segunda-feira, 16 de junho de 2014

O Caminho de Aparecida-8º dia de S.José do Alegre a Itajubá- 20 km

Dormir cansado proporciona um sono pesado e apesar do colchão,dormi um sono reparador. O barulho de caminhões no começo da noite foi substituído pelo trinar de grilos ao fundo do quintal. Acordei ás 5.30h com o cantar de uns galos e pássaros . Logo estava de pé para colocar os pertences dentro da mochila.
Imediatamente me dirigi ao salão de refeições onde alguns colegas já se encontravam prontos e esperando o parco café que nos foi servido.
Alguns trabalhadores rurais da colheita do café, aguardavam  nas proximidades á espera dos ônibus que os conduziriam ao local de trabalho. Conversando com o motorista de um dos ônibus, ele afirmou que cada um catador chega a ganhar 1.500,00 mensais  na temporada, mas que a dificuldade do momento estava em encontrar mão de obra nas vizinhanças . A deficiência é tanta que são contratados trabalhadores vindos da Bahia e do Nordeste.
Saímos com temperatura amena, pelo asfalto da rodovia MG-347 rumo a Maria da Fé/Pedralva e ao alcançarmos, 2 km depois o antigo matadouro, dobramos à direita tomando a estradinha de terra que em ascenso continuo, nos proporcionaria belo visual, com a majestosa serra ao fundo.

O trecho ora percorrido mostrava as propriedades rurais típicas com lavouras de café e gado leiteiro. Muita pastagem e poucos habitantes, um lugar comum nesse interior. 

Caminhávamos despreocupados e sem pressa até encontrar dois gatinhos perdidos no meio da estrada que insistiram em nos seguir, porém nas proximidades de uma casa creio que a escolheram para abrigo.
 
Com três e meio quilometros caminhados encontramos uma bifurcação e escolhemos a da direita, mais curta porem de visual imperdível, segundo informação da placa. Logo começou uma forte subida que foi sendo vencida passo a passo até chegarmos a uma árvore com um grande ôco em seu tronco que motivou muitas fotografias.


Ao final da subida descortinamos belíssimo visual, com imenso maciço montanhoso ao fundo, seguramente a imponente Mantiqueira.




Descendo mais uns quilômetros pela pacata estrada rural, que parece ser de uso estritamente local, encontramos a casa de Roberto Leite, pecuarista que ao lado da esposa Nelma, recebeu-nos com bastante cordialidade, oferecendo-nos inclusive a oportunidade de ali descansarmos. Caso possível, pediu para que seu nome fosse passado ao administrador do caminho Rodrigo, para futuros contatos.  
           
Continuamos o caminho visualizando colinas suaves e pastos sujos e mal cuidados, onde o capim de burro dominava o ambiente. 

Uma grande fazenda, a Rancho Grande(abaixo),fez a diferença pela parte de infraestrutura e benfeitorias. Certamente pelo odor exalado a suinocultura era a atividade principal.




Atravessamos uma grande ponte de madeira sobre o rio Lourenço Velho passando a seguir por uma grande baixada, que com certeza na época de muita chuva fica totalmente alagada. 
Uma grande pedra nas margens da estrada foi um apelo formidável para belas fotos.


Vencidos mais alguns quilômetros, e já perto das 11.30 horas dobrando uma subida, avistamos a grande cidade de Itajubá, cujo Hotel Oriente foi alcançado depois de árdua caminhada pelas ruas da cidade. parecia que andar pelas ruas estava mais cansativo que os 19 quilômetros do caminho.


Fizemos o check-in e cada qual se dirigiu a seu quarto e eu logo fiz contato com a gerente para colocar algumas peças de roupas para lavar. A camareira logo providenciou e outros colegas assim também o fizeram.  Logo fomos tomar banho e colocar uma roupa limpa para irmos ao restaurante nas proximidades do hotel.Restaurante simples porém de boa comida.
Uma farta mesa ao estilo self-service, com fogão  a lenha, estava à nossa disposição.Não perdemos tempo e após duas geladas cervejas  atacamos o cardápio com vontade.


Voltamos ao hotel para descanso e programar o que fazer nessa pujante cidade. Fui ao banco do Brasil efetuar um resgate e agendar uns pagamentos. Itajubá é uma cidade movimentada devido ás industrias e a movimentada vida estudantil com sua importante Universidade Federal que atrai jovens de todas regiões. Itajubá significa" rio das pedras que do alto caem", na língua tupi-guarani. 


Possui uma áreas de 290 km quadrados e tem uma população estimada em 92 mil habitantes segundo o censo de 2011.

História:
O povoamento de origem europeia da região de Itajubá começou em fins do século XVII, quando Borba Gato e outros bandeirantes descobriram ouro na região. O apetite dos bandeirantes por ouro, pedras preciosas e escravos índios levou à formação de diversos povoados no sul do atual estado de Minas Gerais. Entre os bandeirantes, estava Miguel Garcia Velho, fundador da primitiva Itajubá. Garcia Velho, durante a corrida às pedras preciosas, descobriu as Minas de Nossa Senhora da Soledade de Itagybá, hoje cidade e município de Delfim Moreira, núcleo inicial da atual cidade de Itajubá. O povoado chamou-se Soledade de Itajibá. Em 1703, nas imediações de Passa Quatro, Miguel seguiu pelos vales de Bocaina, afastando-se, pois, da rota já trilhada por outros exploradores, a qual ia dar no Rio Verde e em Baependi. Transpôs a Serra dos Marins e o Planalto do Capivari, no qual descobriu ouro em pequena quantidade. No Córrego Alegre e nas águas do Rio Tabuão, encontrou maiores indícios de ouro. Pretendia alcançar a Serra de Cubatão, mas a Mina do Itajibá foi a que mais o seduziu e onde permaneceu por mais tempo, dando início ao povoado.
O município possui um dos maiores distritos industriais da região sul de Minas Gerais, com indústrias de grande e médio porte. Muitas encontram-se em fase de expansão e formação de novos postos de trabalho, empregando, hoje, entre 9 000 e 10 000 pessoas.
 
O município possui a parcela do Índice de Desenvolvimento Humano referente à longevidade com valor de 0,884, considerado muito alto. O de educação é 0,718 e o de renda, 0,767 ( Wickipédia).
Para maiores informações sobre essa importante cidade do Sul de Minas veja aqui o informativo mais completo e as imagens da cidade neste local.



Itajubá (o nome Itagybá, que na língua indígena significa, “Rio das pedras que do alto cai”, cascata, foi dado em alusão à cachoeira junto às minas de Miguel Garcia Velho, sugerido por seus companheiros de expedição. Por lamentável confusão com a palavra itajuba (com a tônica no – jú), muita gente acredita que Itajubá significa pedra amarela) conforme comprovamos, possui intenso comércio, suas ruas estão sempre apinhadas de gente, os automóveis a exemplo de outras cidades do mesmo porte, já "atrapalham" por assim dizer o vai e vem diário.

Os semáforos estão quase sempre apinhados de carros, pedestres menos avisados transitam sem uma coordenação lógica. Fui ao Banco do Brasil, localizado perto de uma movimentada praça onde uma dezena de barzinhos, cafés e restaurantes aquela hora da tarde  apresentavam grande borborinho.

Dezenas de estudantes barulhentos movimentavam-se na praça ao lado de uma outra dezena de barraquinhas a vender quinquilharias, bijuterias, roupas, CD's, etc causando a mim pósitiva admiração. 

Fiquei por ali um tempo, calmamente apreciando o movimento dos locais e depois voltei ao hotel para um breve descanso.

Mais tarde saimos para apreciar o movimento noturno, passando antes pela sua magnífica Matriz de NS da Soledade(uma importante informação desse templo pode ser visualizada Aqui) onde fizemos as nossas orações, sem perder a chance de fotografar essa bela casa de Deus.                            
                           
Nas escadarias passamos um tempo conversando sobre amenidades até que decidomos procurar algo para comer. 
                                      
Depois de uma procura infrutífera, decidimos comer em um restaurante perto do hotel, acompanhado de uma boa taça de vinho.


Voltamos ao hotel pelas 22 horas para dormir o sono dos justos.


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