que seria despachada para as cidades vizinhas- e o assunto descambou para a política quando um deles- o de camisa amarela na foto acima - disse que o principal objetivo seria tirar o PT do governo.
Foi uma manifestação inesperada,revelando que os habitantes do interior, por mais simples que sejam, estão perfeitamente antenados com a situação de profundo pesar pela forma com que o atual governo consegue levar o país por destinos incertos.

Terminado o descanso seguimos o caminho pegando uma bifurcação à esquerda pois à direita chegaríamos ao distrito de Olegário Maciel.
                                                                                          

Dali até São Jose do Alegre percorremos  mais oito quilômetros de sol quente e chão duro. Subimos e descemos muitas lombadas, até que às 13.30 avistamos ao longe  pequena cidade, encravada entre a montanha e a planície. Segundo o último censo, São José tem pouco mais de 4 mil habitantes.
 
                                               

A cidade é pacata e para diversão conta com corredeiras como as do bairro Boqueirão. Os rios são ótimas opções de lazer principalmente os Rios Sapucaí e Lourenço Velho que têm maiores volumes de água. O Ribeirão Anhumas corta o perímetro urbano.

História:
"O município foi fundado pelo Sr. Caetano Pires Barbosa e sua esposa Sra. Isabel Domingues de Siqueira, a familia era muito festeira e alegre e devido ao carisma e alegria deu-se o nome a "Fazenda dos Alegres". Em 10/11/1838 foi doado ao patriarca São José um terreno de 200 braças em quadra destinado a construção da capela em homenagem ao santo.
O restante do terreno foi destinado para as pessoas que quisessem construir suas moradias em fixar residência. Em 1890 o Arraial dos Alegres passou a distrito e em 1939 assumiu a categoria de vila.Com o passar dos anos São José do Alegre foi se desenvolvendo, atraindo viajantes e tropeiros. Em 12/12/1953 com a Lei Estadual 1039, São José do Alegre foi emancipada, vários foram os políticos da época que contribuíram com a emancipação. Destacamos a contribuição do Presidente da República Getúlio Vargas e representantes políticos como o Sr. Geraldo Daniel de Carvalho e o Sr. Antônio Lopes Siqueira dentre outros tantos. Na metade do século XIX chegaram os primeiro imigrantes italianos em busca de trabalho. As famílias dos Santucci, Bianchi e Barsanti fixaram residência no povoado e muito contribuiram para o desenvolvimento da cidade."
                                     
Bem próximo à cidade existe em Pedralva, a Estação do Pedrão,local  de onde pode-se ter uma visão de toda a região. 
                
O chegar é o momento mais ansiado pelo andarilho, pois antevê um bom banho e a perspectiva de uma boa comida. A hospedagem agendada foi a Pousada e Restaurante Brasa, localizada ao lado do trevo da  entrada da cidade de quem está cruzando a MG 457 que leva até Pedralva, cidade a 13 quilômetros de distancia.
Cada qual se dirigiu a seu quarto, na verdade um habitáculo simples e pequeno, com apenas uma cama e um banheiro acoplado. Um arremedo de armário serviu para abrigar a mochila e demais pertences. De imediato fui para o refeitório, onde uma comida simples nos aguardava.
Os aposentos destinados às mulheres não foram do inteiro agrado pois reclamaram do espaço diminuto para três pessoas. Ronilda mudou-se para um quarto no andar de baixo e que também não ficou satisfeita.
Após o almoço tiramos a tarde para descansar e no meu caso, colocar a mochila em ordem, separando algumas peças que necessitavam lavar das outras limpas. Fui a uma lojinha das proximidades comprar umas havaianas.
Ao entardecer fomos visitar o alambique Monjolo localizado á saída da cidade, numa propriedade rural pertencente a um senhor de nacionalidade holandesa, que mora em São Paulo. 




 
Lá estão estocados 10 mil litros de uma excelente aguardente do mesmo nome. Fomos informados pelo caseiro que há três anos não é mais produzida nenhuma cachaça, motivo pelo qual compramos alguns exemplares da saborosa. Envelhecida 10 anos em barris de carvalho a preciosidade será devidamente degustada em ocasiões especiais.


Por todos os lugares por onde passei visitei as igrejas para fazer as necessárias orações e fotografá-las, objetos que são, ao lado das casas rurais, de minha persistente objetiva.

Naquele momento na Igreja de  São José um coral de crianças ensaiava alguns cânticos religiosos, visando alguma festa mais à frente

De  noite antes do jantar, como nas proximidades da matriz de São José não havia nenhum restaurante ou bar abertos resolvemos ir para Pedralva.
Parte da turma foi em um taxi e a chegar caminhamos vagarosamente pelas íngremes ruas da cidadezinha, que de certo modo me decepcionou, pois esperava ver uma cidade limpa e organizada. Deu-se o contrário.
Depois de andar por aqui e acolá, sem encontrar absolutamente nenhum estabelecimento do gênero, paramos num pequeno bar/restaurante onde pudemos provar de uma tigela de canjiquinha com costela de porco e que de fato estava saborosa. 
Outros aproveitaram e pediram  algo parecido com lasanha, argh!! Ali ficamos até as 21 horas num bom papo e como não estava muito frio o clima de conversa esteve animado..
Voltamos para nossa hospedaria da Brasa no Alegre, para um merecido repouso apesar do barulho de alguns caminhões que cruzaram a rodovia até mais tarde. Dormi bem e profundamente, cansado que estava.


















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